Conteúdo de História Contemporânea


45 – A Idade Contemporânea: A Revolução Francesa

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Destacar a importância da Revolução Francesa na transformação estrutural da sociedade francesa. Mostrar a atuação de cada grupo social nos «ventos da Revolução.
  • O objetivo central do capítulo, além obviamente de passar informações básicas sobre a Revolução Francesa, é dar condições para o aluno incorporar o conceito de revolução através de um exemplo histórico concreto.
  • Embora a relação entre os níveis econômico, social e ideológico não seja mecânica, o aluno deverá perceber que a Revolução Francesa tem um componente econômico, o desenvolvimento das atividades mercantis ao longo da idade Moderna; um componente social, e o crescimento numérico e qualitativo da burguesia; um componente ideológico, as idéias iluministas que questionavam os valores aristocráticos da nobreza, os princípios do absolutismo e a hierarquia social baseada nos privilégios de nascimento etc,
  • Desta forma o aluno terá condições de perceber que a Revolução Francesa foi o ponto culminante de um longo processo de transformações, e que deu origem a uma nova sociedade. O mais importante: a sociedade na qual ele vive está organizada segundo estes princípios básicos de raízes iluministas, como igualdade perante a lei, governos representativos, divisão e autonomia dos poderes, valorização do direito de propriedade e do indivíduo enquanto ser humano.
  • É bom recapitular algumas noções básicas do Absolutismo e do Iluminismo. É importante destacar a oposição entre a realidade social francesa e o regime absolutista.

Problematização:
  • Elegemos os nossos governantes. O que acha disso?
  • Elegemos representantes para os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, porque o poder é dividido em 3 partes. O que pensa sobre isso? Comente.
  • Você acredita que os governantes devem ter ser poder limitado ou podem fazer o que querem? Justifique.
  • Se o governo não é bom, se não atende as nossas expectativas, deve ser derrubado? Por quê? Como?
  • E a religião, devemos ter o direito de escolhê-la? Justifique.
  • O que os alunos sabem sobre a Revolução Francesa? O que lhes ocorre quando se fala nesse nome?
  • O que são direitos de cidadania? Desde quando são reconhecidos? No que consistem?
  • Qual a diferença entre a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (França, 1789) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948)?
  • A partir do estudo da Revolução Francesa, podem ser levantadas atividades bastante motivadoras. Uma delas é provocar uma discussão com os alunos acerca das desigualdades sociais, encaminhando-a de modo a fazê-los perceber como nós aceitamos com naturalidade as desigualdades de riqueza, mas nos parecem odiosos os privilégios e os favorecimentos que rompem com o princípio de igualdade perante a lei. Imaginem se uma escola só aceitasse alunos com sobrenome tradicional ou descendentes de paulistas, ou loiros de olhos azuis! Ou se os cargos mais importantes da administração pública fossem reservados para determinadas famílias! Ou que um certo número de pessoas tivesse vaga garantida na faculdade sem precisar prestar vestibular! Tudo isto seria revoltante para a maioria das pessoas. Isto sem dúvida é uma herança da Revolução Francesa.
  • Essas mudanças estudadas tornaram livre toda a sociedade? Por quê?
  • Nossos governantes são eleitos por todos, mas trabalham por toda a sociedade? Comente.
  • Hoje, depois de todos estes movimentos, somos livres? Por quê?

Conceitos chaves:
  • O capítulo ajuda a sedimentar o conceito de revolução. Dentro do universo deste conceito, e se os alunos mostrarem condições de acompanhar, é possível discutir a questão da curta e da longa duração. Quando começa e quando termina a Revolução Francesa?
  • Uma outra questão importante se refere aos agentes dos acontecimentos históricos. O capítulo, propositadamente, é econômico nos nomes, apesar deles serem fartos no evento histórico tratado: Danton, Robespierre, Mirabeau, Marat, Camilie Desmoulins, Lafayette, Babeuf, entre muitos outros. Mas no texto os principais atores são classes, organizações políticas, instituições: burguesia, nobreza, girondinos, clero, jacobinos, povo de Paris, classes médias, Comitê de Salvação Pública, camponeses, Terceiro Estado... Quem fez a Revolução Francesa? Quem faz a história?

Esquema de aulas expositivas:
1. A França no século XVIII
• O absolutismo dos Bourbons
• A sobrevivência dos privilégios feudais
• As idéias iluministas
• Os três Estados nacionais
• A crise financeira

2. A convocação dos Estados Gerais e o inicio da revolução
• A questão dos impostos
• O fechamento dos Estados Gerais por Luís XVI
• A tomada da Bastilha

3. As fases da Revolução
• A fase da Assembléia Nacional
• O domínio burguês-girondino e suas realizações
• A fuga do rei e a ascensão das massas populares
• A fase da Convenção Nacional
• A execução do rei
• O domínio jacobino e suas medidas populares
• Robespierre e a reação burguesa
• A fase do Diretório
• O governo reacionário da alta burguesia, a oposição jacobina interna e as potências absolutistas externas

4. O Golpe do 18 brumário de Napoleão Bonaparte

Sugestões de atividades e avaliações:

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Revolução Francesa - Casanova e a Revolução - Mais uma obra prima de Etore Scola que, através de diferentes personagens, mostra as diversas visões sobre a Revolução Francesa, em meio a fuga de Luís XVI.
    2. Revolução Francesa - DANTON, O PROCESSO DA REVOLUÇÃO - Na fase popular da Rev. Francesa, instala-se o período do "terror", quando a radicalização revolucionária dos jacobinos encabeçada por Robespierre inicia um violento processo político.

  • Textos:
    1. O que já estudamos? Resumo sobre os capítulos do livro Nova História Crítica Mário Schmidt  6ª série – Para utilizar no início do ano da 7ª série – 18 cópias  - arquivo caixa 003
    2. Revolução Francesa – Texto do Trópico – Para utilizar com a técnica Philips 66 – (07 grupos)  002

46 – A Idade Contemporânea: A Era Napoleônica

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Caracterizar a era napoleônica nos seus aspectos internos (a realidade francesa)
            e externos (o quadro europeu). Dar um exemplo concreto da relação entre a    
            estrutura socioeconômica e o nível político.                                                     
  • Mostrar a articulação das guerras externas com as lutas sociais internas.
  • O capítulo tem como principal objetivo relacionar a carreira política e militar de uma das mais conhecidas figuras históricas, Napoleão, com a realidade francesa pós-revolucionária e as condições da Europa. O texto, embora enfatizando o gênio político e militar de Napoleão, mostra que o seu governo atendia aos interesses da burguesia. No plano interno: consolidar a ordem burguesa, implementar o desenvolvimento econômico, impedir as rebeliões populares que tinham projetos políticos e sociais contrários aos interesses burgueses. No plano externo: impedir a reação dos reis absolutistas e da nobreza contra a ascensão da burguesia ao poder político. Além disso, as conquistas napoleônicas representavam a ampliação dos negócios capitalistas franceses: novos mercados e oportunidades de investimento.
  • É importante o professor destacar que o maior inimigo da França, leia-se da burguesia francesa, era a Inglaterra, o pais mais semelhante a ela, ou seja, um Estado já afinado com a ordem burguesa. Trata-se, portanto, de uma rivalidade diferente da que opunha a França aos demais países europeus.
  • As medidas internas tomadas por Napoleão podem ser comentadas pelo professor para mostrar que a era napoleônica significou uma reorganização econômica, educacional, jurídica e administrativa da sociedade francesa de acordo com os interesses fundamentais da burguesia.



Problematização:
  • Pode-se encaminhar uma discussão em torno do significado dos feitos de Napoleão para a França. Napoleão teria dito: “Minha maior obra foi o Código Civil.” No entanto, ele ficou mais conhecido pelas suas campanhas militares, O código de Napoleão, em suas linhas gerais, dura até hoje, mas a França não conseguiu manter os territórios que Napoleão conquistou.
  • Outro assunto que pode gerar discussões interessantes: há semelhanças entre as leis do código napoleônico e as nossas?

Conceitos chaves:
  • Quem estava no poder na França: Napoleão ou a burguesia? O que significa uma classe social no poder? Procurar deixar clara a diferença entre poder político e poder econômico, e que a relação entre eles não é mecânica. Napoleão se manteria no poder se contrariasse os interesses da burguesia? O conceito de poder é central nas análises históricas e deve ser trabalhado ao longo das séries. A capacidade de assimilação de conceitos abstratos e complexos cresce com a maturidade do aluno.

Esquema de aulas expositivas:
1. Napoleão Bonaparte
• 18 brumário e a instalação do Consulado
• O estabelecimento do Império em 1804
• A criação do Banco da França
• A criação do Código Civil
• As guerras européias
• O Bloqueio Continental contra a Inglaterra

2. A decadência de Napoleão
• O fracasso da campanha da Espanha
• A catástrofe da campanha da Rússia
• A derrota na Batalha das Nações e o exílio em Elba
• Os Cem Dias de Napoleão e a derrota final em Waterloo

3. O Congresso de Viena
• O caráter conservador e reacionário do Congresso
• A presidência de Metternich
• O princípio da legitimidade
• O principio do equilíbrio europeu e a Santa Aliança
• Progresso capitalista x reação de Viena

4. A oposição à Santa Aliança e à legitimidade
• Estados Unidos: a Doutrina Monroe
• Inglaterra: princípio de não-intervenção

Material de apoio:
  • Filmes: Napoleão Bonaparte - Os Duelistas - Através de uma série de duelos entre dois cavaleiros, o filme retrata o contexto que caracterizou a França e a Europa napoleônicas no início do século XIX.

47 –  A Idade Contemporânea: Brasil – A vinda da família real portuguesa

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Relacionar a vinda da família real portuguesa para o Brasil com a política européia na época napoleônica. Mostrar os efeitos da vinda da família real na economia e na sociedade colonial.
  • A vinda da família real portuguesa para o Brasil só pode ser entendida à luz da realidade européia, mais precisamente, das guerras napoleônicas. Além de enfatizar esta relação, o professor deve também destacar o significado da transferência da administração portuguesa para o Brasil no processo da nossa independência política. A presença da Inglaterra em todos os episódios desta tumultuada transferência tem um sentido fundamental. “Conselhos” ingleses, abertura dos portos, tratados de 1810, são fatos que obedecem a mesma lógica.
  • Deve-se lembrar que os brasileiros já haviam tentado se libertar do domínio português e que a Revolução Pernambucana de 1817, neste sentido, representou uma continuidade destes movimentos. Em outras palavras, é preciso combinar fatores externos e internos para se entender o que estava ocorrendo no Brasil naqueles decisivos anos do início do século XIX.

Temas centrais:
  • A independência brasileira foi um processo influenciado por fatores externos e internos. A Revolução Francesa e a Revolução Industrial repercutiram fortemente sobre a colônia.
  • O crescimento da produção exigia o fim dos monopólios. Tanto a Inglaterra quanto os setores exportadores brasileiros pressionavam, objetivando o fim do pacto colonial.
  • A transferência forçada da corte portuguesa foi um passo decisivo em direção à autonomia política brasileira. A abertura dos portos, em 1808, anulava na prática o pacto colonial.
  • Em 1810 realizaram-se tratados entre Portugal e a Inglaterra que beneficiariam quase exclusivamente a Coroa britânica.
  • Em 1815, o Brasil era elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, formalizando-se a anulação do status de colônia.

Problematização:
  • Enquanto ocorria a Revolução Francesa na Europa, qual era a situação das colônias americanas (espanholas, britânicas, francesas, portuguesas)?
  • Que impacto teriam as idéias libertárias da Revolução Francesa em colônias sob dominação metropolitana e sujeitas à escravidão?
  • Que sentido tinham para os colonos os termos liberdade e igualdade?
  • D. João tomou uma série de medidas depois que chegou ao Brasil. Qual delas teve maiores conseqüências? Provocando este debate entre os alunos, é possível chegar a uma recapitulação dos fundamentos do sistema colonial. Assim, ficará claro que o monopólio colonial é a essência do sistema. Neste sentido, a abertura dos portos foi a medida de maior impacto no sistema.

Conceitos chaves:
  • Como relacionar os fatores conjunturais com os estruturais? No conteúdo deste capítulo, o que pode ser considerado estrutural e o que é conjuntural. A fragilidade de Portugal e sua dependência em relação à Inglaterra podem ser considerados fatores estruturais A invasão de Portugal por tropas francesas e a conseqüente vinda da administração portuguesa para o Brasil podem Ser considerados conjunturais.
  • Estruturalmente, o que estava ocorrendo era a passagem do capitalismo comercial para o industrial; do sistema político absolutista para o poder burguês; do mercantilismo para o liberalismo. Isto é fácil de dizer ao aluno, mas não de entender. Só com a compreensão de muitos fatos correlacionados e o domínio de muitos conceitos é possível entender a história neste nível de abstração. O professor deve resistir à tentação de procurar atalhos e evitar a ilusão de que a consciência é capaz de dar saltos. Os conceitos de estrutura e conjuntura, dado seu alto grau de generalidade, vão sendo assimilados lentamente pelos alunos.


Esquema de aulas expositivas:

A vinda da família real portuguesa

1.0 quadro internacional
• A Revolução Industrial x pacto colonial
• As guerras napoleônicas x Portugal
• O Bloqueio Continental

2. A vinda da família real

3. Brasil, sede da monarquia portuguesa
• A abertura dos portos às nações amigas
• Os tratados de 1810
• A administração de D. João

4. A Revolução Pernambucana de 1817
• A situação de Pernambuco
• Os lIderes e ideais do movimento
• O fim do movimento

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Transferência da família real - CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL - A morte do rei de Portugal D. José I em 1777 e a declaração de insanidade de D. Maria I em 1972, levam seu filho D. João e sua mulher, a espanhola Carlota Joaquina, ao trono português.
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império – Independência – A corte desembarca na colônia – 18’12” – vídeo 18
Roteiro:
                  _ A queda das monarquias absolutistas e a ação de Napoleão:
                  _ A situação de Portugal entre a Inglaterra e a França:
                  _ O embarque:
                  _ A chegada ao Brasil:
                  _ A reação dos brasileiros:
                  _ O Alvará de 1º de abril:
                  _ A abertura dos portos brasileiros:
                  _ Os Tratados com a Inglaterra:
                  _ A reação dos portugueses aos tratados com a Inglaterra:
                  _ Mudanças no Brasil e no Rio de Janeiro:
                  _ A reação às idéias iluministas:
                  _ As contradições entre o desenvolvimento e o atraso:
                  _ A situação de Portugal e do Brasil após a derrota de Napoleão:
                  _ A Revolta de Pernambuco:
                  _ A Revolução Constitucionalista do Porto:
                   _ A posição dos revoltosos do Porto em relação ao Brasil:
                  _ A volta de D. João VI a Portugal:

  • Textos:
    1. Independência – Todo o processo, de Tiradentes ao Grito – Charges do livro História do Brasil para Principiantes – 18 cópias – arquivo caixa 004

48 – A Idade Contemporânea: A independência da América Espanhola

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Destacar os fatores que explicam a emancipação política das colônias espanholas na América.
  • Caracterizar o caudilhismo latino- americano como forma de organização
            política predominante.
  • O objetivo central deste capítulo é mostrar o desmoronamento de um sistema secular de exploração. Desde a “descoberta” da América transferiram-se riquezas daqui para a Europa. O sistema colonial entrou em crise e alterou o quadro mundial: vários paises novos surgiram e a Espanha deixou de ser uma potência.
  • É preciso, porém, ressaltar que os séculos de dominação colonial deixaram uma herança social e econômica perversa: profundas desigualdades sociais, concentração da propriedade da terra, desarticulação econômica entre as várias regiões que compunham o antigo império espanhol.
  • Caudilhismo, lutas internas, dependência econômica externa foram resultados desta situação.

Problematização:
  • O subdesenvolvimento atual dos países latino-americanos se deve basicamente à herança colonial? Ela é uma camisa de força insuperável? A independência dos paises latino-americanos foi uma conquista de todo o povo ou basicamente dos criollos?
  • É importante que o aluno perceba as estruturas determinantes, as tendências de longa duração, as heranças do passado. A explicação do subdesenvolvimento está no nível das determinações estruturais, mas deve-se tomar cuidado para não cair em um determinismo absoluto. É importante que se passe para o aluno que nós herdamos condicionantes do passado, mas a nossa ação no presente pode mudar tendências, resolver problemas; enfim, cabe também a nós construir a história. O passado, por mais responsável que seja pelas mazelas do presente, não pode ser um álibi eterno para o conformismo, a inoperância, a descrença na própria ação e no futuro.

Conceitos chaves:
  • O capítulo favorece o desenvolvimento do conceito de independência. A dependência econômica dos países latino-americanos em relação à Inglaterra impede que os consideremos soberanos politicamente?
  • Outra questão conceitual importante que deve ser trabalhada é a do papel do indivíduo na história. O exemplo da lição é Simon Bolívar. O seu plano não tinha possibilidades de ser realizado? Uma América unida contrariava “os fatores estruturais determinantes”, sendo portanto irrealizável, ou era uma possibilidade real se mais líderes pensassem como Bolívar?
  • Queremos lembrar ao professor que ao contrário do que muitos defendem, aulas de História podem e devem ser também momentos para se discutir valores, princípios éticos, questões morais. Não devemos falsear a história para adequá-la aos nossos valores, mas aprender com ela significa também fazer julgamentos, condenar ou exaltar as ações dos homens do passado. Se o estudo da História tem um papel na formação da cidadania, ele tem que ser visto desta forma.
  • A nossa experiência em sala de aula permitiu-nos observar que os alunos, espontaneamente, tendem a fazer julgamentos. São, inclusive, uma demonstração de envolvimento, de interesse pela disciplina e não devem ser desestimulados. Precisamos, sim, ajudar os nossos alunos a terem julgamentos cada vez mais criteriosos.

Esquema de aulas expositivas:
1. A independência da América Espanhola
• A ocupação da Espanha por Bonaparte
• As lideranças criollas na América Espanhola
• San Martín e Simon Bolívar
• O Congresso do Panamá
• O caso mexicano com Itúrbide
• Um balanço da América independente

49 – A Idade Contemporânea: Brasil, a emancipação política

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Explicar a independência do Brasil destacando os grupos sociais, portugueses e brasileiros, nela envolvidos.
  • O objetivo do capítulo é apresentar os principais atores envolvidos na nossa independência política. São indivíduos (D. Pedro, D. João, Napoleão, José Bonifácio,.), mas são, principalmente, grupos sociais (comerciantes portugueses, grandes proprietários de terras, o povo simples que se alistou nas forças baianas para expulsar as forças portuguesas, os populares que aclamaram D. Pedro...), instituições (Cortes Portuguesas, Santa Aliança, Assembléia Nacional Constituinte,,.), nações (Portugal, Inglaterra, Estados Unidos).
  • Pretendemos, neste capítulo, combinar a narração dos episódios com a explicação estrutural dos mesmos. Procuramos evitar um equivoco cometido por muitos livros didáticos: apresentar uma história sem fatos. Estruturas econômicas, forças produtivas, classes sociais, conjuntura política, relações de produção. Estes conceitos foram obtidos através da análise de um volume fantástico de dados concretos, episódios reais, e são os pontos de chegada. Uma vez estabelecidos, são pontos de partida para novas investigações, novas pesquisas, recolhimento e sistematização de informações. Mas, nas primeiras etapas de estudo, abusar do uso de conceitos esvaziados dos elementos brutos que permitiram a sua construção não contribui para a formação de uma consciência histórica. Ao nosso ver, pode levar a noções erradas sobre a história. O sistema colonial é uma construção teórica levada a cabo para ordenar fatos e dados brutos em um todo coerente. Não é parte da realidade estudada como o são as pessoas, os lugares, os navios, as casas, as ruas, as plantações, os acontecimentos. A existência destes não necessita daqueles, que podem, inclusive, ser substituídos por outros.
  • Apesar disso, muitos livros didáticos apresentam mais conceitos e análises interpretativas do que material a ser interpretado. Os fatos não falam por si, mas sem fatos e sem as pessoas que protagonizaram estes fatos não há história. A tarefa mais árdua de um professor de História, e, por extensão, de um autor de livros didáticos, é combinar de maneira equilibrada um volume de informações factuais com uma interpretação coerente e uso adequado dos conceitos que permitem esta interpretação.
  • No capítulo em questão, atente-se, por exemplo, para o subtítulo O grito do povo na boca de D. Pedro. Ele mostra a dimensão coletiva de um episódio ligado a um personagem específico. O grito não teria, por si, o poder de alterar urna situação de dependência se atrás dele não estivesse a ação e a vontade de milhares de brasileiros.
  • O volume de informações disponíveis sobre cada assunto e os conceitos construídos pelos especialistas são praticamente ilimitados. Fazer a escolha sobre o que incluir e o que omitir é sempre um dilema. Por esta razão, é muito fácil encontrar lacunas, imprecisões, omissões, distorções em um livro didático. Difícil é torná-lo útil na sala de aula; tarefa que depende muito mais do professor do que do livro que ele utiliza.

Temas centrais:
  • Em 1820 eclodia a revolução Liberal do Porto, em Portugal. O povo lusitano expulsou o regente inglês Beresford e exigiu uma Constituição, o retorno de D. João e a recolonização do Brasil.
  • Cedendo às pressões, D. João retornou a Portugal, deixando seu filho D. Pedro como regente no Brasil. Este seria pressionado pela burguesia portuguesa, que, através das Cortes, tomava medidas buscando restabelecer o pacto colonial.
  • Diante da possibilidade de recolonização, os mais diversos setores da sociedade brasileira uniram-se no Partido Brasileiro ou Partido da Independência.
  • Em janeiro de 1822, o regente afirmava sua decisão de permanecer definitivamente no Brasil. Era o Dia do Fico.
  • Em maio, D. Pedro estabelecia que as decisões das Cortes portuguesas só vigorariam no Brasil recebendo o seu “cumpra-se”.
  • Em junho, o regente convocava uma Assembléia Constituinte e Legislativa.
  • A 7 de setembro de 1822, D. Pedro declarava rompidos os laços com Portugal.
  • A independência pouco mudou a situação do Brasil. Da dominação portuguesa declarada passou- se à dominação mais sutil da Inglaterra.
  • A estrutura de produção no Brasil manteve-se inalterada. Continuou sendo agrária, monocultora, escravista e exportadora.

Problematização:
  • Como se explica o fato de nossa independência ter sido proclamada por um governante português?
  • Por que o Brasil, ao se libertar de Portugal não deu liberdade também a seus escravos?
  • Os imigrantes tinham idéia da vida que os esperava no Brasil?
  • Propor aos alunos que escolham um dia de sua vida e façam um relato de suas ações, pensamentos, divertimentos, etc. Depois, analisem as possíveis interferências de cultura não-brasileira no seu cotidiano.
  • O Brasil é um país independente? O que significa isto? Qual é a diferença fundamental entre o Brasil de antes e de depois da separação de Portugal?
  • Estas questões permitem discutir os limites da independência e identificar os fatores responsáveis por eles. Pode-se tomar como ponto de partida dois itens: A independência custou muitas vidas e A independência custou muito dinheiro.
  • Lembrar a falsa crença de que a nossa independência foi pacífica.

Conceitos chaves:
  • Monarquia absoluta e liberalismo são os conceitos passíveis de serem desenvolvidos neste capítulo. Algumas contradições tratadas no texto ajudam neste trabalho: o liberalismo das Cortes portuguesas não as impediu de tentar recolonizar o Brasil; as idéias de liberdade usadas pela elite brasileira como arma na luta pela independência não a impediu de conviver com a escravidão. Há maior coerência da ação dos grupos sociais com os seus interesses do que com as idéias que dizem adotar.

Esquema de aulas expositivas:

A independência do Brasil

1. A volta de D. João a Portugal
• A Revolução Liberal do Porto

2. A regência de D. Pedro
• O Partido Brasileiro
• O Fico
• O “Cumpra-se”

3. A proclamação da independência
• A atuação de José Bonifácio
• As medidas recolonizadoras
• O 7 de Setembro

4. Considerações sobre a independência

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Apresentação de um filme sobre a questão de independência política, relacionando-a com a dependência econômica.
2. Fazer uma pesquisa na sala de aula (ou em sua casa) levantando quantos e quais produtos de uso escolar ou doméstico foram produzidos fora do Brasil. A idéia é discutir relações econômicas internacionais e independência nacional, eixo do tema da independência brasileira em 1822.
3. Trazer um jornalista, um economista, um sociólogo para discutir a abertura comercial brasileira, relacionando-a com a Abertura dos Portos de 1810.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império - Independência - 17’11” – vídeo 14
    2. Brasil – Império – Primeiro Reinado, Regências e Segundo Reinado – Rebeliões no Império – 17’47” – vídeo 18
   Roteiro:
                  _ Características do Brasil no século XIX:
                  _ Situação de Portugal após a volta de D. João VI:
                  _ A ida de deputados brasileiros à Corte Portuguesa e suas idéias:
                  _ A campanha do Fico:
                  _ A proposta de José Bonifácio:
                  _ A independência:
                  _ As resistências à independência:
                  _ D. Pedro e a Assembléia Constituinte:
                  _ A Constituição de 1824 e suas conseqüências:
                  _ A Confederação do Equador:
                  _ O reconhecimento da independência por parte de Portugal:
                  _ A disputa pelo trono português:
                  _ A morte de Líbero Badaró e a Noite das Garrafadas:
                  _ A abdicação de D. Pedro I:
                  _ As regências:
                  _ A Cabanagem:
                  _ A Guerra dos Farrapos:
                  _ A campanha pela maioridade de D. Pedro de Alcântara:
                  _ A ação do duque de Caxias:
                  _ A Revolução Praieira:

50 – A Idade Contemporânea: Brasil, O Primeiro Reinado

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar as dificuldades de consolidação de uma monarquia parlamentar no Brasil após a proclamação da Independência. O capítulo procura caracterizar essas dificuldades pelos atos de D. Pedro 1 e pelas contradições envolvidas na elaboração da nossa primeira Constituição.
  • Este capítulo foi construído em torno da idéia de Constituição. Ele quis mostrar que uma Constituição é o resultado de uma correlação de forças dos grupos sociais. Ela é um espelho dos poderes estabelecidos na sociedade civil. A luta começa antes mesmo da sua elaboração. No caso da primeira Constituição brasileira, os primeiros derrotados foram aqueles que sequer estavam representados na Assembléia Constituinte, ou seja, a imensa maioria do povo brasileiro. Mas, como é fácil os alunos perceberem pelo texto, a própria elite brasileira foi derrotada pelo imperador e o seu grupo. A médio prazo esta mesma elite daria o troco ao imperador e o derrubaria do poder.
  • Efetivada a separação de Portugal, tratava-se de organizar a nova nação, e isto foi feito de acordo com os interesses de quem se mostrou mais poderoso. De alguma forma esta organização, expressa na Constituição, traduz a estrutura de poder alicerçada na sociedade civil.
  • O estudo deste capítulo pode ser um modesto começo para os alunos aprenderem a descobrir por trás do politico, o social.

Temas centrais:
  • A aristocracia rural que participou do processo de independência não tinha interesse em modificar a estrutura social e econômica do país. Foram mantidos o escravismo, o latifúndio, a monocultura e a produção para exportação.
  • O povo brasileiro teve importante participação no processo de independência. A participação feminina, com Joana Angélica de Jesus e Maria Quitéria, teve um destaque especial.
  • Em todo o país ocorreram resistências ao rompimento com Portugal. O Pará e a Bahia foram as regiões onde a resistência portuguesa se manifestou com maior ímpeto. Nessas regiões, o número de comerciantes vinculados aos interesses portugueses era maior.
  • Rompidos os laços com a metrópole, afloraram as divergências entre as forças que se uniram em torno da independência. O Partido Brasileiro apresentava duas tendências: uma liberal e outra conservadora.
  • Em 1823, reuniu-se a Assembléia Constituinte; Antônio Carlos apresentou um projeto que ficou conhecido como a Constituição da Mandioca.
  • D. Pedro dissolveu a Assembléia Constituinte e impôs uma Carta à nação. Era a Constituição outorgada de 1824, cuja característica principal era o poder Moderador.
  • Em Pernambuco, a reação contra o absolutismo de D. Pedro resultou na republicana Confederação do Equador de 1824. Pernambuco foi apoiado por Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.
  • Destacaram-se como líderes do movimento Frei Caneca, Pais de Andrade e Cipriano Barata.
  • A repressão foi violenta, evidenciando o absolutismo de D. Pedro.
  • Foram vários os fatores que contribuíram para a abdicação de D. Pedro: - sua aproximação como Partido Português após a dissolução da Assembléia Constituinte; - a repressão à Confederação do Equador; - a crise econômico-financeira, que chegou ao auge com a falência do Banco do Brasil em 1828; - a Questão Cisplatina causando enormes gastos e perdas humanas; - a possibilidade de D. Pedro vir a ocupar o trono português; - a firme oposição realizada através da imprensa, resultando no assassinato de Líbero Badaró; - o conflito entre portugueses e brasileiros, conhecido como Noite das Garrafadas, que foi o estopim da abdicação.

Problematização:
  • Pode-se partir da seguinte idéia: D. Pedro amado no início e odiado no fim. Por que caiu tanto a popularidade de D. Pedro I? É sempre motivador fazer relações com fenômenos mais recentes da política brasileira: candidatos que foram eleitos com ampla maioria e de pois caíram rapidamente em desgraça, candidatos que perderam as eleições na reta final depois de algum escândalo...
  • É também pertinente comparar os grupos sociais existentes na sociedade brasileira daquela época com aqueles que estavam representados nos partidos políticos. Vai se verificar que a maioria não estava representada. Pode-se fazer o mesmo exercício com a sociedade atual Quem está mais representado? Quem está menos? Qual é a relação entre poder econômico e representação política?

Conceitos chaves:
  • Pode ser desenvolvido no capítulo o conceito de justiça enquanto expressão do direito positivo (o justo é o que está na lei) e como preceito moral. Nenhuma sociedade pode funcionar com base no segundo. Na sua vida social o cidadão deve agir de acordo com a lei e não de acordo com o que acha justo, pois isto criaria uma multiplicidade de comportamentos e não seria possível o convívio social.
  • Há situações problemáticas que podem ser objeto de discussão. É legítimo alegar motivos religiosos para não servir o exército, por exemplo?

Esquema de aulas expositivas:

O Primeiro Reinado

1. 0 Sete de setembro de 1822
  • As lutas pela independência: a contratação de militares estrangeiros (franceses e ingleses)
  • O reconhecimento da independência: Estados Unidos, o primeiro; a Inglaterra e o reconhecimento português

2. A organização política do Estado brasileiro
  • A Constituição da Mandioca
  • A Carta outorgada de 1824
  • A Confederação do Equador

3. O declínio do Primeiro Reinado
  • D. Pedro I x Aristocracia
  • A Guerra da Cisplatina
  • A questão sucessória portuguesa
  • A abdicação de D. Pedro 1

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Elaborar um cartaz contendo, com letras bem destacadas, a parte da atual Constituição referente aos direitos e garantias individuais. Discutir tais pontos da Constituição em classe, comparando-os com os da Constituição da Mandioca. O professor deverá estimular a discussão de exemplos da vida real, avaliando que pontos da Constituição são ou não cumpridos atualmente.
  • Assistir ao filme Carlota Joaquina. Se for possível uma sessão em grupo, o professor poderá interromper a projeção nos momentos mais marcantes para comentários e discussões. Posteriormente, solicitar aos alunos que façam um trabalho escrito sobre a situação brasileira enfocada no filme.
  • Comparar a Constituição de 1824 com a atual (1998) e produzir 2 constituições para a escola, uma outorgada e outra promulgada, com 10 títulos cada e 3 parágrafos em cada título. Apresentação sintética do trabalho.
  • Analisar a atividade de legislador e qual o seu perfil ideal. Analisar a importância de uma constituição e escolher o tipo ideal. Refletir sobre a necessidade da escola possuir uma constituição e como ela deveria ser elaborada.
  • Comparar o que aconteceu com o governo de D. Pedro I e com o que pode acontecer com as sociedades (países, cidades, escolas, famílias) autoritárias e democráticas.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império – Primeiro e Segundo Reinado - Museu Imperial de Petrópolis - 20'00" – vídeo 05
    2. Brasil – Império – Primeiro e Segundo Reinados - Os reinados - 16’36” – vídeo 14

51 – A Idade Contemporânea: Brasil, o período regencial

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Caracterizar a época regencial como um período de instabilidade política agravada pela crise econômica e social.
  • As revoltas que assolaram o país e ameaçaram a sua unidade atestam a profundidade da crise.
  • Durante o período regencial, o Brasil esteve ameaçado de se fragmentar em várias nações, como ocorreu com a América espanhola. O objetivo deste capítulo é analisar os fatores que explicam esta onda de revoltas que envolveu o país. É bom frisar que o Brasil estava nascendo como nação soberana. Estava ainda em jogo como seria a organização política do país. A queda de D. Pedro representou uma rejeição do absolutismo monárquico, mas a questão do centralismo político permaneceu. As províncias reclamavam maior autonomia, O Norte, o Nordeste e o Sul reagiam à hegemonia nascente do Sudeste e ao centralismo do governo do Rio de Janeiro.
  • Para complicar as questões políticas, havia a crise econômica, Os nossos produtos de exportação sofriam forte concorrência no mercado externo. O Estado brasileiro já nasceu endividado, resultado das despesas com a independência.
  • Porém, o mais importante do capítulo é a emergência na cena política de setores sociais excluídos: camponeses, posseiros, trabalhadores rurais, escravos e ex-escravos, cafuzos, mulatos, peões, artesãos. A disputa política no seio da elite acabou envolvendo as camadas subalternas da sociedade e as revoltas adquiriram cunho social, verdadeiras lutas de classe. Este é o caso da Cabanagem e da Balaiada, revoltas no curso das quais a elite perdeu o controle da situação.
  • O professor deve explorar o significado de restauração da ordem e pacificação do país: vitória da elite contra as massas e os setores médios (liberais radicais) e conciliação das elites em nome da estabilidade política e social, O progresso econômico trazido pelo café consolidou esta estabilidade.
  • Depois de um período de efervescência revolucionária, iniciado no final do século XIX, entramos em uma fase de estabilidade. Preservou-se o monopólio político dos latifundiários, a monarquia, a escravidão e a unidade política da ex-colônia portuguesa.

Temas centrais:
  • Á A aristocracia rural conduziu a oposição a D. Pedro 1, que culminou em sua abdicação a 7 de abril de 1831, em favor de seu filho de cinco anos de idade.
  • As classes populares foram utilizadas pelas camadas dominantes para a derrubada de D. Pedro; entretanto, nada lucraram com o novo governo.
  • O período regencial (1 831-40) significou a ascensão política da aristocracia rural.
  • Três correntes atuaram na cena política: a) restauradores ou caramurus — representavam a tendência mais conservadora, queriam a volta de D. Pedro 1 ao trono; líderes: os irmãos Andrada; b) exaltados ou farroupilhas — representavam as camadas urbanas, eram em sua maioria republicanos; queriam autonomia para as províncias; líder: Borges da Fonseca; c) moderados ou chimangos representavam a aristocracia rural; eram favoráveis à monarquia não-absolutista e à centralização do poder; dominaram o poder político no período regencial; líderes: Evaristo da Veiga e padre Feijó.
  • Os principais fatos do período regencial foram: a) Regência Trina Provisória: abril a julho de 1831. Componentes: Nicolau de Campos Vergueiro, Joaquim de Campos e Francisco de Lima e Silva; b) Regência Trina Permanente: 1831-5. Composta por: José da Costa Carvalho, Bráulio Muniz e Francisco de Lima e Silva, O ministro da Justiça era o padre Feijó; c) Criação da Guarda Nacional em 1831, em cujo comando estava Feijó; d) Código de Processo Penal, promulgado em 1832, que dava ampla autonomia judiciária aos municípios. e) Em 1833, os moderados no poder reprimiram os restauradores e José Bonifácio foi preso e destituído da tutoria. d) O ato adicional de 1834 estabeleceu a regência única e deu autonomia às províncias; e) Regência Una de Feijó: 1 835-7. Feijó representou os moderados, mas encontrou oposição no Parlamento e renunciou. f) Regência Una de Araújo Lima: 1837-40. Araújo Lima representou os conservadores e lutou pela centralização política. g) Originaram-se dois partidos, que vão caracterizar o Segundo Reinado: Partido Liberal e Partido Conservador. h) Golpe da maioridade em 1840, como solução para a instabilidade que reinava no país. i) O período regencial caracterizou-se por rebeliões locais que buscavam a autonomia provincial.
  • As rebeliões tiveram intensa participação popular e foram as seguintes:
  •  Cabanagem, no Pará (1 835-40): a)A independência não trouxera melhoria devida para a população pobre do Pará, que morava em cabanas às margens dos rios (daí o nome de cabanos). Após a abdicação iniciou-se um período de grande agitação popular. B)  Em 1833, o governo central nomeou Lobo de Sousa para presidente da província e este tomou medidas violentas para bloquear as agitações. O movimento gerou líderes como Clemente Malcher, irmãos Vinagre, Angelim e Lavor. C) Em 1835, um movimento armado depôs Lobo de Sousa e estabeleceu novo governo chefiado por Malcher. Lutas internas e traições enfraqueceram o governo cabano e facilitaram a repressão. Os cabanos no interior organizaram-se novamente e retomaram Belém, proclamando a República. D) Em 1836 chegou ao Pará nova esquadra que iniciou violenta repressão. Os cabanos resistiram até serem esmagados pelas forças regenciais. E) Foi o único movimento popular do Brasil em que as camadas populares ocuparam o poder.
  • Á Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul (1 835-45): a) Foi a mais longa guerra civil, promovida pela classe dominante gaúcha: os estancieiros. Em 1835, o governo central elevou os impostos do charque, principal produto da região. B) Em 1836, Bento Gonçalves, liderando o movimento dos gaúchos, proclamou a República de Piratini. C) Garibaldi e Canabarro expandiram o movimento e, em 1839, proclamaram a República Juliana, em Santa Catarina. D) Caxias foi enviado para dominar os farrapos. Canabarro entrou em acordo com Caxias em 1845.
  • Á Sabinada, na Bahia (1 837-8): a) O médico Sabino Rocha Vieira foi o líder do movimento e proclamou a República Baiense, em 1837, reprimida firmemente pelo governo.
  • Balaiada, no Maranhão (1 838-41): a) Teve como líderes Raimundo Gomes, Francisco dos Anjos, fazedor de balaios, e o negro Cosme. Foi controlada por Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias.

Problematização:
  • Por que o Brasil não se fragmentou como a América espanhola no processo de independência? O “Brasil Gigante” é obra de quem? Caxias, o pacificador, é uma das figuras “heróicas” da nossa história exatamente por isso.
  • Essas questões costumam motivar os alunos e encaminham o raciocínio para o sentido mais profundo dos acontecimentos históricos. Ver o que comentamos mais acima sobre o julgamento moral dos eventos históricos.

Conceitos chaves:
  • O capítulo é propício para se trabalhar o conceito de revolta social. O que significa dizer que uma revolta adquiriu sentido de contestação social?
  • Outra questão conceitual importante é a de ordem. O que significa restaurar a ordem? O que é na verdade a desordem? As discussões podem partir dos subtítulos dos capítulos.




Esquema de aulas expositivas:

O Período Regencial

1. A Regência Trina Provisória

2. A Regência Trina Permanente
• A Guarda Nacional
• As correntes políticas: restauradores, moderados e exalta dos
• O Ato Adicional de 1834

3. A Regência Una de Feijó
• Progressistas x Regressistas
• A renúncia de Feijó (1837)

4. A Regência Una de Araújo Lima
• O ministério das capacidades
• A Lei Interpretativa do Ato Adicional (1840)
• O Clube da Maioridade e o golpe

5. As rebeliões regenciais: razões e resultados
• A Cabanagem (PA)
• A Sabinada (BA)
• A Balaiada (MA)
• A Farroupilha (RS)

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Fazer um quadro indicando os substitutos legais do prefeito e do vice-prefeito, do governador e do vice- governador, do presidente e do vice-presidente, na ausência deles. Discutir com a classe.
2. Fazer uma pesquisa mais apurada sobre uma revolta que tenha ocorrido na região (quando for o caso), e elaborar “notícias’ sobre ela.
3. Visitar um museu que possua indicadores do período regencial, e depois apresentar a classe um relatório do que foi visto.
4. Levantar dados biográficos de algum personagem regencial importante da sua região.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império – Primeiro Reinado, Regências e Segundo Reinado – Rebeliões no Império – 17’47” – vídeo 18
Roteiro:
                  _ Características do Brasil no século XIX:
                  _ Situação de Portugal após a volta de D. João VI:
                  _ A ida de deputados brasileiros à Corte Portuguesa e suas idéias:
                  _ A campanha do Fico:
                  _ A proposta de José Bonifácio:
                  _ A independência:
                  _ As resistências à independência:
                  _ D. Pedro e a Assembléia Constituinte:
                  _ A Constituição de 1824 e suas conseqüências:
                  _ A Confederação do Equador:
                  _ O reconhecimento da independência por parte de Portugal:
                  _ A disputa pelo trono português:
                  _ A morte de Líbero Badaró e a Noite das Garrafadas:
                  _ A abdicação de D. Pedro I:
                  _ As regências:
                  _ A Cabanagem:
                  _ A Guerra dos Farrapos:
                  _ A campanha pela maioridade de D. Pedro de Alcântara:
                  _ A ação do duque de Caxias:
                  _ A Revolução Praieira:

  • Textos:
    1. Regências – textos – 18 cópias – arquivo caixa 004

52 – A Idade Contemporânea: A Revolução Industrial

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar as condições históricas que engendraram a Revolução Industrial
            inglesa e suas repercussões no mundo do trabalho.
  • O professor pode retomar o assunto: a Inglaterra despontava como potência enquanto Portugal (e também a Espanha) declinavam. A economia inglesa tomava um rumo oposto à dos países ibéricos, e a Inglaterra passava do capitalismo comercial para o industrial. Uma mudança qualitativa, uma verdadeira ruptura. A organização da produção, as relações de trabalho, a tecnologia, a forma de distribuir a riqueza, a distribuição da população entre a zona rural e a urbana, tudo mudou. Embora essas mudanças só possam ter ocorrido de foram lenta, o processo recebeu o nome de Revolução Industrial. O importante é o aluno assimilar algumas informações básicas para o entendimento do conceito em um nível mais abstrato. Comércio de lã, pirataria, cercamentos, manufaturas, parlamentarismo, inovações técnicas, criação de um mercado mundial.  Não é fácil para o aluno articular num conjunto todas essas informações. O importante é que ele perceba que as mudanças em um setor tinham repercussões em outros, acelerando o processo de industrialização.
  • É importante também antecipar uma contradição básica gerada pela Revolução Industrial: a que opõe industriais e operários. Ela será um dos componentes fundamentais dos conflitos da história contemporânea.
  • Nesta unidade se falará muito sobre a Inglaterra e a indústria, Isto porque os interesses ingleses e os efeitos da industrialização terão reflexos mundiais, particularmente na Europa e na América.
  • Mostrar a consolidação do capitalismo na Inglaterra pela expansão industrial
  • Essa consolidação se deu pela urbanização, progresso técnico, inovação nos meios de transportes e incorporação de novos setores econômicos na dinâmica industriaL
  • Sem nunca deixar de lado dados e informações concretas, o capítulo quer propiciar ao aluno uma compreensão da passagem do capitalismo comercial para o industrial. A burguesia ascendeu social e politicamente através do comércio. Inicialmente, o seu lucro era obtido nas trocas. A produção estava nas mãos de artesãos, camponeses, senhores de terras, donos de escravos, corporações de oficio. As leis, as normas de trabalho baseadas no costumes e os monopólios obstaculizavam os empreendimentos capitalistas.
  • A Revolução Industrial significou investimentos diretos na produção de bens. O lucro era buscado não só na troca de mercadorias, mas na produção mais rápida e eficiente, Quando a burguesia voltou os seus investimentos pan a produção, uma verdadeira revolução tecnológica se processou. Isto alterou todo o processo produtivo. As próprias relações de produção serão outras: generaliza-se o trabalho assalariado. A cidade supera o campo como principal área de produção. A agricultura, por sua vez, se revoluciona com as novas máquinas e as novas relações de trabalho. A partir da Inglaterra, a industrialização atinge outros países, mas os ingleses ainda deterão a primazia por muito tempo.
  • Queremos lembrar que estas questões não podem ser passadas aos alunos neste nível de abstração, pois elas supõem o domínio de uma massa de informações que eles não possuem. É durante a vida escolar que eles devem obtê-las e, assim, adquirir condições de fazer generalizações cada vez mais abstratas.

Problematização:
  • Você usa produtos feitos manualmente e exclusivos ou produtos industrializados produzidos em série? Ou os dois? Comente.                        
  • Qual dos destes produtos é melhor? Qual é o mais caro? Qual gera mais empregos? Comente.
  • Quem precisa conhecer melhor o processo de produção, o artesão ou o operário de uma fábrica? Explique.                           
  • O operário trabalha e produz riquezas. Quem deve ficar com o lucro de seu trabalho? Ele ou o dono da fábrica? Como deve ser essa divisão da riqueza?
  • Compare a situação do proletariado no começo da revolução Industrial com as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores do Brasil de hoje. Comente.
  • A divisão do trabalho significa especialização de tarefas. O que é mais interessante para uma pessoa, que ela se especialize numa atividade ou que adquira múltiplas capacidades? Justifique.
  • As indústrias são importantes para a vida econômica de nossa cidade? Existem muitas indústrias nela? Como vivem os trabalhadores?
  • Desde quando existem indústrias?
  • O que caracteriza o trabalho industrial?
  • Quais foram as primeiras máquinas instaladas em indústrias? Em que setor? Em que país?
  • Se possível, exibir trechos dos filmes Germinal ou Tempos modernos, O que há de comum e de diferente entre a vida dos trabalhadores retratados nos filmes e os operários de hoje?
  • Embora vivamos num mundo eminentemente industrializado, há atividades artesanais? Onde? Em que setores?
  • É possível haver atividades artesanais em todos os setores industriais? Por quê?
  • Desenvolvimento capitalista e industrialização, no fundo, significam a mesma coisa? Seria possível um desenvolvimento industrial não capitalista?
  • O progresso técnico se tornou contínuo desde a industrialização inglesa e é possível citar inúmeros exemplos atuais de “verdadeiras revoluções tecnológicas” trazidas pela aplicação de conhecimentos científicos na produção. Diante disso, é possível ainda justificar o termo revolução para o pro cesso de industrialização?
  • Talvez os alunos consigam vislumbrar que neste caso o conceito de revolução está ligado à implantação de uma nova lógica na organização da produção e da própria sociedade. A lógica do lucro e da produção de mercadorias passa a submeter o planejamento do Estado, a educação, a ciência, o lazer etc. É a emergência do mundo da mercadoria. No capitalismo tudo tende a se transformar em mercadoria. A própria força de trabalho se tomou mercadoria e a maior desgraça para o trabalhador é não conseguir vendê-la.
  • O que é capitalismo?
  • Quem é capitalista? Há pessoas ou nações que não são capitalistas?
  • O que vale e o que não vale dinheiro em nossa sociedade?
  • Dinheiro e capital são a mesma coisa?
  • Assistir com a classe ao filme Tempos modernos.
  • Quais são os efeitos da introdução do computador na produção? Quais os exemplos que poderiam ser citados? As questões ajudam o professor a mostrar que existem vítimas do progresso capitalista: camponeses e artesãos na Inglaterra do século XVIII, muitos operários especializados que perdem o emprego na atualidade, O aluno voltará a discutir isso nas séries seguintes.

Conceitos chaves:
·       É possível trabalhar o conceito de indústria. Existe uma noção abrangente de indústria, a qual inclui até os objetos feitos pelo homem pré-histórico: indústria neolítica, lê-se nos livros especializados. Neste sentido, toda ação transformadora do homem sobre a natureza, que resulta em objetos para o seu uso, é uma atividade industrial.
  • Em um sentido mais restrito, indústria é uma forma de produzir criada a partir da Revolução Industrial. Ela envolve o uso de máquinas, emprego de energia não-muscular, produção em série, divisão do trabalho, relações assalariadas... Pro duto industrial, neste sentido, se opõe a artesanato.
  • O capítulo se presta ao aprofundamento da compreensão do que seja o capitalismo. Embora o conceito já tenha sido trabalhado em outras séries, é possível agora atingir um nível de generalização e abstração maior. Outro termo interessante de ser explorado é a consolidação do capitalismo.

Esquema de aulas expositivas:
1. A Revolução Industrial
• Uma definição: maquinofatura e maturidade capitalista
• As razões da Revolução Industrial
• O pioneirismo inglês
• As fases da Revolução Industrial
- Primeira (1760-1850): ferro, tecidos e vapor
- Segunda (depois de 1850): aço, eletricidade, petróleo e expansão
• Os resultados da Revolução Industrial

Sugestões de atividades e avaliações:
Sugerimos que no desenvolvimento deste capítulo, você organize dois estudos do meio. Um deles em uma oficina, onde a compra de matéria-prima, a produção e a distribuição sejam realizadas pelo proprietário; o outro em uma fábrica, onde trabalhadores e proprietários estejam totalmente dissociados. Será necessário conhecer os locais com antecedência para programar a visita dos alunos.
Apresentamos dois roteiros que poderão servir de referência para esse trabalho. Para o esclarecimento de dúvidas dos alunos, é interessante elaborar e classificar, em conjunto com a classe, as questões mais pertinentes diante da realidade que irão pesquisar.
A pesquisa pode ser complementada por entrevistas com operários ou discussões com donos e dirigentes de empresas. Pode contar ainda com a colaboração de sindicalistas.
Roteiro para o estudo de fábricas
1. Nome da empresa:
2. Local:
3. Número de empregados:
4. Capital da empresa: familiar, sociedade limitada ou sociedade anônima
5. Origem da empresa: brasileira ou multinacional
6. Possui outras unidades? sim( )       não( )  Onde? ________________________
7. O que produz?
8. Atende ao mercado: interno ( ) externo ( )
9. Tem relações comerciais com o Mercosul? sim( ) não( ) Com quais países?
10. Qual(is) a(s) matéria(s)-prima(s) utilizada(s)?
11. Se a empresa utiliza produto(s) natural(is) renovável(is), onde e como o(s) adquire?
12. O processo produtivo gera algum resíduo sólido ou líquido? Qual?
13. Existe alguma forma de tratamento desses resíduos? Qual(is)?
14. Máquinas e equipamentos: nacionais ( )  importados ( )
15. Se multinacional, quais as principais funções dos profissionais estrangeiros? E dos brasileiros? Há diferenças? Quais?
16. Descreva o processo de produção.         
17. Qual a jornada de trabalho dos empregados? Quantos dias folgam por semana?
18. Quais os benefícios que a firma concede aos empregados quanto a saúde e educação?
19. Qual é o grau de instrução da maioria dos operários?
20. De qual sindicato os trabalhadores fazem parte?
21. Eles possuem comissão de fábrica? Como funciona?
22. Há trabalho(s) terceirizado(s)? Qual(is)?

Roteiro para o estudo de oficinas
1. Nome do estabelecimento:
2. Local:
3. Artigo(s) fabricado(s):
4. Onde e como é(são) vendido(s):
5. Matéria(s)-prima(s) utilizada(s):
6. Principais instrumentos, máquinas ou ferramentas utilizados na produção:
7. Como é a divisão do trabalho na oficina: todos os trabalhadores participam de todo o processo de trabalho, desde a compra da matéria-prima até a venda ou
distribuição do produto?
8. Como os trabalhadores aprenderam o oficio
9. Há familiares trabalhando?
10. Há crianças ou adolescentes trabalhando?

Material de Apoio:
  • Filmes:
    1. Revolução Industrial - Tempos Modernos - Trata-se do último filme mudo de Chaplin, que focaliza a vida urbana nos Estados Unidos nos anos 30, imediatamente após a crise de 1929, quando a depressão atingiu toda sociedade norte-americana, levando grande parte da população.
  • Vídeos:
    1. Geral - Idade Moderna - A Revolução Industrial - A Revolução Industrial nos EUA - 23'04" - vídeo 03
    2. Geral - Idade Moderna - A Revolução Industrial - A Revolução Industrial - 25'02" - vídeo 03
Roteiro:
                  _ Situação da Inglaterra antes da Revolução Industrial:
                        No campo:
                  Nas manufaturas:
                  _ Condição dos mestres e artesãos antes da Revolução Industrial:

                  _ Estilo de vida dos mestres e artesãos antes da Revolução Industrial:
                  _ Situação dos trabalhadores antes da Revolução Industrial:
                  _ Mudanças ocorridas na Inglaterra durante a Revolução Industrial:
                  _ Máquinas que contribuíram para a Revolução Industrial:
                  _ Evolução das máquinas:
                  _ Reação dos trabalhadores:
                  _ Surgimento da indústria moderna:
                  _ História da máquina ou motor a vapor:
                  _ Conseqüências da Revolução Industrial:
                   Nas cidades:
                   Para o capitalismo:
                   Para a Inglaterra:
                  _  Condição de vida na Inglaterra após a Revolução Industrial:
                   Para a classe rica:
                   trabalhadores:   a) homens:
                                                   b) mulheres e crianças:
                  _ Reformas trabalhistas:
                  _ Relação entre a produtividade dos trabalhadores e a máquina:
                  _ A Divisão do Trabalho e suas vantagens:
                  _ Comentários Finais:

    1. Geral – Idade Contemporânea - Revolução Industrial - 18’00” - vídeo 14
    2. Geral – Idade Contemporânea – Revolução Tecnológica - A lenda do cavaleiro sem cabeça – 118’17” – vídeo 17

53 – A Idade Contemporânea: A expansão da Revolução Industrial

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Descrever a expansão industrial pelo continente europeu, analisando os obstáculos que ela teve que superar. Ver o subdesenvolvimento econômico da maior parte do globo como associado à dificuldade de essas regiões se industrializarem Isso devido, entre outros fatores, à intervenção imperialista européia.
  • O capítulo relaciona a expansão da industrialização com a expansão do capitalismo e com a hegemonia européia no globo. A dominação de vastas áreas do mundo por potências européias obedeceu à lógica econômica do capitalismo: busca de mercados e fontes de matérias-primas.
  • É importante ressaltar o descompasso do desenvolvimento capitalista entre as diversas nações européias. A rivalidade entre as nações passa a traduzir a competição entre as diversas burguesias nacionais. As relações políticas internacionais entram na lógica da competição e do desenvolvimento capitalista. É em função deste “desenvolvimento desigual” que foi cunhada a noção de subdesenvolvimento. Deve-se destacar que as condições para o desenvolvimento capitalista na Europa não se repetiram na maioria dos países do mundo. Entre elas, a acumulação de capitais resultante da longa exploração colonial. Por esta razão, o subdesenvolvimento não deve ser entendido como uma fase primitiva do desenvolvimento capitalista, mas como o seu reverso. As intervenções armadas das potências européias na Ásia, África e América Latina mostram que não se tratava de uma simples competição econômica entre países, mas de imposições, pela força das armas, de interesses econômicos,
  • O mundo foi integrado pela força da expansão capitalista. Integração com participação, vantagens e poder de decisão muito desiguais. Foi constituído um mercado mundial e posto a funcionar no interesse das potências européias. O capítulo traz exemplos muito elucidativos: o desmantelamento da manufatura indiana, a Guerra do Ópio...

Problematização:
  • O Brasil é um país subdesenvolvido? Em desenvolvimento? A desigualdade econômica, tecnológica e militar entre os países sempre resulta em dominação e exploração? É. possível citar exemplos atuais a favor ou contra essa assertiva?


Conceitos chaves:
  • O capítulo permite aprofundar a compreensão dos conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento. É o subdesenvolvimento uma etapa necessária do desenvolvimento?
  • O subdesenvolvimento é uma barreira intransponível para os países atrasados do mundo? Há um só caminho ou vários para o desenvolvimento? Desenvolvimento se confunde com crescimento econômico?

54 – A Idade Contemporânea: Revoluções Liberais do século XIX

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Analisar as revoltas ocorridas na Europa entre 1820 e 1856. Elas são apresentadas como resultado das contradições sociais geradas pela industrialização, pela ascensão da burguesia, pelo crescimento da classe média e do operariado e pelo choque das idéias liberais com os valores tradicionais ligados ao regime absoluto, à nobreza e à Igreja.
  • Os movimentos revolucionários ocorridos na Europa entre 1820 e 1850 foram gerados pela industrialização e pela ascensão burguesa. Temos revoltas que se fazem em favor dos ideais burgueses de sociedade: contra a nobreza, o absolutismo, os privilégios de nascimento, a influência da Igreja. Mas outras já se fazem contra a ordem burguesa. Era a idéia de liberdade e igualdade invadindo o social e o econômico, não apenas o jurídico. Da igualdade formal para a real. Se todos são iguais, porque não estender o direito de voto para todos os cidadãos?
  • Este período revolucionário significou a etapa final de um conflito: aquele entre a ordem burguesa e a ordem do Antigo Regime. Mas significou o início de um conflito novo, próprio da sociedade urbano-industrial: o operariado contra a ordem burguesa.
  • O importante é o aluno começar a perceber que, historicamente, o desenvolvimento capitalista trouxe novas situações e novos problemas.
  • As guerras entre países obscurecem o sentido social destes conflitos. A França em guerra contra a Inglaterra mascara a luta interna entre burguesia e nobreza e a rivalidade externa entre as duas burguesias nacionais. Nas guerras externas da Idade Contemporânea conseguiu-se transformar os interesses de classe em interesses nacionais. Neste sentido, as revoluções internas são mais explícitas. Desnudam as contradições sociais inconciliáveis.
  • O capítulo, todavia, procura não simplificar em demasia o significado das revoltas. A sociedade não apresenta, como nos modelos teóricos, a oposição simples burgueses X proletários, nobreza X burguesia. A burguesia não é uma classe uniforme. Existem contradições entre os diversos setores: industriais, banqueiros, produtores rurais, comerciantes, importadores, exportadores. O mesmo se pode dizer com relação aos trabalhadores e aos setores médios. Na questão do conflito de interesses a oposição também não é simples. É possível mostrar que o crescimento econômico traz vantagens materiais para outras classes sociais que não apenas a burguesia. As alianças políticas são possíveis entre classes diferentes e, teoricamente, opostas, se observadas apenas no nível das estruturas mais gerais. Por esta razão, aprendemos a não apresentar ao aluno esquemas abstratos sem referências aos eventos históricos, como já tivemos oportunidade de advertir mais acima.
  • Queremos que o aluno aprenda a analisar os fatos, a buscar o sentido dos eventos e assim adquirir uma consciência histórica. O perigo é que ele adquira, não um raciocínio histórico, mas um esquema formal de enquadramento prévio de todos os acontecimentos.
  • Mostrar o desenvolvimento do ideal democrático no século XIX que contestava o predomínio político da burguesia. As classes médias e o operariado não
            aceitaram a sua exclusão das decisões políticas impostas pela burguesia.
  • Prolongar a análise feita anteriormente das novas contradições geradas pela industrialização e pela ascensão da burguesia. Os fatos e eventos históricos apresentados permitem mostrar como existe uma multiplicidade de fatores agindo simultaneamente, Nacionalismo, luta pela igualdade política, ideais republicanos contra a monarquia, luta operária contra a exploração capitalista.
  • Uma contradição fundamental a ser destacada é entre os interesses fundamentais da burguesia e os seus próprios princípios. As armas ideológicas dadas à burguesia pelo Iluminismo (liberdade, igualdade, representatividade e legitimidade do poder), para a sua luta contra o Antigo Regime, passaram a ser usadas contra ela.

Problematização:
  • Pode-se solicitar aos alunos que, observando a realidade brasileira atual, citem exemplos de conflitos. Eles podem ser de diversas naturezas: salariais, fundiários, políticos, regionais, de valores, É possível estabelecer alguma analogia destes conflitos com os que forem aparecendo no texto. Observe-se que o processo de urbanização é relativamente recente no Brasil e ainda está em curso. O mesmo pode-se dizer da industrialização, do movimento operário, etc.
  • A igualdade política e jurídica é contraditória com a desigualdade social e econômica? Existem valores universais ou eles sempre se reportam a interesses de classe?

Conceitos chaves:
  • É possível desenvolver no capítulo os conceitos de classe e de interesse de classe. Os interesses de classe sempre têm um componente econômico? Em todos os conflitos que se manifestam na sociedade a explicação passa sempre pelos interesses de classe?
  • Como pode-se perceber, a discussão procura desenvolver no aluno uma prevenção contra esquemas explicativos sem base nos fatos. No fundo, trata-se da relação entre conceitos e fenômenos observados. O conceito deve permitir a observação e a apreensão do fenômeno e não ser uma explicação que acaba por dispensar o próprio fenômeno.
  • Dois conceitos são muito usados no capítulo: liberalismo e democracia. Existe um subtítulo bastante significativo e polêmico que ajuda a trabalhar os conceitos: O liberalismo atacado pela democracia.
  • É interessante observar que tanto os princípios que fundamentaram a sociedade burguesa, como aqueles que a contestaram, tiveram a sua origem no Iluminismo. Formulados teoricamente eles se apresentam coerentes, mas na luta social e política são usados com sentidos diferentes e até opostos.


Esquema de aulas expositivas:
1. Inglaterra
• A Pax Britannica e a era vitoriana
• A Questão da Irlanda

2. França
• A Restauração dos Bourbons: Luís XVIII e Carlos X
• A Revolução Liberal de 1830 e o governo de Luís Filipe
• A Primavera dos Povos de 1848
• O governo de Luís Bonaparte
• O Segundo Império e a Guerra Franco-prussiana

55 – A Idade Contemporânea: O socialismo

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Analisar o nascimento do socialismo na Europa a partir das lutas operárias e da reflexão sobre as contradições da sociedade capitalista.
  • O capítulo é um exemplo da relação entre as experiências humanas e as idéias que se formulam para explicar o mundo e a sociedade. O nascimento das idéias socialistas está ligado às experiências concretas das lutas operárias. A produção intelectual, de alguma forma, tem relação com o mundo no qual vivem os intelectuais, O difícil é estabelecer estas relações, pois elas não são mecânicas. Não é algo semelhante a “diga-me como vives e eu te direi o que pensas”.
  • O século XIX estava cheio de fenômenos e problemas novos e os pensadores tentavam, com fórmulas antigas ou inéditas, encontrar explicações e soluções para elas. Essas idéias nascidas no século passado orientaram a ação e o pensamento de milhões de pessoas de lá para cá.

Problematização:
  • Vocês conhecem experiências de propriedade coletiva em que todos trabalham solidariamente: “um por todos e todos por um”?
  • A quem vocês acham que pertencem monumentos, edifícios públicos, ruas, praças e
      avenidas?
  • Quando essas áreas são depredadas e sujas, quem é o dono?
  • Quem é responsável por mantê-las limpas?
  • Já ouviram falar em revoluções socialistas? No que consistem? Onde ocorreram? Por quanto tempo duraram?
  • Você sabe o que é liberalismo?
  • E socialismo? Anarquismo? Essas correntes políticas têm algo em comum?
  • Quando e onde apareceram?
  • O que é ser anarquista?
  • Você já ouviu falar em um partido, pessoa ou economia liberal?
  • A igualdade social é ainda um valor a ser buscado ou é uma utopia nociva e causadora de desilusões e inquietações sociais? Qual é o valor das idéias socialistas hoje? Estão superadas pelos acontecimentos e pela experiência histórica?
  • Observando a sociedade brasileira atual, é possível afirmar que ela guarda alguma semelhança com a realidade social européia contemporânea do nascimento das idéias socialistas?

Conceitos chaves:
·       O conceito de socialismo pode ser trabalhado explorando os seus diversos significados: a) como um corpo de idéias para explicar os problemas da sociedade capitalista (neste sentido ressalte-se a diferença entre socialismo utópico e socialismo científico); b) como a forma de uma sociedade se organizar para produzir e distribuir a riqueza (aí merece ser discutida a existência histórica do socialismo); c) como uma doutrina política, consubstanciada na ação de diversos partidos no mundo todo que se intitularam socialistas.

Esquema de aulas expositivas:
1. As novas doutrinas sociais
• As condições sociais durante a Revolução Industrial
• O luddismo
• Os sindicatos e o cartismo
• As novas correntes de pensamento
- O socialismo utópico
- O socialismo científico
- O anarquismo
- O socialismo cristão




56 – A Idade Contemporânea: Brasil, o Segundo Reinado, aspectos políticos e econômicos

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar o quadro político brasileiro no Segundo Reinado: a participação política restrita à elite; o parlamentarismo monárquico às avessas; a prosperidade advinda do café garantindo uma certa estabilidade econômica e política.
  • O capítulo está construído em torno da idéia de que o Brasil fazia parte do mundo do capitalismo. O que acontecia na Europa tinha aqui reflexos diretos. O país nasceu e cresceu com a expansão européia. De certa forma, podemos dizer que somos um prolongamento da sociedade européia — língua, religião, sistemas políticos, costumes europeus que se aclimatara nos trópicos.
  • Contudo, essas semelhanças não devem obscurecer as diferenças essenciais, Os séculos de experiência colonial, marcados pelo latifúndio, escravismo, economia agrário-exportadora, deram ao Brasil uma configuração específica sem similar na Europa. As denominadas influências européias adquiriam no Brasil cores muito locais, o parlamentarismo, forma avançada de organização política, foi por nós adotado às avessas, o mesmo se pode dizer do liberalismo, das eleições, dos partidos políticos, dos direitos constitucionais etc. No Brasil eram coisas diferentes.
  • Um outro fato a ser destacado no capitulo é o papel transformador da economia cafeeira. Ela nasceu nos mesmos moldes da economia colonial, mas fatores diversos deram a ela um dinamismo modernizador.

Temas centrais:
  • O relativo liberalismo e a descentralização política do período regencial facilitaram a ocorrência de levantes sociais. Tanto conservadores como liberais viam na antecipação da maioridade de D. Pedro de Alcântara a forma de recuperar a estabilidade política.
  • Nos anos iniciais do governo de O. Pedro II, foram sufocadas as últimas rebeliões provinciais. A pacificação, no entanto, não conseguiu solucionar as divergências internas da aristocracia rural.
  • O primeiro ministério de D. Pedro II — chamado Ministério dos Irmãos — era formado por membros do Partido Liberal (1840-1). Nesse período foram convocadas eleições que, pela fraude e violência, passaram à história como “eleições do cacete”. Posteriormente realizaram-se as derrubadas.
  • Em março de 1841 os conservadores assumiram os postos ministeriais. Aprovaram algumas leis reacionárias que serviram de estopim para as rebeliões dos liberais de 1842.
  • Em 1844 os liberais reassumiram o ministério, mantendo-se no poder até 1848. Nesse período criou-se a tarifa Alves Branco (1844), que acabou com as taxas preferenciais que beneficiavam os ingleses em nossos portos. Em 1847 instituiu-se o cargo de presidente do Conselho de Ministros, surgindo no Brasil o chamado parlamentarismo “às avessas”: o Legislativo é que se subordinava ao Executivo.
  • Em 1848, o desgastado ministério liberal cedia lugar mais uma vez aos conservadores.
  • A revolução Praieira (1848-9) foi a última reação à consolidação da monarquia controlada pela aristocracia agrária. Em Pernambuco, o poder estava com os grandes latifundiários, principalmente a família Cavalcanti, que controlava também os partidos Conservador e Liberal. Os liberais autênticos e democratas organizaram-se a partir de 1842 no Partido da Praia, para lutar contra os latifundiários e principalmente contra os comerciantes portugueses. O setor mais radical liderou o movimento, imprimindo-lhe um caráter revolucionário, com grande participação popular. O movimento foi derrotado, consolidando-se a aristocracia rural.
  • Durante o Primeiro Reinado e o período regencial, nossa economia estava em crise devido à inexistência de um produto de expressão comercial.
  • A partir de 1840, o café passou a ser o centro de nossa economia, consolidando o Estado monárquico controlado pela aristocracia rural exportadora e escravista.
  • As principais transformações foram a estabilidade financeira, a implantação do mercado interno e a formação de uma nova aristocracia.
  • Na década de 1850, o Brasil passou por um surto industrial. Os fatores que propiciaram o surto foram: o fim do tráfico negreiro, a tarifa Alves Branco de 1844, a política de emissão monetária governamental e os lucros gerados pela expansão cafeeira,
  • O principal empresário da época foi Irineu Evangelista de Sousa, o barão de Mauá.
  • Entre 1835 e 1868 o quadro político brasileiro caracterizou-se pela conciliação partidária. Os liberais mais combativos foram afastados, ocorrendo um acordo entre liberais moderados e conservadores. Em 1869, os setores liberais mais progressistas fundaram o Partido Radical, que em 1870 se transformaria no Partido Republicano.
  • A política externa brasileira no Segundo Reinado foi caracterizada por alguns atritos com a Inglaterra (Questão Christie e pela intervenção nos países do Prata, para evitar sua unificação e garantir a livre navegação dos rios da região.
  • O Brasil interveio em 1851 no Uruguai, contra Oribe e, no mesmo ano, na Argentina, contra Rosas. Em 1864, ocorre nova intervenção no Uruguai contra Aguirre.
  • Entre 1864 e 1870, Brasil, Uruguai e Argentina formaram a Tríplice Aliança contra o Paraguai de Solano López. A grande beneficiada pelo conflito foi a Inglaterra, que, pelas mãos desses três países, eliminou a única resistência à sua hegemonia na América Latina.

Problematização:
  • Idéias fora de lugar. A cópia de modelos europeus revela uma ingenuidade imitativa das elites brasileiras ou estratégias de poder?

Conceitos chaves:
  • É possível trabalhar os conceitos de parlamentarismo, partidos políticos, representação política, divisão e autonomia de poderes. Isto pode ser feito através do confronto entre o significado formal destes conceitos e o seu conteúdo real no Brasil do Segundo Reinado.


Esquema de aulas expositivas:

A Política do Segundo Reinado

1. A política interna
• Liberais x Conservadores
- Eleições do cacete
- As “derrubadas”
- A Revolução Liberal de 1842
• O parlamentarismo brasileiro
- O primeiro-ministro ou presidente do Conselho de Ministros
- O “parlamentarismo às avessas”
• A Revolução Praieira Pedro Ivo
• A conciliação: liberais + conservadores

2. A política externa
• Brasil x Inglaterra
- A Questão Christie
- Tarifa Alves Branco
- O Bill Aberdeen
- O desfecho do conflito
• Brasil x Oribe do Uruguai e Rosas da Argentina
- B x Cobrados
- Os gaúchos e o confronto
- Brasil x Aguirre do Uruguai
- Solano Lopes + Aguirre
• Brasil x Solano Lopes: a Guerra do Paraguai
- Solano e o Paraguai Maior ““.
- A prisão do Marquês de Olinda
- A Tríplice Aliança
- As dezembradas de Caxias
- O Conde D’Eu e a Campanha da Cordilheira
- As conseqüências da guerra para o Paraguai e para o Brasil

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Pesquisar quais são os partidos políticos mais fortes no seu município, e seus respectivos líderes. Posteriormente, o professor deverá estimular o debate em classe sobre eventuais pontos em comum entre esses partidos e aqueles do Segundo Reinado.
2. Fazer um cartaz comparando as características do parlamentarismo inglês com as do parlamentarismo brasileiro do Segundo Reinado.
3. Pesquisar e escrever uma reportagem com o titulo: “As vítimas da Guerra do Paraguai”.
4. Produção de uma revista semanal de informações “Veja”, ambientada no Segundo Reinado.
- O objetivo era que os alunos desenvolvessem principalmente o gosto pela sua própria história, trabalhando com atividades prazerosas. Tendo isto em vista, eles deveriam produzir uma revista VEJA, que teria circulado durante o Segundo Reinado e editada na cidade de Pouso Alegre / MG, assim a partir de textos da VEJA, de jornais e de livros didáticos, e de pesquisas no museu histórico local, eles produziriam textos, desenhos, propagandas; utilizando como parâmetros as seções da revista VEJA, isto para que desenvolvessem hábitos de leitura e interpretação de textos, o ato de descobrir através da pesquisa em museus, a redação, o desenho e sendo um trabalho em grupo, a socialização e a discussão.
- O conteúdo curricular é todo o contexto do Segundo Reinado, política interna e externa, economia, imigração, escravidão e abolição da escravatura, cultura, personalidades, cotidiano, e situação da mulher no Brasil, além dos acontecimentos de Pouso Alegre no mesmo período.
- O professor separou diversos textos da revista VEJA, de jornais e livros didáticos, classificou-os quanto aos temas citados no item III, depois listou diversas seções da revista VEJA, como: Gente, Radar, Perfil, Ponto de Vista, Resenhas literárias e musicais, e outros tipos de seções não existentes na revista, como por exemplo, classificados, além de propagandas. Os textos de cada tema foram envelopados em 9 sacos plásticos, onde constavam o nome do tema, 3 ou 4 opções de produções de textos possíveis (Gente, Ponto de Vista, Perfil, classificados, entrevista, etc), e um exemplar da revista VEJA para servir de referência aos que desconheciam as seções citadas.
- Com este material em mãos, dividi a sala em 9 grupos e o trabalho em li etapas, sendo que as primeiras nove etapas consistiam na leitura dos artigos e na produção de 2 textos de cada tema, pois das opções sugeridas, os alunos escolheriam duas. Como todos os envelopes com os 9 temas circularia pelos 9 grupos, eles produziram um total de 18 textos. A décima etapa consistia em pesquisa no museu histórico de Pouso Alegre, para que se pudesse
produzir as reportagens locais durante o Segundo Reinado. E na décima primeira etapa eles reuniram todos os textos, ilustraram, produziram um editorial (Carta ao leitor) e deram a forma da revista VEJA.
- Recursos didáticos: Por sermos uma escola pública com alunos de poucos recursos, utilizamos tão somente xerox das reportagens da VEJA e dos livros didáticos, além do material escolar dos alunos, como: caderno, lápis, lápis de cor, papel sulfite, etc.
- Relação das reportagens de Veja utilizadas:
— Um estadista do Brasil de sempre - Veja de 17 de dezembro de 1997,
— Opção pelo atraso - Veja de 23 de junho de 1999,
— Epopéia tropical - Veja de 23 de junho de 1999,
— O rei mochileiro - Veja de 17 de março de 1999,
— Na casa do barão - Veja de 3 de junho de 1998,
— Ela tinha a força - Veja de 5 de maio de 1999,
— A sombra da escravidão - Veja de 15 de maio de 1996.
- Bibliografia utilizada
História - Cotidiano e mentalidades - Ricardo Dreguer - Atual Editora, Revista Veja -  Editora Abril, História do Brasil - Folha de São Paulo (em fascículos).
- Resultados obtidos em termos de aprendizagem: Percebemos que após a realização desta atividade os alunos desenvolveram: o gosto pela leitura, principalmente de revistas, e pela pesquisa “in loco”, técnicas de produção de textos de diferentes estilos, através da leitura e síntese de outros textos, técnicas de ilustração e de produção de propagandas, habilidades para montar os textos em forma de revista, conhecimentos de um período da história de seu país e de sua cidade, indispensáveis para o exercício da cidadania.
Tudo isso foi alcançado através de trabalho em grupo, o que levou a debates, discussões, e superação de conflitos, que sempre ocorrem neste tipo de atividade.
- Avaliação dos resultados: Em consultas aos alunos, durante e após a conclusão da atividade, percebemos que estes estavam felizes e satisfeitos com o trabalho executado e tinham apreendido grande quantidade de informações sobre o Segundo Reinado, que os permitiram refletir sobre a situação atual do Brasil, além de conhecer de maneira contextualizada este período de nossa história. Diante destes resultados e percebendo que os alunos também desenvolveram habilidades e a criatividade, ficamos satisfeitos com a atividade realizada.

Material de Apoio:
  • Filmes:
    1. Economia no Segundo Reinado - MAUÁ, O IMPERADOR E O REI - O filme mostra a infância, o enriquecimento e a falência do Barão de Mauá (1813-1889), empreendedor gaúcho, considerado o primeiro grande empresário brasileiro, responsável por uma série de iniciativas
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império – Economia – Mauá – 140’00 “– vídeo 16”.
    2. Brasil – Império – Segundo Reinado – Política Exterior – A Guerra do Paraguai – a guerra do extermínio – 14’19 “– vídeo 18”.
Roteiro:
                  _ A relação entre o Brasil e os vizinhos do Sul:
                  _ O Brasil e o Uruguai:
                  _ O Tratado da Tríplice Aliança:
                  _ A reação dos brasileiros à invasão paraguaia:
                  _ Os Voluntários da Pátria:
·         Brancos:
·         Negros:
                  _ A invasão do Paraguai:
                  _ A batalha do Riachuelo:
                  _ A batalha do Tuiuti:
                  _ O custo financeiro da guerra:
                  _ A batalha de Curuipati:
                  _ A ação de Caxias:
                  _ As dezembradas:
                  _ A tomada de Assunção e a morte de Solano Lopez:
                  _ O exército e a escravidão:
                   _ Conseqüências da guerra para o império:

  • Textos:
    1. Segunda Reinado – História e Cotidianos – 9 blocos – arquivo caixa 004


57 – A Idade Contemporânea: Brasil, o Segundo Reinado, fim do tráfico e início da imigração.

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Analisar as transformações sociais ocorridas no Segundo Reinado a partir da crise do sistema escravista, da imigração e da pálida modernização setorizada.
  • O capítulo procurou analisar o fim da escravidão no Brasil na sua relação com o desenvolvimento do capitalismo nos níveis externo e interno. Corno o papel da Inglaterra foi preponderante no processo, é possível aventar que os fatores externos foram mais importantes que os internos. Depois da extinção do tráfico externo em 1850, a escravidão estava com os dias contados. A habilidade política da elite brasileira ainda lhe deu uma sobrevida de quase meio século,
  • É possível explicar aos alunos, com exemplos simples, que a escravidão contraria a lógica do investimento capitalista. O escravo imobiliza desnecessariamente o capital. Na verdade, o dono de escravo pagava, no ato da compra. adiantadamente, o custo da mão-de-obra que ia utilizar, em média, durante sete anos, já o trabalho assalariado só é pago depois de usado e somente se for usado. É a única mercadoria que se usa antes de pagar. Quando o assalariado recebe já produziu o seu próprio salário. O risco de doença e morte corre por conta do trabalhador, o que não acontecia na escravidão. A morte prematura do escravo significava perda de patrimônio para o seu dono. Além disso, o escravo não amplia o mercado consumidor, pois não tem renda monetária. Ampliar mercados é fundamental para a expansão capitalista. Os ingleses cedo perceberam isto.
  • Independente de questões de ordem moral, a escravidão já estava condenada pela lógica econômica. A insuficiência de braços escravos no Brasil coincidiu com a crise social na Europa que liberou braços para a emigração: “São Paulo se fez italiano”.
  • É importante frisar para o aluno o que significou a imigração em termos econômicos, sociais e até políticos e culturais.

Temas centrais:
  • O café, planta originária de países árabes, foi introduzido no Brasil como grande lavoura no século XIX. A partir do Rio de Janeiro, o cultivo desenvolveu-se para o vale do rio Paraíba e em l 850 no Oeste paulista.
  • A falta de mão-de-obra foi uma das dificuldades para a instalação da produção cafeeira. Os ingleses pressionavam pelo fim do tráfico de escravos, o que elevava seu preço.
  • O Bill Aberdeen, decreto inglês, deu direito à Inglaterra de aprisionar navios negreiros.
  • A Lei Eusébio de Queirós (1850) extinguiu o tráfico negreiro. Ocorreu, então, o incentivo à imigração para o Brasil. Os imigrantes trabalhavam em sistemas de parceria e, com as dívidas, acabavam num regime de semi-escravidão.
  • Paulatinamente os fazendeiros passaram a pagar fixo, instituindo o trabalho assalariado.
  • O café não exigia grandes técnicas e as fazendas eram de rápida montagem. Era o início da expansão cafeeira.
  • A implantação do café no Brasil provocou transformações socioeconômicas, apesar de inicialmente manter-se a estrutura monocultora, exportadora e escravista do Brasil Colônia. A partir de 1870, a mão-de-obra escrava foi sendo substituída em larga escala pela assalariada.

Problematização:
  • Ainda existe trabalho escravo no Brasil? São freqüentes as notícias sobre trabalho escravo na imprensa, no rádio e na televisão. Este pode ser um ponto de partida para a discussão. É preciso observar a diferença entre a existência de casos isolados de trabalho escravo, fatos realmente graves, e a escravidão institucional. No primeiro caso trata-se de crime e no segundo, da organização estrutural da sociedade. No primeiro caso temos a exceção, no segundo, a regra. Atualmente o Brasil é um país que não atrai mais muitos imigrantes. Ao contrário, muitos brasileiros emigram. Como explicar o fenômeno?
  • Perguntar aos alunos o que eles consideram diferente neles, em relação a outros povos.
  • Perguntar aos alunos se eles já viveram situações em que se sentiram diferentes ou
      deslocados em um determina contexto,
  • Ouvir e discutir a canção “Etnia’; de Chico Science e Ludo Maia (Chico Science &
      Nação Zumbi, CD Afrociberdelia, Rio de Janeiro: Sony 1996.()
  • Quais foram as primeiras indústrias do Brasil?
  • Como se organizavam?
  • A indústria brasileira utilizava-se de métodos importados dos países industrializados, como o Reino Unido, ou criava os seus próprios?
  • Como é a vida dos industriários hoje? Trabalham em lugares limpos, arejados? Têm direitos? Esses direitos são respeitados?


Conceitos chaves:
  • O conceito pertinente para ser retrabalhado no capítulo é o de modernização. Se a segunda metade do século XIX foi um período de modernização, por que fracassaram as iniciativas modernizantes de Mauá?

Esquema de aulas expositivas:

Economia e Sociedade do Segundo Reinado

1.0 novo produto rei: o café
• Chegada do café ao Rio de Janeiro e São Paulo
• As regiões cafeeiras: Vale do Paraíba e noroeste de São Paulo
• Os barões do café e as mudanças
2. A Era Mauá — O início da industrialização
• A Tarifa Alves Branco
• Irineu Evangelista de Sousa

3. O problema de mão-de-obra
• O fim do tráfico: o Bill Aberdeen e a Lei Eusébio de Queirós
• Os imigrantes e o trabalho assalariado: o sistema de parceria e a imigração subvencionada
• As regiões e influências dos imigrantes

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Fazer uma pesquisa sobre o trabalho em sua cidade (você pode escolher um bairro ou algum lugar especifico, tal como um pólo comercial, industrial, agrícola, etc., ou, ainda, uma determinada profissão). O levantamento deve incluir: nome da profissão; breve descrição do que o trabalhador faz; habilidades especificas (experiência) ou grau de escolaridade exigido para exercê-lo; remuneração; horas de trabalho; condições de vida, educação e saúde do trabalhador.
2. Fazer um levantamento de grupos sociais da cidade que tenham boa situação econômica, apontando suas atividades, formação cultural, remuneração e horas de trabalho, condições de vida, etc. Você pode restringir a pesquisa a um bairro ou local específico da cidade (um clube recreativo, por exemplo).
3. Pesquisar os principais produtos agrícolas da sua região, listando suas vantagens e desvantagens quanto à produção e comercialização.
4. Montar um quadro comparativo das atividades econômicas mais importantes de sua cidade e daquelas do Segundo Reinado.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império – Economia – Café - Theatro Municipal de São Paulo - 20'30" – vídeo 05
    2. Brasil – Império – Economia – Café - Theatro Municipal de São Paulo - 22’34” – vídeo 10
    3. Brasil – Império – Segundo Reinado – Economia - Café, a saga do poder – 52’59” – vídeo 19
    4. Brasil – Império – Segundo Reinado – Economia – O reino do café´- 17’28” –  vídeo 18
Roteiro:
                  _ Importância do café:
                  _ Caminho percorrido pelo café até chegar ao Brasil:
                  _ A mão-de-obra do café:
                   . Os negros:
                   . Os imigrantes no sistema do senador Vergueiro:
                   . Locais de cultivo do café:
                   . As colônias de imigrantes:
                  _ O embranquecimento da população brasileira:
                  _ O trabalho na lavoura do café:
                  _ A vida nas fazendas de café:
                . Os barões:
                . Os escravos:
                . As crianças:
                  _ Os problemas do café:
                  _ Locais de plantação do café:
                  _ A situação dos escravos:
                 . Na velhice:
                 . As revoltas
                  _ Os italianos:
                  _ O café e as exportações:
                  _ O café e os ricos:
                  _ O café e a população:

    1. Brasil - Império - Segundo Reinado - Imigração - O Quatrilho - 107'00" - vídeo 02

58 – A Idade Contemporânea: A Revolução Tecnológica do Século XIX ( A Segunda Revolução Industrial)

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Uma vez desencadeado, o processo de industrialização tende a provocar mudanças tecnológicas constantes. O reinvestimento de capital incorpora novos setores econômicos e provoca uma reação em cadeia: novos meios de transporte, novas fontes de energia, matérias-primas alternativas, máquinas mais eficientes. Assim, a capacidade produtiva aumenta a cada ciclo de investimento de capital. Não é difícil o professor mostrar, com exemplos atuais, que a inovação tecnológica é impulsionada constantemente pela acumulação capitalista. A relação entre descobertas científicas e desenvolvimento técnico toma-se mais estreita.
  • Outro aspecto importante tratado no capítulo é a emergência do capitalismo financeiro, etapa avançada deste modo de produção.
  • O acirramento da concorrência e a generalização do protecionismo são fenômenos a serem retidos para os alunos entenderem o próximo capítulo.

Problematização:
  • Levantar exemplos atuais de medidas adotadas pelos países para protegerem os seus mercados da concorrência estrangeira. Discutir os efeitos das medidas no mercado mundial: positivos? negativos?
  • Outra questão que pode ser abordada é a relação entre conhecimento científico e resolução dos problemas humanos. Descobertas que geraram bem-estar. Descobertas que geraram armas, destruição da natureza. O conhecimento científico em si e o uso que se faz dele.
  • Seria interessante levantar descobertas recentes e seu uso social. E os grandes problemas do mundo atual? Quais conhecimentos ajudariam a solucioná-los? Encaminhar a discussão para a importância de uma formação humanista.
  • Certamente surgirá a questão: a História é uma ciência? Como ela pode contribuir para a solução dos problemas atuais?

Conceitos chaves:
  • O capítulo se presta à sedimentação dos conceitos de ciência e tecnologia. Permite estabelecer a relação entre o desenvolvimento tecnológico e a valorização do conhecimento científico.
  • Existem conhecimentos científicos que não resultam em tecnologia? É o caso das denominadas ciências humanas? Qual é a razão da supervalorização das ciências da natureza?
  • Mostrar os fatores que desencadearam a segunda fase da Revolução Industrial e suas conseqüências para o desenvolvimento da economia capitalista em escala mundial.

59 – A Idade Contemporânea: o surgimento de novas potências industriais, Estados Unidos , Alemanha e Japão

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Explicar como a hegemonia mundial do capitalismo inglês foi minada pela emergência de novas potências industriais. Dentre elas, os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão.
  • Este capítulo é particularmente importante para relacionar industrialização e desenvolvimento. A medida que mais países foram se industrializando, a Inglaterra foi perdendo a posição ultraprivilegiada que ocupava na economia mundial. É importante observar que várias nações, principalmente européias, tinham condições potenciais de se industrializar e, conseqüentemente, se desenvolver.
  • Em meados do século XIX a industrialização já era um fenômeno que ultrapassava as fronteiras européias. O capítulo analisa o grande impulso econômico experimentado pelos Estados Unidos e pelo Japão.
  • Por outro lado, a unificação italiana e a unificação alemã fizeram nascer novos concorrentes importantes no mundo capitalista. O professor pode destacar este fenômeno, pois a política mundial adquire, daí para frente, um novo sentido. Há mais países disputando mercados, fontes de matérias-primas, oportunidades de investimento.
  • O crescimento mais espetacular foi o dos Estados Unidos. Condições excepcionais fizeram das relativamente pequenas ex-colônias inglesas um país continental.
  • É interessante chamar a atenção dos alunos para o caráter histórico dos países. Mesmo quando existe uma base cultural que legitima o poder do Estado (língua, costumes, experiência comum), os países são instituições essencialmente políticas, resultantes da capacidade de se instalar um poder sobre um território e mantê-lo através de um corpo estável de funcionários.

Problematização:
  • É interessante comparar a formação do Brasil e a dos Estados Unidos como nações. Pode-se começar relembrando tópicos da História do Brasil e confrontado-os com os dados referentes aos Estados Unidos vistos no capítulo. Lembrar o verso do Hino Nacional: “Gigante pela própria natureza”. Rigorosamente ele não é verdadeiro, mas mostra uma diferença essencial em relação à formação dos Estados Unidos. Quando o Brasil se separou, já possuía um imenso território, mas os Estados Unidos só se tomaram um país de dimensões continentais muito depois. O professor conta ainda, como elemento motivador, com a referência constante do cinema norte-americano à expansão para o Oeste.

Conceitos chaves:
  • O texto é próprio para se reforçar os conceitos de Estado e Nação. Qual é a relação entre eles? Os índios expropriados pelos colonos na expansão para o Oeste possuíam território ou Estado?
  • O professor pode mostrar, com vários exemplos históricos e atuais, a não coincidência entre Estado e Nação: América Latina, Canadá, Suíça, Rússia, ex-União Soviética, as duas Alemanhas, Império Austríaco, o caso emblemático da Espanha etc. A discussão é importante para reforçar conceitos já vistos em um nível maior de aprofundamento. Os Estados não são entidades naturais. O assunto é muito atual, pois vivemos uma verdadeira explosão de movimentos separatistas, principalmente com base na identidade étnica.


Esquema de aulas expositivas:
1. Os Estados Unidos no século XIX
• O expansionismo norte-americano após a independência
• As divergências entre o norte e o sul Escravidão x abolição
- Protecionismo x liberalismo
- A eleição de Lincoln
• A Guerra de Secessão (1861/65)
- A vitória do norte industrial
- O progressismo dos Estados Unidos

2. A unificação italiana
• A situação da Itália: dividida após o Congresso de Viena
• O Risorgimento
• A liderança da Sardenha-Piemonte e Cavour
• A Guerra Franco-prussiana e a conquista de Roma
• A Questão Romana e o Tratado de Latrão

3. A unificação alemã
• A situação alemã após o Congresso de Viena: divisão
• O Zoilverein
• A liderança da Prússia e de Bismarck
• A Guerra Franco-prussiana e a fundação do Segundo Reich

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Guerra de Secessão  - Dança com lobos - Depois de ter sido condecorado por bravura na Guerra de Secessão, o tenente da União John Dubar retira-se do Tenessee para um forte no Sioux em 1863. Esgotado com os valores da sociedade, passa a viver harmoniosamente com os indígenas.
    2. Guerra de Secessão - Tempo de Glória - Durante a Guerra de Secessão, líderes civis e militares do Norte decidem criar o primeiro regimento negro dos EUA. Comandados por um oficial branco, os homens lutam pela liberdade e pela cidadania.

60 – A Idade Contemporânea: O Imperialismo no século XIX

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar as contingências econômicas que geraram o colonialismo do século XIX.
  • O resultado foi a partilha da Ásia e da África entre as principais potências capitalistas.
  • Revelar o caráter imperialista da Doutrina Monroe e as raízes da expansão do domínio dos Estados Unidos na América Latina.
  • Mostrar as origens da penetração do capital estrangeiro no Brasil, iniciada com os investimentos ingleses na segunda metade do século XIX.
  • Marc foi talvez o pensador que mais destacou o caráter progressista do capitalismo. Expandindo-se para áreas não-capitalistas, ele teve o poder de romper com as estruturas econômicas e sociais tradicionais, arrancando estas sociedades da estagnação milenar, rompendo a rigidez e o conservadorismo.
  • Pensadores posteriores, principalmente os mais próximos da atualidade, destacam muito mais a violência européia contra os outros povos do planeta e a destruição de suas culturas do que o caráter progressista do capitalismo.
  • É importante destacar a relação entre expansão industrial e competição capitalista entre as potências e imperialismo. O caráter espoliativo e violento do imperialismo está ressaltado no texto do capitulo.
  • Outro componente importante das conquistas imperialistas foi o poder militar das potências. Isto permitiu a submissão de populações numericamente superiores, principalmente na Ásia.
  • O professor deve chamar a atenção do aluno para as diversas formas de dominação imperialista. Uma comparação entre a ação do imperialismo na Ásia e na América Latina elucida bastante essas diferenças. Intervenção militar, controle de preços no mercado mundial, pressões diplomáticas, suborno de dirigentes políticos são algumas das variantes da ação imperialista.

Problematização:
  • Um dos componentes do imperialismo foi a ideologia da superioridade civilizatória e racial européia em relação às demais culturas. A história, ou seja, os fatos, dão razão a esta afirmação? O mundo europeizado é uma prova disto?
  • O professor pode mostrar ao aluno a influência mundial da civilização européia: religião, línguas, sistemas políticos de raízes européias e que hoje são universais. Talvez a discussão possa chegar à questão dos cortes temporais, da curta e da longa duração. A cultura européia tem raízes não-européias; se recuarmos “apenas” mil anos o quadro é completa mente diferente; e, atualmente, a Europa já deixou de ser o centro hegemônico mundial.
  • Outros elementos problematizadores: o imperialismo é um fenômeno do passado? O imperialismo do século XIX representou um fator de progresso para o mundo?


Conceitos chaves:
  • O capítulo desenvolve o conceito de imperialismo. O professor pode dar exemplos históricos de outros imperialismos: grego, romano, árabe... Um dos problemas teóricos da História, como já dissemos, é o uso do mesmo conceito para nomear fenômenos históricos diversos entre si. Dependendo da absorção da classe, é possível discutir as possíveis conseqüências de uma padronização cultural mundial.


Esquema de aulas expositivas:
1. O novo colonialismo
• As diferenças com o colonialismo do século XVI
• As razões do novo imperialismo

2. A partilha da África
• A Conferência de Berlim
• A Guerra dos Bôeres
• A Questão Marroquina

3. A partilha da Ásia
• A Guerra dos Cipaios na Índia
• China
- Guerra do Ópio Guerra dos Boxers
• Japão: a era Meiji

4. As conseqüências da expansão imperialista


Sugestões de atividades e avaliações:

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Itália desde o início do século XX até o término da Segunda Guerra Mundial - 1900 (Novecento) - O filme faz uma retrospectiva histórica da Itália desde o início do século XX até o término da Segunda Guerra Mundial, com base na vida de Olmo, filho bastardo de camponeses, e Alfredo, herdeiro de uma rica família.
    2. Neo-colonialismo na Ásia - Indochina - A Indochina, colonizada pela França desde o final do século XIX, é retratada nesse filme através do cotidiano de uma órfã vietnamita adotada por um casal de franceses. A crise do imperialismo e a revolução.
  • Vídeos:
    1. Geral – Idade Contemporânea – Início do século XX - A tradição ocidental - O fim do século XIX - 26'51 “– vídeo 05”.
    2. Geral – Idade Contemporânea – O fim do século XIX – Inglaterra - A carga da brigadas ligeiras - 137’00 “– vídeo 11”.

61 – A Idade Contemporânea: Brasil, Cultura no Segundo Reinado

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Determinar o papel do movimento romântico brasileiro na formação de uma identidade nacional.
  • Relacionar a expansão da economia cafeeira com o desenvolvimento das atividades urbanas no Brasil.
  • Mostrar como as injustiças sociais se refletiram na produção cultural brasileira da segunda metade do século.
  • Uma nação se constitui historicamente. Não é uma entidade metafísica, Esta é a principal lição do capítulo. O povo brasileiro, e por conseqüência a nação brasileira, não existia, Havia, sim, europeus, diversos povos indígenas, africanos.., Um novo meio, uma nova experiência, fusão de crenças, costumes e técnicas, e o passar dos séculos resultaram em um povo com características que o diferenciam de todos os outros.
  • Porém, não existe um ponto de chegada na evolução cultural de um povo. As mudanças na sociedade, as novas influências, as experiências históricas mudam os costumes, os valores, as crenças...
  • O capítulo situa um momento inicial da “evolução” da cultura nacional. Um momento em que sua elite intelectual procurou uma identidade. Embora o romantismo brasileiro nascesse de influências européias, ele não deixou de ser uma procura de identidade nacional,


Problematização:
  • ‘Malandragem “,” preguiça “,” acomodação “,” cordialidade “,” criatividade “(o famoso” jeitinho’), “generosidade” são características atribuídas ao povo brasileiro (por ele mesmo). Isto combina com o romantismo? O aluno, provavelmente, perceberá que não. Esta visão do povo brasileiro é mais recente. Tem conotações modernistas.

Conceitos chaves:
  • O conceito de cultura, particularmente o de cultura nacional é apropriado para ser trabalhado neste capítulo. Pode-se partir, por exemplo, da oposição entre música nacional e música estrangeira. Costuma motivar os alunos. Existe rock brasileiro?

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império – Cultura - A arte no Império - 13 “53” – vídeo 14
    2. Brasil – Império – Segundo Reinado – Cultura - O Brasil dos viajantes – 16’31 “– vídeo 18”.
Roteiro:
                  _ O interesse dos cientistas europeus pelo Brasil:
                  _ O barão Langsdorff:
                  _ O Príncipe Maximiliano:
                  _ A Missão Artística Francesa:
                  _ Debret:
      • Releitura
                  _ A publicação da expedição do príncipe Maximiliano:
                  _ A missão austríaca:
                  _ A viagem de Marx e Spitz:
                  _ A expedição Langsdorff:
                  _ Rugendas e seus trabalhos:
      • Releitura
                  _ A importância da expedição Langsdorff:
                  _ Importância dos viajantes para o conhecimento do Brasil-Império:               

    1. Brasil – Império – Segundo Reinado – Sociedade – A capital do Império – 21’45 “– vídeo 18”.
Roteiro:
                  _ A importância de cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro:
                  _ A importância dos jornais:
                  _ A população do Rio de Janeiro:
                  _ O trabalho da população negra no Rio de Janeiro:
      • Das mulheres:
      • Das crianças:
      • Dos homens:
                  _ A vida da população branca:
·         Dos homens:
·         Das mulheres:
·         As diversões:
·         A cultura francesa:
·         A rua do Ouvidor:
                  _ A discriminação contra a população negra:
                  _ O problema da habitação e saúde:
·         Os cortiços:
·         As doenças:
                  _ A educação:
·         O analfabetismo:
·         Os cursos superiores:
                  _ A modernização do Rio de Janeiro:
                  _ D. Pedro II:
                  _ As diversões no Rio de Janeiro:
·         Dos pobres:
·         Dos ricos:

62 – A Idade Contemporânea: Brasil, o fim da escravidão

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar a dinâmica (política e econômica e social) que determinou o fim da escravidão negra no Brasil
  • É essencial destacar neste capítulo que a abolição foi resultado das transformações econômicas internas e das pressões externas. A luta política interna se explica pela modernização desigual da nossa economia: áreas atrasadas que ainda dependiam do trabalho escravo e outras mais avançadas que utilizavam o trabalho livre.
  • É importante que o aluno saiba distinguir os fatores econômicos dos ideológicos na explicação da abolição, assim como estabelecer a relação entre eles. Embora esta relação não seja mecânica, ela é mais ou menos visível no processo histórico, O Brasil conviveu com a escravidão negra por séculos sem contestações significativas, a não ser pelos próprios escravos. Quando esta forma de trabalho começou a se tomar obsoleta, avolumaram-se gradativamente as condenações morais à sua prática.
  • Lembrar as contradições apontadas nos comentários do capítulo 14 entre escravidão e capitalismo.

Temas centrais:
  • A Inglaterra pressionava o Brasil para pôr fim à escravidão desde o início do século XIX. No entanto, a partir da segunda metade do século XIX, as próprias mudanças econômicas e sociais dentro do Brasil poriam em xeque a produção escravista.
  • O movimento abolicionista possuía duas tendências: uma pregava a luta pela abolição apenas no nível parlamentar e outra considerava imprescindível a ação direta dos escravos para se conquistar as reformas necessárias.
  • A tendência mais radical do abolicionismo era representada pelos caifases, liderados por Antônio Bento.
  • Até a abolição definitiva, várias vitórias parciais foram conquistadas: a Lei Eusébio de Queirós, em 1850, extinguindo o tráfico negreiro; a Lei Visconde do Rio Branco ou Lei do Ventre Livre? em 1871; a abolição da escravidão no Ceará e Amazonas, em 1884; a Lei Saraiva Cotegipe ou Lei dos Sexagenários, em 1885; a intensificação das fugas, promovidas principalmente pelos caifases; a recusa do exército, em 1887, de continuar assumindo funções de capitão-do-mato.
  • Em 1888, a princesa Isabel assinava a Lei Áurea, decretando o fim da escravidão.

Problematização:
  • Fazer um levantamento em sala para descobrir a origem dos alunos e saber se há descendentes de negros ou indígenas. Perguntar aos alunos o que sabem sobre preconceito racial. Já sofreram algum tipo de discriminação? Já tornaram atitudes preconceituosas? Dar exemplos da vida cotidiana (comportamentos pessoais, situações divulgadas pelo rádio, pela tevê, por meio de publicidade, brinquedos estereotipados — bonecas são quase sempre loiras, por exemplo).
  • Importante discutir noções de cidadania e ética.
  • Levar alguém da comunidade para dar depoimento sobre preconceito/tradições negras africanas.
  • Recuperar hábitos alimentares, ritmos musicais, etc., divulgados por meio de publicações, publicidade, rádio ou tevê, ligados à herança dos negros escravizados.
  • Fazer o contraponto com os negros americanos. Se julgar interessante, o professor pode pro por uma exposição em sala de aula com a memória das famílias de descendentes de negros.
  • Excelente oportunidade para discutir pluralidade cultural do Brasil, especialmente, e no mundo.
  • Sugerir aos alunos que tragam CDs e letras de músicas de grupos de rap, que falem dos problemas da periferia das grandes cidades. É possível fazer ligação com os rappers norte-americanos e levantar que lá também houve escravidão negra. Sugerir aos alunos que pesquisem publicações e reportagens sobre negros (revista Raça por exemplo). Bom momento para discutir o tema transversal de trabalho e consumidor.
  • Muitos afirmam que o racismo é fruto da escravidão. Então, como explicar a sua persistência após mais de um século da abolição? Quais são os fatores que continuam a realimentá-lo?

Conceitos chaves:
·       O conceito de propriedade privada e seus limites é apropriado para ser trabalhado neste capítulo. Os proprietários de escravos foram expropriados. Perderam o seu patrimônio em função de uma lei baixada pelo Estado brasileiro. Esta violação de um direito de propriedade pode ser justificada em nome da defesa de um bem maior: liberdade de seres humanos. No fundo, trata-se de discutir quais seriam os limites do direito de propriedade. Lembrar que a Constituição brasileira condiciona o direito de propriedade ao cumprimento da sua função social. A propriedade que não cumprir a sua função social pode ser desapropriada sem indenização. A propósito, os donos de escravos não foram indenizados, como queriam, pela propriedade perdida. Propriedade privada, liberdade, função social da propriedade. A discussão destes conceitos costuma ser muito polêmica.

Esquema de aulas expositivas:

O Fim da Escravidão

1. A campanha abolicionista
• As razões e o envolvimento da sociedade
• A Lei do Ventre Livre
• A Lei dos Sexagenários
• A Lei Áurea

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Debater em classe o tema racismo, O professor deverá organizar o debate, de forma que sejam abordadas as várias formas de racismo encontradas no mundo atual. Sempre que possível, colocar em discussão situações e exemplos do meio em que os alunos vivem.
  • Dramatizar cenas envolvendo escravidão. Previamente, os alunos deverão fazer uma pesquisa sobre as condições de vida dos escravos no Brasil (o que vestiam, o que comiam, onde moravam, qual era a sua religião, como eram os casamentos, etc.) para fundamentarem a dramatização.
  • Pesquisar a biografia de Castro Alves para saber que fatos o motivaram especificamente a escrever o Navio negreiro.
  • Monografia – O cotidiano da Escravidão no Brasil
           O tema poderá ser aprofundado com esta atividade desenvolvida em equipes e  
           considerando as seguintes sugestões.                               
           1. Definir os aspectos que deverão ser privilegiados na pesquisa;
           2. Selecionar fontes bibliográficas disponíveis, que poderão ser consultadas
           pelos alunos para pesquisar textos e imagens
           3. Selecionar se houver possibilidade, documentos em jornais antigos, em
           bibliotecas ou casas da memória, fatos,  anúncios, notícias, todos são fontes           
           importantes para analisar o tema;
           4. incluir pesquisa na localidade para levantar informações sobre a existência de                            
           locais de práticas de escravidão.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    • Brasil – Império – Escravidão - Joaquim Nabuco, o patrono - 4’00” - vídeo 14
    • Brasil – Império – Escravidão - Joaquim Nabuco: O menino de Massangana - 13’45” - vídeo 14
  • Textos:
    • Escravidão – artigos de revista encadernados e ensacados – 9 cópias – arquivo caixa 004

63 – A Idade Contemporânea: Brasil, o fim do Império e a proclamação da República

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Demonstrar que o fim da monarquia no Brasil resultou de um longo processo político, envolvendo os republicanos, o Exército, a Igreja, os abolicionistas e os setores ligados ao café.
  • É preciso enfatizar que a monarquia brasileira foi constitucional e parlamentar. Não tínhamos um imperador com poderes absolutos que governava segundo os seus próprios desígnios. Neste sentido, não podemos afirmar que a queda da monarquia representou um avanço político para o país. Países entre os mais avançados do mundo, e o exemplo clássico é a Inglaterra (mas também há a Suécia, a Dinamarca, o Japão. são monarquias). A historiografia brasileira esteve durante mui to tempo atrelada à visão dos vencedores, no caso, dos próprios republicanos: a proclamação da República foi resultado do progresso do país. Todavia, como o aluno terá a oportunidade de estudar posteriormente, o regime republicano instalado não se mostrou mais democrático que o monárquico, nem a tradicional elite de grandes proprietários foi afastada do poder e das suas posições privilegiadas na sociedade. Corno o aluno já teve também a oportunidade de ver, a adoção do regime monárquico no Brasil não se explica por fatores estruturais, mas sim conjunturais. As semelhanças entre a sociedade brasileira e as demais sociedades latino-americanas não implicaram que se adotasse aqui o sistema republicano de governo, comum, praticamente, a todas elas.
  • Por todas estas razões, o capítulo prioriza o nível político na análise do processo que levou à proclamação da República.

Temas centrais:
  • A proclamação da República ocorreu num contexto de transformações econômicas e sociais que tornaram o regime monárquico obsoleto. A economia diversificou-se; surgiram outras atividades além da agricultura; o trabalho escravo foi cedendo lugar ao assalariado; novos setores sociais exigiam participação política; a aristocracia agrária dividiu-se.
  • Nesse quadro, a atuação do Partido Republicano ganhou importância. A preocupação com a descentralização político-administrativa foi marcante em seu programa.
  • Dois caminhos diferentes eram propostos pelas facções republicanas: o evolucionismo e a revolução popular. Dentro do Partido Republicano, a primeira tese tinha mais adeptos.
  • Quase no final do Império, algumas questões incendiaram a opinião pública nacional: a abolição, a Questão Religiosa e a Questão Militar. Todas elas diminuíram o apoio ao Império e fortaleceram a campanha republicana.

Problematização:
  • Durante a monarquia o Brasil tinha uma religião oficial. Havia a denominada união Estado-Igreja. Ainda hoje existem países onde o poder político se legitima por meio da religião. Isto é uni sinal de atraso? Neste sentido, a República significou um avanço?
  • O professor pode recolher inúmeros exemplos da ligação entre religião e política. Nos países árabes isto é evidente. Muitos Estados norte-americanos adotaram princípios ou estabeleceram regras com argumentos religiosos. A Constituição cita Deus no seu preâmbulo e as escolas públicas estão abertas ao ensino religioso. Somos um Estado completamente laico?

Conceitos chaves:
  • Sistema político, regime, forma de governo. Qual é a relação entre estes conceitos? Qual deles tem um grau maior de generalidade? E preciso usar exemplos mais próximos dos alunos para eles poderem entrar no universo destes conceitos.
  • Democracia está ligada a uma determinada forma de governo? Qual é a relação entre democracia e república? As diversas ditaduras latino-americanas e africanas não são republicanas?

Esquema de aulas expositivas:

O fim do Império e a proclamação da República

1. A consolidação do republicanismo
• O partido republicano
- O Manifesto Republicano
- A Convenção de Itu
• A Questão Religiosa
- A Lei do Padroado
- A Lei do Beneplácito
- A Bula Syllabus e a Maçonaria
- O desfecho
• A Questão Militar
- O Exército x Guarda Nacional
- Ocaso Sena Madureira e Cunha Matos
• O l5 de novembro de 1889

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Discutir em classe a atuação e influência da Igreja católica e de outros cultos religiosos na cidade, tendo como parâmetro o poder da Igreja no Brasil no século XIX.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Império – História do Brasil por Boris Fausto -  Império – 28’00” – vídeo 18
  • Textos:
    1. Proclamação da República – Paradidáticos – 15 livros – arquivo caixa 002

64 – A Idade Contemporânea: Brasil, a República Velha

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar os mecanismos de dominação política e econômica instaurados após a proclamação da República, sob a hegemonia dos fazendeiros paulistas, aliados às oligarquias regionais.
  • O professor tem neste capitulo uma oportunidade de mostrar concretamente para o aluno que a relação entre o nível socioeconômico e o nível político não é automática. É o que foi denominado teoricamente de “autonomia relativa das instâncias’. Pode-se partir do título do capítulo, os herdeiros da República foram os grandes fazendeiros de café, mas a República da Espada representou um intervalo entre a queda da monarquia e a instalação do poder oligárquico que seria hegemônico durante a chamada República Velha. Pode-se dizer que este poder militar, principalmente com Floriano Peixoto, apontava para rumos diferentes e representava uma alternativa concreta para o que de fato acabou ocorrendo. O que significou, por exemplo, a política claramente industrialista de Rui Barbosa?”.
  • As necessárias simplificações didáticas podem incorrer no erro de apresentar os fatos de tal maneira amarrados e explicados que o aluno acabe por chegar à conclusão de que eles só podiam ter acontecido daquela maneira. Um determinismo absoluto. É preciso abrir as possibilidades e mostrar para o aluno que, em grande parte, os acontecimentos resultaram de algumas escolhas, e que havia outras possíveis. E assim como existiam alternativas para os homens que tomaram decisões no passado, há também as alternativas de interpretação no presente. É possível ver novos sentidos nos mesmos acontecimentos. Pensando no conteúdo do próprio capítulo: o desfecho das lutas políticas decisivas para o rumo dos acontecimentos da República não foi determinado por fatores estruturais e sim, muitas vezes, por decisões até pessoais — a firmeza de Floriano ao enfrentar os movimentos revoltosos, por exemplo.

Temas centrais:
  • Dentro do Partido Republicano, os evolucionários isolaram os revolucionários e se aliaram aos militares republicanos positivistas.
  • A proclamação da República (15 de novembro de 1889) ocorreu de maneira pacifica, mas resultou de um longo processo anterior de lutas.
  • O governo provisório possuía representantes das diversas forças que se haviam unido para derrubar o Império: exército, camadas médias urbanas, burguesia agrário-latifundiária e exportadora de café. £ Os interesses do capital estrangeiro e dos latifundiários estavam sendo prejudicados no Império.
  • Rui Barbosa, ministro da Fazenda do governo provisório, lança a política de emissão de papel- moeda para aumentar o dinheiro circulante. Ocorre, então, o encilhamento, caracterizado pela grande especulação com ações de novas empresas e pelo aparecimento de “firmas fantasmas”. Disso resulta o agravamento da inflação.
  • As tentativas de Rui Barbosa de industrializar o país e torná-lo independente economicamente fracassaram. As pressões dos grandes proprietários rurais e interesses estrangeiros terminam por derrubá-lo.
  • A Constituição de 1891, a segunda do Brasil, é promulgada a 24 de fevereiro. Estabelecia a federação, conferia ampla autonomia econômica e administrativa aos estados, introduzia o voto não-secreto e universal (que na verdade excluía metade da população) e dava plenos poderes ao presidente da República para intervir nos estados.
  • Deodoro é eleito presidente pela Assembléia Legislativa e Floriano Peixoto, o seu vice.
  • Deodoro enfrenta oposição do Congresso e dissolve-o. Floriano e Custódio de Meio organizam um contragolpe. Deodoro renuncia a 23 de novembro de 1891, entregando o poder a Floriano.
  • No Rio Grande do Sul tem início a revolução Federalista. Duas facções dos grandes proprietários de terras lutam pelo poder: os pica-paus, liderados por Júlio de Castilhos, querem a centralização; os maragatos, chefiados por Silveira Martins, apóiam o federalismo. Floriano alinha-se aos pica-paus.
  • Em setembro de 1893 eclode a sublevação da marinha brasileira, chefiada por Custódio de Meio, cuja bandeira de luta é a constitucionalização do país. Os rebeldes bombardeiam o Rio de Janeiro e se unem aos federalistas no Sul. Floriano reprime violentamente a revolta e se consolida no poder.
  • Em 1894, Prudente de Morais, representando a burguesia cafeeira paulista, vence as eleições presidenciais.
  • A República Oligárquica (1 894-1 930) foi controlada pelas oligarquias estaduais, principalmente os cafeicultores paulistas.
  • A política do café-com-leite assegurou a supremacia de São Paulo e Minas Gerais na política nacional. Como estados mais poderosos economicamente, detinham também o poder político. Os cafeicultores vão se aproveitar disso para introduzir medidas econômicas que garantam a rentabilidade do café.
  • A política dos governadores foi um artifício político criado em 1900 por Campos Sales, pelo qual os grupos políticos que governassem os estados dariam apoio ao governo federal, que só atribuiria vitórias a deputados pertencentes a esses grupos.
  • A oposição ficava impossibilitada de ganhar eleições. Para isso entrava em cena a Comissão Verificadora de Poderes, que praticava a fraude eleitoral. Com a política dos governadores, harmonizaram-se as oligarquias estaduais com o governo federal.
  • O coronelismo era representado pelos chefes políticos locais, que, utilizando o voto aberto, formavam os “currais eleitorais”, controlando a eleição em favor do candidato de sua preferência (voto de cabresto). Os coronéis municipais canalizavam, assim, os votos para as oligarquias esta duais que sustentavam o governo federal.
  • A política de valorização do café foi decorrência do predomínio do produto brasileiro, no período de 1870 a 1890, no mercado internacional. A partir de 1895 começam os sinais de crise, com a produção superando o consumo externo, O governo federal cria, então, mecanismos econômicos de valorização do café.
  • O tenentismo surge como contestação à dominação da burguesia agrária cafeeira na década de 1920. Teve início com a revolta do Forte de Copacabana em 1922.
A evolução política da República Oligárquica
  • A burguesia cafeeira não havia conseguido, nos dois primeiros governos da república, controlar o aparelho de Estado por completo. Eram fatores que impediam esse controle: a ausência de um partido nacional, a diversidade de interesses entre os florianistas e a burguesia cafeeira e a convulsão social não contida nos primeiros momentos da república.
  • Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil brasileiro, governando de 1894 a 1898. Seu governo abriu habilmente o espaço para que as oligarquias rurais, particularmente a oligarquia cafeeira paulista, assumissem o controle da política brasileira.
  • No governo de Prudente de Morais ocorreu o mais famoso movimento popular de cunho religioso de nossa história: a guerra de Canudos, na qual se destacou a figura de Antônio Conselheiro.
  • Campos Sales (1898-1902) - Sua presidência caracterizou-se por colocar fim ao esforço de industrialização. Realizou um acordo com os países credores para conseguir novos empréstimos e protelar a dívida (funding-loan). Além disso, cortou o crédito à indústria, paralisou as emissões de moeda, criou novos impostos, aumentou os já existentes, reduziu as despesas públicas e conteve os salários dos trabalhadores, Procurou com essas medidas sanear as finanças brasileiras. Foi no seu governo também que se estruturou a política dos governadores.
  • Rodrigues Alves (1902-6) — Sua presidência foi marcada pela modernização apressada do Rio de Janeiro e pelo convênio de Taubaté, início da política de valorização do café. No plano interno, seu governo quase foi derrubado pela revolta da Vacina. No plano externo, incorporou-se o Acre ao território brasileiro.
  • Afonso Pena (1 906-9) — Governou de acordo com as necessidades e interesses da oligarquia do café. Criou o Plano Nacional de Valorização do Café, inaugurando a proteção federal direta aos cafeicultores. Em sua gestão realizou uma exposição nacional de sucesso no Rio de Janeiro (1908). No plano externo, Rui Barbosa teve papel destacado na conferência de paz em Haia, nos Países Baixos.
  • Nilo Peçanha (1909-1 0)— Vice-presidente de Afonso Pena, substituiu-o após sua morte. No seu período de governo foram criados o Serviço de Proteção ao Índio, presidido pelo marechal Rondon, e o Ministério da Agricultura, indústria e Comércio. Desencadeou-se a luta sucessória que ficou conhecida como Campanha Civilista.
  • O governo de Hermes da Fonseca (1910-4) foi um período de intervenção de tropas federais para substituição de oligarquias (política salvacionista). Fm 1910 ocorreu a revolta da Chibata, contra os castigos corporais ainda em uso na marinha. Foi liderada pelo marinheiro João Cândido, o “almirante negro”.
  • No governo de Venceslau Brás (1914-8) rearticulou-se a política do café-com-leite. A classe operária entrou em cena devido ao surto industrial do período da Primeira Guerra Mundial. Revoltou-se contra as péssimas condições de vida e trabalho, estourando então a greve de 1917, violenta mente reprimida.
  • Com a morte do presidente eleito Rodrigues Alves, assumiu o vice-presidente, Delfim Moreira. Iniciou-se nova crise sucessória. Rui Barbosa tentou, pela terceira vez, a Presidência do Brasil.
  • Venceu Epitácio Pessoa, representante dos cafeicultores. Sua presidência foi marcada pelo aumento da dependência brasileira aos Estados Unidos.

Problematização:
  • Como se proclamou a República no Brasil?
  • Quem participou desse movimento?
  • Com a abolição da escravatura, em 1888, quem foram os mais beneficiados entre a
população?
  • O Exército foi uma força política decisiva na queda da monarquia, mas os herdeiros da República foram os cafeicultores. Como explicar isto?
  • O que simboliza uma bandeira nacional?
  • O que é Estado? E nação?
  • Um Estado contém uma nação ou várias?

Conceitos chaves:
  • Elite política — elite econômica. São conceitos equivalentes? Uma está incorporada na outra? É possível haver oposição entre elas? A relação é de derivação: a elite política é derivada da econômica? Procure fazer com que os alunos trabalhem sempre com os dados históricos do texto no desenvolvimento destes conceitos.


Esquema de aulas expositivas:

A República Velha

1. 0 governo Deodoro
• O Governo Provisório
- As primeiras medidas
- A Constituição de 1891
- A política econômica de Rui Barbosa: O Encilhamento
• A presidência constitucional de Deodoro e a renúncia

2. A presidência de Floriano Peixoto
• A consolidação republicana
- A Revolta da Armada
- A Revolução Federalista do Rio Grande do Sul

3. Os pilares da República oligárquica
• O coronelismo e o voto de cabresto ““.
• Apolítica dos governadores
• A política do café-com-leite

4. O governo Prudente de Morais
• A Guerra de Canudos
- Antônio Conselheiro
- Euclides da Cunha e Os sertões

5. Campos Sales e a recuperação econômica
• O Funding-loan
• A estruturação oligárquica
• A Questão do Amapá e o Barão do Rio Branco

6. Rodrigues Alves e a política de valorização do café
• O Convênio de Taubaté
• Osvaldo Cruz e as epidemias
 - A vacina obrigatória
• A Questão do Acre e o Tratado de Petrópolis

7. Os governos de Afonso Pena e Nilo Peçanha
• “Governar é povoar”
• Nilo Peçanha e a campanha civilista
• O Serviço de Proteção aos Índios e Cândido Rondon

8. O governo de Hermes da Fonseca
• A Revolta da Chibata
- O almirante negro João Cândido
• A política das salvações
• O Padim Ciço
• A Guerra do Contestado

9. A presidência de Venceslau Brás
• A Primeira Guerra Mundial
• A Primeira Guerra Mundial e o Brasil
• A greve geral de 1917

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Pesquisar como se cria uma empresa nos dias de hoje. O levantamento deverá indicar quais os documentos necessários e os passos para efetivar o empreendimento. (O objetivo é familiarizar os alunos com tópicos que lhes permitam compreender a situação das empresas na época do Encilhamento.)
2. Visitar uma empresa local e acompanhar o beneficiamento dos produtos.
3. Pesquisar a biografia de Rui Barbosa e selecionar aspectos (positivos e negativos) de sua participação na pol brasileira. Montar um painel na classe, no estilo de reportagem, expondo os fatos escolhidos.
4. Promover um debate sobre o seguinte tema: Governo militar x democracia.
5. Entrevistar políticos locais, de vários partidos, perguntando-lhes se o coronelismo continua ou não a existir no Brasil. Apresentar resultado das entrevistas em classe para debate.
6. Com base nas informações do texto e na letra da música de Aldir Blanc, O mestre-sala dos mares, montar uma encenação para apresentação em classe.
7. Pesquisar sobre a atuação da Funai e a situação dos índios no Brasil de hoje.
8. Trabalho de pesquisa sobre Canudos, Euclides da Cunha e sua obra Os sertões para apresentação em classe. Motivar os alunos a selecionarem alguns trechos significativos da obra para leitura em classe, a fazerem mapas da região onde ocorreu o movimento e a darem sua opinião sobre ele.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – República – República Velha – A História por Boris Fausto - 28’00” – vídeo 18
    2. Brasil – República – República Velha - Museu da República - 20'30" – vídeo 05
    3. Brasil – República – República Velha - Nasce à República - 17’13” – vídeo 14
    4. Brasil – República – República Velha - Século 20: os primeiros tempos - 17’45” - vídeo 14
    5. Brasil – República – República Velha  – Economia - Café, a saga do poder – 52’59” – vídeo 19
    6. Brasil – República – República Velha – 500 anos do Brasil-República na TV – Essa gente brasileira – 16’20” – vídeo 20
    7. Brasil – República – República Velha – 500 anos do Brasil-República na TV – O ciclo da borracha – 13’50” – vídeo 20
    8. Brasil – República – República Velha – Economia – Borracha - Teatro Amazonas - 24’00” – vídeo 10
  • Textos:
    1. Anos 20 – paradidáticos – 12 cópias – arquivo caixa 002
    2. O que já estudamos? Resumo sobre os capítulos do livro Nova História Crítica Mário Schmidt  7ª série – Para utilizar no início do ano da 8ª série – 18 cópias – arquivo caixa  003

65 – A Idade Contemporânea: Brasil, revoltas sociais na República Velha

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Revelar a marginalização dos pobres da cidade e do campo. Apresentar as raízes sociais do misticismo nas zonas rurais do Brasil cuja expressão maior foi a Guerra de Canudos.
  • Este capítulo está separado do anterior por uma questão didática, mas serve de complemento a ele. Aqui se ressalta o caráter excludente do sistema político da República Velha. Esta exclusão política da imensa maioria da população brasileira tinha uma estreita relação com a exclusão social que fazia dessa maioria um conjunto de cidadãos incompletos. Se formalmente todos eram iguais em direitos, na dinâmica real do funcionamento da sociedade prevalecia o monopólio do poder e da representação política dos grandes latifundiários.
  • À sua maneira, as massas populares do campo e da cidade reagiram à exclusão social e política. Canudos e Contestado são acontecimentos históricos ricos em dramaticidade e sentido social. A Revolta da Vacina, outro episódio abordado no capítulo, mostra a contradição entre uma modernização planejada pelas elites e os anseios populares.
  • É importante destacar a capacidade dos revoltosos de formularem os seus projetos sociais e políticos a partir do universo cultural popular: o da religiosidade tradicional camponesa.
  • Estrada de ferro, grandes empresas, investimentos estrangeiros. A modernização foi cruel com os humildes posseiros do Contestado. Idéias avançadas vindas da Europa, a filosofia positivista, justificaram o tratamento dado à questão de Canudos. Vacina, moderna maneira de combater doenças: por que o povo reagiu tanto? Estas são as questões que permeiam o texto do capítulo.

Problematização:
  • O que sabem sobre Canudos e sobre o padre Cícero?
  • Eram movimentos religiosos? Místicos? Ou de que natureza?
  • Por que foram combatidos?
  • Há casos semelhantes atualmente?
  • Isso tem a ver com miséria, condições sofríveis de vida no campo ou na cidade?
  • Os episódios tratados podem ser vistos como uma oposição entre o Brasil moderno e o arcaico, entre o avanço e o atraso? Trata-se, fundamentalmente, de um descompasso?

Conceitos chaves:
  • É pertinente desenvolver aqui os conceitos de progresso e de moderno. São conceitos carregados de positividade, mas os exemplos históricos vistos no capítulo permitem relativizar a positividade desses conceitos e lhes dar significa dos diversos. Todo monumento à cultura pode ser visto também como um monumento à “barbárie”.



Sugestões de atividades e avaliações:
  • Canudos: uma música a respeito de temas já estudados e a relação do homem com o meio em que vive. O texto que você vai ler é a letra de dados nesta unidade: o problema da seca.                                                                                                                                                
                                                   Último pau-de-arara                                                                    
     A vida aqui só é ruim, quando não chove no chão, mas se chover dá de tudo, fartura tem de montão, tomara que chova logo, tomara, meu Deus, tomara. Só deixo o meu Cariri, no último pau-de-arara. Enquanto a minha vaquinha, tiver a pele e o osso e puder com o chocalho pendurado no pescoço. Eu vou ficando por aqui, que Deus do céu me ajude. Quem sai da terra natal, em outros cantos não pára. Só deixo o meu Cariri, no último pau-de-arara.
     Para encerrar esta unidade, você e seus colegas vão se organizar em grupos de estudo para realizar as seguintes tarefas:
1. Discutir a letra da música, pesquisando em livros e enciclopédias e na Internet a região do Cariri (Onde ela fica? Como é o clima? Que cidades importantes fazem parte dessa região? Por que o Cariri é considerado um oásis no Sertão?).
2. Pesquisar o que é pau-de-arara e por que algumas pessoas abandonam o lugar onde vivem, enquanto outras resistem em lá ficar, apesar de todos os problemas que encontram.
3. Discutir a afirmação dos autores da letra da música de que ‘quem sai de sua terra natal, em outros cantos não pára”. Vocês concordam com ela? Por quê?
Caso tenham dificuldade em encontrar material para pesquisa, conversem com
o(a) professor(a) de Geografia. Ele (ela) certamente poderá orientá-los sobre como
encontrar informações.
A seguir, retomem as conclusões da mesa-redonda em que se discutiram o problema da seca no Nordeste, registrem por escrito as conclusões a que chegaram, ilustrando-as, se possível, com fotos, vídeos, desenhos, músicas, etc. Depois as exponham à classe. Não se esqueçam de indicar aos ouvintes onde eles poderão encontrar mais dados sobre o assunto.
A apresentação oral poderá ser feita por um único elemento do grupo ou por vários (nesse caso, combinem previamente quem falará o quê). Vocês também de verão estar preparados para, ao final da apresentação, responder às perguntas dos ouvintes.
• Avaliação
Feita a exposição oral, você e seu grupo deverão avaliá-la: como foi a atuação dos participantes? Os ouvintes demonstraram interesse durante a exposição? Vocês souberam responder às perguntas formuladas pelos ouvintes? O que poderia ser melhorado?

Material de Apoio:
  • Filmes:
    1. Cangaço e Lampião - Baile Perfumado - Amigo do padre Cícero, o fotógrafo Benjamim Abrahão, parte para o sertão nordestino, para filmar Lampião e seu bando nos anos 30.
    2. Semana de Arte Moderna - Eh Pagu, Eh - Premiado como melhor documentário e melhor roteiro no XV Festival de Cinema de Brasília, EH PAGU, EH!, dirigido por Ivo Branco é agora lançado em vídeo.
  • Vídeos:
    1. Brasil – República - Cultura - O pagador de promessas - 95'00" - vídeo 04
    2. Brasil – República – República Velha - Migrações internas - Viramundo - Retrato da imigração nordestina - 40'00" - vídeo 03
    3. Brasil – República – República Velha - Movimentos Sociais - A Revolta da Vacina - 23'08" - vídeo 04
    4. Brasil – República – República Velha - Movimentos sociais - Memórias do cangaço - 30'00" - vídeo 01
    5. Brasil – República – República Velha – 500 anos do Brasil-República na TV – Questão Social: Cs de Polícia  14’57” – vídeo 20
    6. Brasil – República – República Velha – 500 anos do Brasil-República na TV – Canudos e Contestado – 20’13” – vídeo 20

66 – A Idade Contemporânea: A Primeira Guerra Mundial

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Demonstrar como a concorrência entre as potências capitalistas pela conquista de novos mercados consumidores e fontes de matérias-primas resultou na Primeira Guerra MundiaL
  • Para entender o sentido da Primeira Guerra Mundial é preciso retomar as características do imperialismo e da competição entre as potências capitalistas. Trata-se de relacionar desenvolvimento industrial e disputa por mercados e fontes de matérias-primas com a rivalidade política entre os países. Em outras palavras, como as disputas entre as diversas burguesias nacionais se traduziram em confrontos militares? Ou, como os interesses da burguesia se transformaram em razões de Estado?
  • A relação entre expansão industrial e a Primeira Guerra Mundial pode ser feita também em outro nível: a indústria ampliou a capacidade de matar.
  • É de fundamental importância o professor relembrar que não podemos apresentar ao aluno um quadro explicativo tão amarrado da guerra que acabe por justificá-la. Se os episódios que levaram à Guerra têm determinações estruturais tão poderosas, então não existem responsáveis por ela. Eles passam a ser entidades abstratas e não pessoas reais: o capitalismo, a burguesia...

Problematização:
  • “A paz tornou-se viável porque a guerra tornou-se impossível”. A guerra é uma constante na história dos povos, mas a capacidade de destruição das armas chegou a um ponto em que a paz deixou de ser uma alternativa e passou a ser uma questão de sobrevivência da humanidade. O esforço de desarmamento é resultado desta consciência?
  • Como você resolve suas divergências com outras pessoas? Conversando, discutindo ou agredindo? Comente.
  • Quando você tenta resolver conversando e não consegue chegar a um acordo, o que faz para resolver o problema? Comente.
  • Muitos filmes de TV tratam como heróis, soldados que matam e destroem. Nós assistimos a esses filmes desde crianças. Será que eles, sem que percebamos, nos acostumam à guerra? Será que eles nos “ensinam” a aceitar a guerra e a violência?
  • Quem vai para a guerra sabe que tem uma enorme possibilidade de morrer. O risco é enorme. Por que as pessoas aceitam lutar numa guerra, e a matar e morrer?

Conceitos chaves:


Esquema de aulas expositivas:
1. As razões da guerra
• O revanchismo francês: Alsácia-Lorena
• A rivalidade econômica: Alemanha e Inglaterra
‘O sistema de alianças: Tríplice Aliança e Tríplice Entente
• A Questão Marroquina: França (+ Inglaterra) x Alemanha
• A Questão Balcânica
- O atentado de Sarajevo

2. As fases da guerra
• A guerra de movimento
• A guerra de posição
• A saída da Rússia e a entrada dos Estados Unidos
• Os 14 pontos de Wilson e o final da guerra

3. Os tratados de paz
• O Tratado de Versalhes
• O Tratado de Saint-Germain

4. Os efeitos da guerra

67 – A Idade Contemporânea: A Revolução Russa

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar os fatores que explicam a eclosão da Revolução Russa de 1917 e as características do sistema político e econômico então implantado.
  • Esse capitulo traz duas questões importantes, e de difícil compreensão por parte dos alunos. A primeira delas refere-se ao conceito de revolução. Ao longo de seus estudos de História, o estudante defrontou-se várias vezes com o termo revolução, mas com conteúdos muito diferentes — a Revolução Agrícola do Neolítico; a Revolução Francesa de 1789, a Revolução Inglesa de 1688, a Revolução Industrial; a Revolução de 30 e a Revolução de 64, no Brasil; as diversas "revoluções" na Bolívia e em outros países da América Latina.
  • Não é de surpreender, assim, que o aluno encontre dificuldades para entender o conceito de revolução, usado para fenômenos históricos de naturezas tão diversas.
  • No capítulo em questão, estamos diante de uma revolução que se manifesta visivelmente no nível político, mas que provoca transformações estruturais na economia e na sociedade. Trata-se da demolição de um Estado e de uma organização socioeconômica. Novos grupos sociais assumem o poder e os antigos são completamente varridos dos postos de direção e de influência. A educação, as leis, a imprensa, a distribuição dos bens, os princípios de direito, tudo muda. Enfim, trata-se de uma “verdadeira revolução”.
  • É importante que os alunos comecem a perceber que mudanças de tal monta só podem ser resultado de um processo de longa duração, de datação fluida e imprecisa. Todavia, no seu nível político, é um fenômeno histórico de balizas cronológicas perfeitamente estabelecidas.
  • A segunda questão importante se refere à existência, na Rússia Imperial, de um sistema político, social e econômico com características do Antigo Regime — absolutismo, união Estado-Igreja, relações servis de trabalho, nobreza com privilégios de nascimento. Tudo isto no século XX. Este “descompasso do desenvolvimento histórico” normalmente confunde o aluno, principalmente se ele interiorizou a clássica divisão didática da história em quatro idades com suas respectivas características fundamentais e seus modos de produção predominantes (para usar um conceito também clássico). O aluno tem, naturalmente, dificuldades em conciliar conceitos, periodizações, classificações, abstrações e esquematismos com determinados eventos históricos. A História, exatamente por tratar com singularidades, é uma ciência muito peculiar. A contradição entre a necessidade da formalização, do estabeleci mento de leis e princípios, exigências da ciência, entram em conflito com a necessidade de se captar as particularidades dos eventos históricos.
  • Neste capítulo, onde há uma relativa abundância de eventos e de personagens, o professor deve sempre tentar amarrar as explicações com conhecimentos anteriores dos alunos.

Problematização:
  • Os povos, as nações, os países têm caminhos de desenvolvimento histórico semelhantes? O que ocorreu na França, em 1789, é essencialmente o mesmo que ocorreu, com atraso, na Rússia, em 1917? Ou a Revolução Russa é uma mudança nova (já que implantou o socialismo)? Como um país mais atrasado é palco de um fenômeno mais moderno? A Revolução Russa representou uma superação de etapas ou estas etapas não existem? Qual é a relação entre as "histórias nacionais" e a "história mundial"?
  • Um outro elemento problematizador, que conduz as discussões em uma outra direção, é o caráter sangrento das revoluções. Lembrar que tanto a Revolução Francesa como a Revolução Russa (outros exemplos poderiam ser citados) desencadearam processos de extrema violência e mortandade. Elas representam avanços sociais e políticos? A violência é um preço a pagar pelo progresso?

Conceitos chaves:
  • É claro que o capítulo é propício para se trabalhar o conceito de revolução nos seus diversos significados e usos, conforme os exemplos que apontamos mais acima. Revolução Agrícola e Revolução Industrial de um lado e Revolução Francesa e Revolução Russa de outro, permitem também desenvolver as noções de longa e de curta duração em história.

Esquema de aulas expositivas:
1. Os antecedentes da revolução
• O czarismo
• O atraso econômico
• A Revolução de 1905
• Os mencheviques e os bolcheviques
• A Primeira Guerra Mundial e as derrotas russas

2. A revolução menchevique de Kerensky
• A manutenção da Rússia na Primeira Guerra e o desgaste de Kerensky
• Os bolcheviques de Lênin: paz, terra e pão

3. A Revolução Bolchevique de Lênin
• O Tratado de Brest-Litovsk
• A guerra civil: Vermelhos contra Brancos
• A vitória vermelha e a NER de Lênin
• A constituição da União Soviética
4. A disputa pelo poder soviético: Stálin e Trotsky
• Stálin e a socialização total com os planos qüinqüenais


Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Revolução Russa - O Encouraçado Potemkin - O filme retrata a Revolução de 1905 na Rússia, que pode ser considerado um movimento democrático, contra o autoritarismo do Czar.
    2. Revolução Russa - Reds - A vida do jornalista e militante comunista norte-americano John Reed, autor do clássico Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, é retratada desde a sua militância nos Estados Unidos, até a sua participação na Revolução.

68 – A Idade Contemporânea: Brasil, industrialização e greves na República Velha

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Explicar o processo de industrialização no Brasil destacando as condições que
            favoreceram ou dificultaram esse processo.
  • Informar sobre a formação do movimento operário no Brasil, Primeira Guerra Mundial, industrialização, movimento operário brasileiro. Fenômenos diferentes com relações entre si. Estabelecer relações de causalidade nem sempre evidentes é um dos objetivos da análise histórica. Assim, o capitulo permite fazer duas relações importantes — história mundial- história nacional; fenômenos econômicos-fenômenos sociopolíticos.
  • É importante o professor destacar os fatores necessariamente presentes na industrialização — capitais, tecnologia, mercado, mão-de-obra. Além destes fatores, acrescente-se as medidas legais e administrativas do Estado que ajudam ou dificultam a industrialização de um país. O Encilhamento é um bom exemplo.

Problematização:
  • O que vocês sabem sobre lutas por direitos?
  • De quais movimentos sociais já ouviram falar ou têm conhecimento?
  • Conhecem alguém que já participou de uma greve ou outro movimento reivindicatório?
  • Qual a participação dos sindicatos na conquista de direitos?
  • O que entendem sobre movimento operário?
  • Têm escutado no rádio, visto na tevê, lido em jornal ou revista algum movimento reivindicatório de trabalhadores da indústria ou de outros setores da economia?
  • Qual é a relação entre a produção e a distribuição de riquezas? Existe um problema mais diretamente econômico que é a forma de produzir as condições para que a produção se efetive, como foi apontado acima. E existe outro, de caráter social e político, que se refere à participação na produção. É o chamado conflito distributivo.

Conceitos chaves:
  • O capítulo permite desenvolver os conceitos de legitimidade e representatividade. Os operários eram uma classe em formação no Brasil. Seus interesses não estavam contemplados nas leis e na própria organização do Estado. O que havia era uma inadequação do Estado às novas realidades criadas pela industrialização e pela urbanização. Sem mecanismos legais para atenuar os conflitos, as ações operárias se colocavam à margem da lei e as greves e reivindicações operárias se transformavam em “questões de policia”..A contrapartida era a perda de legitimidade por parte do Estado, com a conseqüente recorrência à repressão. Quanto menos legítimo é o Estado, mais recorre à repressão.
  • É possível também trabalhar os conceitos de progresso econômico e de progresso social. O crescimento econômico é condição para a melhoria social (já se disse que não adianta distribuir a miséria), mas a relação não é automática. A própria ordem desses fatores é problemática. O que deve vir antes, o crescimento econômico ou a melhoria social? Sabe-se que condições sociais melhores (níveis de saúde e de escolarização da população) também são fatores decisivos no crescimento econômico.

69 – A Idade Contemporânea: A crise do liberalismo e a ascensão do fascismo

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Explicar a crise do regime democrático na Europa, relacionando-a com a crise econômica ocorrida após a Primeira Guerra MundiaL
  • O historiador Eric Hohshawm escreveu que o século XIX é um século longo, pois começa com a Revolução Francesa e termina com a Primeira Guerra Mundial, ao contrário do século XX que seria um século curto, pois vai da Primeira Guerra à derrocada do Império Soviético. Sabemos o sentido dessa afirmação aparentemente sem lógica. A ascensão da burguesia, o predomínio europeu no mundo, a expansão capitalista e a hegemonia das idéias que consagraram a democracia liberal, a economia de mercado, a competição econômica, a igualdade perante a lei ocorreram ao longo deste “longo século”.
  • A Primeira Guerra Mundial e suas conseqüências imediatas fizeram a ordem mundial, estabelecida sob a égide do capitalismo, entrar em uma profunda crise. O mundo que emergiu dela estava completamente transformado — derroca da dos grandes impérios europeus, emergência da União Soviética (alternativa concreta ao capitalismo) e dos Estados Unidos, estabelecimento de ditaduras de direita sob os escombros de regimes democráticos-representativos-liberais, intervencionismo estatal na economia e perda de confiança no livre mercado. A derrocada econômica do pós-guerra, o desemprego e as lembranças dos horrores da guerra, mais a “ameaça vermelha”, vislumbrada nas greves, no crescimento dos partidos de esquerda e na agitação social, alimentaram as propostas políticas que colocaram os ditadores no poder em vários países da Europa.
  • E o pior é que os problemas que levaram os países europeus à guerra não foram eliminados. Somados a fatores novos, resultariam em nova guerra.
  • O capítulo procurou apresentar os eventos históricos que compõem este quadro de crise. Mas o professor não deve adiantar conclusões nem fazer sínteses muito abstratas, como a que fizemos acima. Elas somente serão úteis se os alunos absorverem as informações históricas concretas que as sustentam. Como já tivemos a oportunidade de advertir, a consciência do aluno não dá saltos, Não há atalhos neste tipo de aprendizagem. Espírito crítico, capacidade de análise e de interpretação são habilidades intelectuais importantes, mas se torna vazios, inconsistentes, subjetivos e arbitrários quando dissociados de informações.
  • Mostrar a implantação de regimes totalitários na Europa como reação ao crescimento dos movimentos operários e dos partidos de esquerda. Esse processo foi alimentado pela crise econômica e pelos ressentimentos provocados pela Primeira Guerra Mundial
  • Apresentar as principais características dos regimes totalitários europeus.
  • O capítulo relaciona o fenômeno da crise econômica e social do pós-guerra na Europa com o surgimento dos movimentos fascistas e a posterior ascensão ao poder de parti dos políticos com essa inspiração ideológica. Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, entre outros, conheceram regimes fascistas.
  • É importante destacar para o aluno que a ascensão fascista foi resultado de uma luta política. A crise e o exemplo da Revolução Russa faziam crescer os partidos de esquerda e ameaçavam a própria ordem social capitalista. Tanto a esquerda como a direita se afastaram dos ideais democráticos. As duas soluções apresentadas para a crise, a de esquerda e a de direita, rejeitavam os mecanismos políticos da democracia.
  • Na Alemanha, os efeitos da guerra e as condições humilhantes impostas pelos vencedores aos derrotados criaram sentimentos de revolta, revanchismo, orgulho ferido. Procurar culpados pela derrota, resgatar a honra e o orgulho nacional foram bandeiras usadas pelos fascistas alemães (nazistas) para conseguir o apoio das massas.
  • Na França e na Inglaterra os fascistas não chegaram ao poder, mas, mesmo nestes países, de forte tradição democrática, as idéias totalitárias ganharam adeptos.
  • Intolerância, intimidação e violência contra os adversários políticos, racismo, militarismo, culto ao líder, partido único, censura às manifestações culturais, controle total pelo Estado de toda vida social. Estas são as características dos regimes fascistas que devem ser destacadas para os alunos.
  • Uma lição importante a ser tirada desses acontecimentos é o fato dos nazistas terem chegado ao poder através de eleições. Isto mostra que governo eleito pela maioria  é apenas uma das características da democracia e não sua essência.

Problematização:
  • Perguntar à classe o que sabe sobre nazismo, seus ideais e valores.
  • Pedir aos alunos que se ponham no lugar de pessoas discriminadas e perguntar o que sentem em relação a isso.
  • Perguntar se alguém na classe já passou por uma experiência de discriminação ou conhece uma pessoa que já foi discriminada.
  • Liberdade, igualdade perante a lei, direitos individuais, governos representativos, divisão de poderes etc, foram princípios que nasceram e se desenvolveram com a sociedade burguesa. Todavia, foi a burguesia que renegou todos estes princípios ao apoiar os regimes ditatoriais implantados no pós- guerra. Como explicar esta contradição?
  • “Quem não aprende com a história está destinado a repeti-la.” O totalitarismo é uma lição aprendida? O fascismo é uma filosofia social e política derrotada pela história? Lembrar a existência de grupos fascistas na Europa atual.
  • Você talvez lute por você e seus familiares. Lutaria e até morreria por seu país? Comente.
  • O você acha que deve vir em primeiro lugar, o povo ou a pátria? Por quê?
  • O governo existe para administrar o país. Até que ponto você acha que o governo deve controlar a vida das pessoas?
  • Você acha que o fascismo e o nazismo tinham pontos positivos? Comente
  • Existe possibilidade de o Brasil vir a se tornar um país fascista? Comente.
  • O que as pessoas devem fazer para evitar ou ajudar à instalação do fascismo?
  • Na vida diária, as relações entre pessoas (pai-filho, patrão-empregado, professor-aluno, homem-mulher, polícia-cidadão) podem ter características fascistas? Comente.
  • Os fascistas e nazistas se consideravam superiores aos outros povos e nações, por isso se achavam no direito de conquistá-las. Hoje muitos jovens brasileiros de classe média gostam de praticar artes marciais em academias. Mas uma minoria deles também aprecia provocar brigas com pessoas fisicamente mais fracas, nordestinos, homossexuais, etc. Você considera que essa atitude é fascista? Justifique.

Conceitos chaves:
  • O conceito de liberalismo é o mais adequado para ser desenvolvido neste capítulo. O que significa liberalismo em economia? E em política? O liberalismo econômico supõe a democracia política? Lembrar episódios históricos já estudados pelos alunos nas séries anteriores. As revoluções liberais do século XIX, por exemplo. Talvez o aluno comece a perceber a diferença entre o uso de um conceito numa análise com pretensões científicas, onde não pode haver significados dúbios, incoerências, contradições, e o uso do mesmo conceito na luta política e ideológica. Uma coisa são as definições, outra coisa é o sentido da ação dos agentes históricos. Já foi dito que um simples balconista sabe distinguir a diferença entre o que uma pessoa é e o que ela pensa que é. Entre o sentido das suas palavras e o da sua ação, por exemplo: o nome oficial da Alemanha Oriental era República Democrática Alemã.
  • O totalitarismo se manifestou historicamente tanto inspirado nas idéias de esquerda (estalinismo, maoísmo...), como nas idéias de direita (nazismo, fascismo italiano, salazarismo, franquismo...). Teve suas versões de direita e de esquerda. Existem diferenças essenciais entre eles? As semelhanças são maiores do que as diferenças? O que permite definir estes regimes políticos com o mesmo conceito? O fato de um erigir o outro como o seu oposto tem algum significado?

Esquema de aulas expositivas:
1. A ideologia nazi-fascista
• O totalitarismo
• O nacionalismo
• O autoritarismo
• O militarismo
• O anticomunismo
• O racismo nazista e o corporativismo fascista
2. O fascismo italiano
• Mussolini e as Esquadras
• A Marcha sobre Roma de 1922
• Mussolini: o Duce
• O Tratado de Latrão e o apoio da Igreja

3. O Nazismo alemão
• A fundação do Partido nazista
• A instabilidade da República de Weimar
•O Putsch de Munique e a prisão de Hitler
• A crise de 1929
• Hitler: chanceler pelo presidente Hindenburg
• Hitler e o Terceiro Reich
• O incêndio do Reichstag
- O ‘espaço vital’

Material de Apoio:
  • Filmes:
    1. Fascismo e comunismo - a Família - O filme focaliza a história da Itália no século XX, através da vida da abastada família do intelectual Carlo, caracterizando a bipolarização ideológica entre fascismo e comunismo.
    2. Guerra Civil Espanhola - TERRA E LIBERDADE - O filme retrata a Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939), momento em que a esquerda, mundialmente, uniu-se em torno de uma causa.
    3. Nazismo - Arquitetura da destruição - Este filme é considerado um dos melhores estudos sobre o Nazismo. Lembra que chamar Hitler de artista medíocre não elimina os estragos causados por sua estratégia de conquista universal.

70 – A Idade Contemporânea: Brasil, as Revoltas Tenentistas na República Velha

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar as principais características do sistema político que vigorou durante a República Velha e sua relação com a economia cafeeiro.
  • Explicar o tenentismo como uma reação ao domínio das oligarquias, destacando a vinculação desse movimento com as classes médias urbanas.
  • Relacionar as mudanças ocorridas no nosso ambiente cultural com as influências vindas da Europa e os anseios de modernização no país.
  • O aluno já viu que o Brasil passava por um processo de modernização. Viu que este processo se dava tanto nos aspectos econômicos (industrialização), como nos sociais (formação da classe operária, crescimento e diversificação das classes médias urbanas). Apontamos a contradição entre essa nova realidade e a organização política, pois o Estado não estava estruturado para responder com eficiência às novas demandas e aos novos conflitos. O tenentismo foi fruto desta contradição. Investiu contra a política oligárquica, que considerava responsável pe las mazelas do país.
  • Os fatos abordados no capítulo evidenciam a crise do sistema político vigente na República Velha. Movimento tenentista, de um lado, e Semana de Arte Moderna, de outra, questionavam de maneiras diferentes o Brasil arcaico, e anunciavam o Brasil moderno. As elites precisavam repensar o modelo político e se adaptar aos novos tempos para não serem atropeladas pela modernização do pais. O desfecho da crise foi a Revolução de 1930.

Problematização:
  • As transformações sociais e econômicas sempre antecedem as mudanças políticas? Mudanças políticas também não podem viabilizar transformações econômicas? As novas concepções artísticas presentes na Semana de Arte Moderna são de origem européia. Mesmo assim é possível relacioná-las com as transformações sociais e econômicas internas?

Conceitos chaves:
  • Modernização, conceito de sentido múltiplo, geralmente usado de forma positiva; mais moderno significando melhor. O conceito pode ser desenvolvido a partir da discussão desta positividade do conceito. Relativizar esta positividade pode ser útil no desenvolvimento do espírito crítico do aluno.

71 – A Idade Contemporânea: a crise de 1929

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Analisar a crise do capitalismo mundial ocorrida a partir de 1929.
  • Mostrar que a crise abalou a confiança no liberalismo econômico, inaugurando
            uma fase de maior intervenção do Estado nas atividades econômicas. O aluno         
            estudou a crise geral do pós- guerra.          
  • Neste capítulo, a crise é vista na sua versão norte-americana. A Primeira Guerra havia afetado menos os Estados Unidos, pois o conflito não se desenvolveu em seu território. Seu parque industrial não foi afetado, ao contrário, aumentou a sua produção. Assim, enquanto a Europa era só desespero e ruínas, a economia americana vivia um clima de euforia. Além disso, como ressalta o texto do capitulo, os Estados Unidos saíram da guerra como grandes credores dos endividados países europeus.
  • Qual foi a origem, então, da crise de 1929? Explicar a natureza das crises cíclicas da economia capitalista. O professor deve se deter mais nesta parte, pois, embora o capítulo refira-se à crise de 1929 trata-se de uma teoria geral para explicar as crises do capitalismo. Tenta-se mostrar ao aluno a interdependência econômica entre os diversos países e entre os diversos setores da economia. Relaciona-se também produção e consumo. É isto que permite que o circuito econômico se feche, ou seja, que o capital investido retorne à mão dos empresários para recomeçar um novo ciclo produtivo. Não é difícil mostrar ao aluno que as crises capitalistas não são de escassez, mas de superprodução. As empresas entram em dificuldade exatamente quando produzem mais do que conseguem vender. Aí os estoques se acumulam, operários são demitidos, diminui a massa salarial, nova queda no consumo e nas vendas.., uma bola de neve,
  • O quadro da crise é aparentemente ilógico, consumidores querem, mas não conseguem comprar, e empresários vão a falência por não conseguirem vender! Miséria e fome nas cidades e produtores rurais queimando a produção por falta de compradores! Possibilitar o entendimento deste mecanismo de funcionamento da economia capitalista é o principal objetivo do capítulo.

Problematização:
  • O ideal é escolher um acontecimento atual para ilustrar a aula. Exemplos recentes: crise da indústria de calçados em Franca; produtores de cebola destroem a produção; pecuaristas jogam fora o leite produzido... Deve-se, porém, distinguir crises localizadas e passageiras da crise geral e prolongada, como foi a iniciada em 1929.

Conceitos chaves:
  • Discutir o papel do Estado na economia ajuda a desenvolver o conceito de liberalismo econômico trabalhado anteriormente. Esta é uma discussão que está na ordem do dia. Para que tenha mais concretude, é possível fazer um levantamento das formas de intervenção do Estado brasileiro na economia — salário mínimo, fixação da taxa de câmbio, regras para reajuste de aluguéis, salários, prestações de imóveis, incentivos à exportação, impostos para inibir a importação, empréstimos compulsórios, subsídios à agricultura...
  • É interessante fazer uma comparação destas intervenções com as medidas tomadas para recuperar a economia norte-americana após a crise de 1929 (último item do capitulo).

Esquema de aulas expositivas:
1. A instabilidade internacional

2. A grande crise de 1929
• As razões da crise
- O crescimento econômico norte-americano
- O liberalismo
- O subconsumo
- A especulação financeira
- A Quinta-feira Negra e a irradiação da crise
- Fim das importações
- Repatriamento dos capitais

3. Roosevelt e o New Deal Keynes
• O neocapitalismo intervencionista

72 – A Idade Contemporânea: Brasil, a Revolução de 30

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Explicar o declínio das oligarquias na América Latina enfatizando o caso brasileiro, e sua substituição por sistemas políticos que englobavam novos atores na cena política.
  • Relacionar o declínio das oligarquias com o processo de modernização das economias latino-americanas e o conseqüente crescimento de setores sociais urbanos.
  • O mais importante neste capitulo é relacionar a crise econômica mundial, principalmente após a quebra da Bolsa de Nova York em 1929, e as mudanças políticas ocorridas no Brasil, bem como em vários países da América Latina.
  • O aluno já viu que o Brasil se modernizava e que a república oligárquica era um sistema político que não estava à altura de responder à nova situação social. A esta crise estrutural interna veio, se somar o fator externo — a crise que afetou as nossas exportações, principalmente de café. E importante recapitular as contradições internas e a crise internacional para situar os episódios que marcaram o fim da República Velha e a Revolução de 1930.
  • O item final do capítulo quer mostrar que a crise do poder oligárquico foi um fenômeno continental, fato já destacado no próprio título do capítulo.
  • Embora a relação entre os níveis econômico, social e político seja de fundamental importância para explicar as transformações históricas, não se deve passar ao aluno a falsa idéia de que tudo o que se passa no nível político deve ter explicação no nível econômico e social. Existem os fenômenos essencialmente políticos e que se explicam nas relações de disputa pelo poder. As ambições políticas pessoais, de partidos, de Estados têm uma lógica própria que se explica no nível político. Reiteramos a advertência — o aluno pode assimilar um esquema explicativo mecânico, determinista e divorciado dos fatos reais. A análise histórica precisa de modelos explicativos, teoria e método, mas deve se fundamentar sempre em fatos e documentos. A critica à denominada história tradicional, a que seria factual, repleta de eventos, datas e nomes, acabou levando a um exagero perigoso em sentido contrário — uma “história” vazia de personagens, de sujeitos, de balizas cronológicas, de especificidades nacionais, regionais etc. As relações entre as pessoas, o cerne da história, acabaram substituídas por estruturas, instâncias, lutas de classe, determinismos, em última instância.

Temas centrais:
  • Na década de 1920 acentuara-se a contradição entre a Constituição — que pregava a democracia, a representatividade e a federação — e a estrutura oligárquica — a prática da política brasileira.
  • As forças sociais urbanas cresciam, entrando em contradição com a política oligárquica da República Velha, No entanto, o fator que determinou a derrocada da República Velha foram as cisões ocorridas no seio do próprio bloco dominante oligárquico.
  • Com o avanço do movimento operário, foi fundado em 1922 o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Alguns meses depois era colocado na ilegalidade.
  • O presidente Artur Bernardes (1922-6) governou em permanente estado de sítio. Sua gestão foi marcada por movimentos revolucionários em 1922, 1923 e 1924. Nesse período intensificou-se o tenentismo, que teve na Coluna Prestes seu exemplo mais conhecido.
  • “Governar é abrir estradas” foi o lema do governo de Washington Luís (1926-30). No seu governo, foram construídas as estradas Rio—São Paulo e Rio—Petrópolis. O presidente procurou também realizar uma reforma financeira, que fracassou, O café atingiu uma superprodução, entrando em crise. Ao mesmo tempo, oligarquias ligadas a outros setores de produção ampliavam suas reivindicações.
  • A cisão entre as oligarquias e a crise sucessória criaram um clima propício à derrubada da República Velha. As oligarquias dissidentes organizaram-se na Aliança Liberal, com apoio do movimento tenentista. Nas eleições, o candidato da Aliança Liberal foi derrotado.
  • As oligarquias derrotadas (Aliança Liberal), os tenentistas militares e os civis conspiraram contra a posse de Júlio Prestes, deflagrando um golpe a 3 de outubro de 1930. Em novembro, Vargas assumia o poder.

Problematização:
  • A denominada Revolução Constitucionalista de 1932 foi, principalmente, uma reação da oligarquia paulista por ter perdido o poder ou um movimento de inspiração puramente constitucionalista? Na verdade, a questão não pode ser colocada nestes termos, mas isto tem a finalidade de provocar o debate e a reflexão. Pode-se dizer que ela foi as duas coisas.

Conceitos chaves:
  • O capítulo permite retrabalhar o conceito de revolução tendo por parâmetro a Revolução de 30. Foi realmente algo revolucionário? Levou a transformações estruturais? Conduziu novas classes ao poder? O verdadeiro agente revolucionário, o Bloco Operário Camponês, não foi derrotado antes dos episódios de 30?

Esquema de aulas expositivas:

O fim das Oligarquias e a Revolução de 30

1. O panorama econômico da década de 20
• A crise da cafeicultura
• A industrialização brasileira
• O surgimento de novas forças sociais

2. O movimento tenentista nos anos 20
• A Revolta do Forte de Copacabana
• A Revolta Tenentista de 1924
• A Coluna Prestes

3. A Semana de Arte Moderna
• Características gerais

4. Os presidentes Epitácio Pessoa, Artur Bernardes e Washington Luís

5. A crise de 1929 e a Revolução de 1930

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Pesquisar sobre a Semana de Arte Moderna, exemplos de obras representativas do movimento (música, pintura, poesia, etc.), explicando por que chocaram o público da época.
2. Procurar no arquivo do principal jornal de sua cidade notícias de 1922 que mostrem a reação das pessoas à Semana de Arte Moderna.
3. Pesquisar sobre a Coluna Prestes e montar um painel na classe em forma de reportagens que informam como foram se sucedendo os principais acontecimentos relacionados ao tema.
4. Pesquisar sobre a crise de 1929 e sua repercussão mundial.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – República – República Nova - A Revolução de 1930 - 42'00" - vídeo 02
    2. Brasil – República – República Velha - Arte e transformações -Modernismo: anos 20 - 18'52" - vídeo 01
    3. Brasil – República – República Velha - Bandeirantes do século XX (O trabalho dos irmãos Villas-Boas) - 58'26" - vídeo 04
    4. Brasil – República – República Velha – Cultura - Santos Dumont - 13'00" – vídeo 05
  • Textos:
    1. Semana de Arte Moderna – Época – arquivo revistas

73 – A Idade Contemporânea: Brasil, a Era Vargas

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Destacar os fatores políticos, econômicos e sociais que explicam a implantação do Estado Novo.
  • Mostrar a influência dos regimes totalitários da Europa no Brasil.
  • Traçar um paralelo entre acontecimentos europeus e brasileiros da década de 30 ajuda o aluno a entender melhor o capítulo. Estão aqui presentes o fascismo, o comunismo e a luta entre eles. Todavia, nem comunistas nem integralistas chegaram ao poder. Os primeiros foram derrotados em 1935 e os segundos em 1937. Mas tivemos o Estado Novo, um chefe político poderoso, extinção dos partidos políticos, supressão dos poderes legislativos, censura, sindicalismo corporativo... e (?!) entramos na Segunda Guerra Mundial contra as potências fascistas.
  • Por esta razão, sem logicamente ignorar as influências externas, deve-se mostrar ao aluno que é principalmente através dos fatores internos e da especificidade da sociedade brasileira que entendemos os acontecimentos tratados neste capítulo. Na Europa tínhamos uma sociedade industrial e urbana secular e no Brasil estávamos na fase inicial de superação de uma sociedade agrário-exportadora.

Temas centrais:
  • O capitalismo passou por mais uma crise cíclica durante a década de 1930. No Brasil, a crise econômica já havia se desencadeado anteriormente e foi agravada com os efeitos da crise internacional.
  • A grande crise internacional iniciada em 1929 provocou uma diminuição das importações, possibilitando o aumento da produção interna agrícola e industrial.
  • O governo provisório (1930-4) foi marcado pelas contradições e disputas entre os grupos que o compunham. Vargas equilibrava-se entre as oligarquias e os tenentes, utilizando-se de uma política ambígua.
  • A oligarquia paulista não permitia que o poder lhe escapasse das mãos sem qualquer reação. Aproveitando o descontentamento popular devido à crise econômica, levantou a bandeira contra o centralismo. A revolução Constitucionalista que se seguiu terminou com a derrota militar de São Paulo. No entanto, suas reivindicações políticas foram atendidas.
  • Em 1933, Vargas promoveu eleições para a Assembléia Constituinte. Em novembro do mesmo ano os constituintes iniciavam o seu trabalho.
  • A Constituição de 1934 inspirou-se na Constituição alemã de Weimar, sendo liberal e centralizadora. Voto secreto, voto feminino, mandado de segurança e leis de cunho trabalhista foram algumas das inovações dessa Constituição.
  • Durante o governo constitucional (1934-7) ocorreu uma intensa polarização ideológica, opondo de um lado a Ação Integralista Brasileira, de moldes fascistas, e, de outro, a Aliança Nacional Libertadora, frente popular antiimperialista.
  • A Aliança Nacional Libertadora pregava a suspensão do pagamento de dívidas externas brasileiras, a nacionalização das empresas estrangeiras, a reforma agrária, a ampliação das liberdades públicas e a formação de um governo popular.
  • A adesão à ANL superou as expectativas, razão por que o governo procurou reprimi-la. A severa repressão levou seu setor mais radical a sublevar-se num movimento que a historiografia oficial denomina Intentona Comunista.
  • Enfraquecida a oposição mais conseqüente, as forças dominantes começaram a preparar a campanha sucessória, apresentando três candidatos: Armando de Sales Oliveira, José Américo de Almeida e Plínio Salgado.
  • Vargas, com o apoio de Góes Monteiro e de Dutra, preparou um golpe que o manteve no poder. Para isso utilizou-se da divulgação de um plano forjado, para dar a impressão de que os comunistas preparavam um golpe (Plano Cohen). A 10 de novembro de 1 937, Vargas dava início ao Estado Novo.
  • Após o golpe de 1930, que pôs fim à hegemonia dos cafeicultores paulistas, o bloco formado pelas classes dominantes no Brasil ficou sem uma fração que se impusesse ao conjunto das outras. É nesse contexto que Getúlio deflagra o golpe continuísta de 1937.
  • Uma das primeiras medidas tomadas pelo Estado Novo foi a supressão da Constituição de 1934 e a outorga à nação de uma nova Carta, apelidada pelo povo de ‘Polaca “, devido à sua inspiração na Constituição fascista polonesa”.
  • O Estado Novo caracterizou-se pela centralização do poder no Executivo, anulação da autonomia dos estados, ausência de uma definição ideológica do regime e intervencionismo do Estado no campo social e econômico.
  • A política econômica do Estado Novo pode ser considerada de modernização conservadora, estimulando o crescimento industrial e criando empresas estatais nos setores de base, mas reforçando a concentração fundiária e não estendendo as garantias trabalhistas criadas aos trabalhadores rurais.
  • O Estado Novo criou inúmeras leis trabalhistas regulamentando as relações entre patrões e empregados, mas subordinou os sindicatos ao Ministério do Trabalho e proibiu greves.

Problematização:
  • Vocês já ouviram falar em Getúlio Vargas? O que sabem sobre o assunto?
  • O que é ditadura? O que conhecem sobre os momentos ditatoriais pelos quais passou o Brasil?
  • O que é patriotismo?
  • Quem foi “pai dos pobres”? Por que ele era assim chamado?
  • Comparar as imagens criadas pela propaganda de lideres fascistas como Mussolini e Hitler (força, energia, uniformes militares) com a imagem de Getúlio Vargas (risonho, caridoso, amigo das crianças, pai dos pobres, roupas civis), Qual o significado que isto pode ter?

Conceitos chaves:
  • O capítulo ajuda a desenvolver o conceito de democracia em oposição ao de totalitarismo. Chamar a atenção do aluno para os conflitos de interesses, diversidade de idéias e de valores, concepções diferentes de justiça presentes na sociedade, e a necessidade de todos se submeterem às mesmas leis, ao mesmo governo, à mesma autoridade pública. A democracia tenta administrar todos esses conflitos, institucionalizá-los e neutralizar os seus aspectos destrutivos, Trata-se de discutir o sentido de pluralismo. O totalitarismo odeia a diversidade e procura eliminar os divergentes e os diferentes, pois quer urna sociedade padronizada. Por isso, um dos princípios importantes da democracia é o de respeito às minorias. Vencer eleições dá legitimidade para governar, não para aniquilar os adversários e reduzi-los ao silêncio.

Esquema de aulas expositivas:

A República Nova — A Era Vargas

1. 0 Governo Provisório de Vargas
• A Revolução Constitucionalista de 1932
• A Constituição de 1934

2. O Governo Constitucional de Vargas
• A Ação Integralista Brasileira
• A Aliança Nacional Libertadora
• A Intentona Comunista de 1935
• O golpe do Estado Novo
- A farsa do Plano Cohen

3. O Estado Novo de Vargas
• A centralização ditatorial
• A intervenção estatal na economia
• O Brasil na Segunda Guerra Mundial

4. A queda de Vargas

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Organizar na classe um julgamento simulado de Getúlio Vargas, levantando criticas e feitos positivos de seu governo.
2. Pesquisar em jornais, revistas e em alguma emissora de rádio de sua cidade por que querem acabar como programa “Hora do Brasil”, criado durante o Estado Novo. Escute um desses programas para formar sua opinião e depois debata com a classe.

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Era Vargas - Olga - Estréia no próximo dia 20 de agosto o filme Olga, dirigido por Jaime Monjardim e baseado no best seller de Fernando Moraes. Vale a pena conferir e trabalhar em sala de aula.
    2. Era Vargas - Soldado de Deus - o filme faz um retrato do que foi o integralismo e sua importância na vida política brasileira.
  • Vídeos:
1.      Brasil – República – A Era Vargas – 500 anos do Brasil-República na TV – A Era Vargas – 19’54” – vídeo 20
2.      Brasil – República – Era Vargas – 28’00” -  A História por Boris Fausto – vídeo 18
3.      Brasil – República – República Nova - Era Vargas - Getúlio - 76'00" - vídeo 02
4.      Brasil – República – República Nova - Era Vargas - Nos tempos da 2ª guerra mundial - 18’30” – vídeo 10
5.      Brasil – República – República Nova - Era Vargas - O Velho - A história de Luís Carlos Prestes - 84'00" - vídeo 03

74 – A Idade Contemporânea: A Segunda Guerra Mundial

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Explicar a eclosão da Segunda Guerra Mundial e destacar os momentos mais importantes desse conflito. Apresentar algumas conseqüências dessa guerra.
  • A Segunda Guerra tem dois eixos explicativos. Um a partir da competição entre as potências capitalistas por mercados, áreas de influência, fontes de matérias-primas. Neste sentido ela se equipara à Primeira Guerra. Outro, a partir das condições impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes. Os países vencedores quiseram reduzir a potência derrotada a um país sem influência militar e política no cenário internacional. Isso era impossível, pois o potencial cultural, econômico, a tradição histórica e a própria posição geográfica da Alemanha reservavam a ela um papel de destaque. O tratado de Versalhes foi um erro político. Quis transformar a Alemanha na única responsável pela guerra, impondo a ela pesadas indenizações, entre outras sanções.
  • Tudo isso alimentou a crise social e econômica que possibilitou a ascensão nazista. Militarismo, revanchismo, expansionismo, racismo floresceram no terreno fértil das frustrações e humilhações impostas ao povo alemão com a derrota na Primeira Guerra.
  • Havia ainda elementos complicadores: a presença ameaçadora para o mundo capitalista da União Soviética e as pretensões expansionistas do Japão, conflitando com os interesses dos Estados Unidos.
  • A “tolerância” com Hitler por parte da Inglaterra e da França se explica pelo temor de uma nova guerra (as cicatrizes da Primeira Guerra ainda não haviam se fechado), difícil de ser aceita pelos cidadãos, e pela esperança que os alemães se voltassem contra o inimigo comum — a União Soviética.
  • Um outro ponto a destacar é o papel importante representado pela indústria bélica na recuperação econômica das potências após a crise iniciada em 1929. Estreitaram-se as relações entre indústria, forças armadas e poder político. O Estado passou a ser o principal cliente das indústrias — um “mercado” mais seguro e menos sujeito a crises. Em todas as potências surgiram os complexos industriais militares. A corrida armamentista, além do seu componente político, tinha fortes raízes econômicas. Mesmo os que esperavam a paz se prepararam para a guerra.

Problematização:
  • Que poder tão grande faz milhões de homens irem para regiões distantes dos seus lares para matarem e serem mortos por pessoas que nunca viram? Inscrição no túmulo de soldados italianos na Rússia, mortos na Segunda Guerra — “O que vieram fazer tão longe do Vesúvio ?“. Não conseguimos apurar a veracidade da existência deste túmulo, mas isto não importa para a discussão. 
  • Você lutaria numa guerra? Morreria ou mataria? Por quê ou por quem?
  • Você mataria alguém que tem uma ideologia, isto é, pensa diferente de você? Comente.
  • Os hooligans vão para os estádios para agredir os torcedores. Essa é sua “diversão”. Esse gosto pela violência, a vontade de se afirmar por meio da força bruta, guarda a semente do fascismo? Justifique.
  • Existe alguma maneira de impedir as guerras no mundo? Justifique.
  • Existe alguma possibilidade de, nos dias atuais, acontecer uma Terceira Guerra Mundial? Justifique.
  • Por que o Brasil é um país que quase não participou de guerras?
  • Na Alemanha durante a 2ª Guerra Mundial muitos judeus foram mortos. Existe preconceito contra os judeus no Brasil atual? Por quê? E contra outros grupos? Comente

Conceitos chaves:
A guerra já foi definida como o prolongamento da política. O capítulo permite trabalhar o conceito de política internacional e o de política nacional relacionados com o de guerra (o conceito assume sentidos diferentes em cada época histórica).
Os que eram contra a guerra na Alemanha foram derrotados politicamente, no plano interno, antes dela começar. O governo dos Estados Unidos teve dificuldade de entrar na guerra (o ataque japonês a Pear Harbor precipitou os acontecimentos) por não contar com apoio interno para isto. Mais recentemente, a denominada derrota dos Estados Unidos no Vietnã teve componentes internos decisivos.


Esquema de aulas expositivas:
1. Causas da guerra
• As razões da guerra
• O expansionismo territorial
• A guerra civil espanhola: teste bélico
• A expansão alemã
- O anschluss
- A Conferência de Munique
- O Pacto Germano-soviético
• O início da guerra: a invasão da Polônia

2. As fases da Segunda Guerra Mundial
• O avanço do Eixo (1939-1942)
• O refluxo do Eixo (1942-1945)

3. Os acordos do final da Guerra
• A Conferência de Yalta
• A Conferência de Potsdam
• A Conferência de São Francisco
- A ONU e seus órgãos

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Segunda Guerra Mundial - A Lista de Schindler - Aproveitando a recente decisão do governo e de empresas alemãs em indenizar as vitimas do Holocausto, conheça o principal filme sobre o trabalho escravo de judeus durante a Segunda Guerra.
    2. Segunda Guerra Mundial – Judeus - Estado de Israel - SUNSHINE - O despertar de um século - Em um dos mais recentes filmes de István Szabó, o ator Ralph Fiennes, interpreta pai, filho e neto em três gerações de um clã de judeus, que vai perdendo a identidade em meio ao anti-semitismo, guerras e perseguição.
    3. Segunda Guerra Mundial - Senta a Pua! - O filme resgata a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial através de depoimentos de pessoas envolvidas no Primeiro Grupo de Aviação de Caça do Brasil.
  • Vídeos:
    1. Geral – Idade Contemporânea – A Segunda Guerra Mundial – Um sonho ruim – 49’02 “– vídeo 19”.
    2. Geral – Idade Contemporânea – Segunda Guerra Mundial - A vida é bela – 130’00 “– vídeo 19”.

75 – A Idade Contemporânea: A Guerra Fria

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar a polarização da política mundial em zonas de influência dos Estados Unidos e da União Soviética; o que ocasionou o fenômeno da Guerra Fria.
  • Apresentar episódios históricos ocorridos após a Segunda Guerra Mundial que alteraram o quadro político mundial. Exemplos — Revolução Chinesa e Guerra da Coréia.
  • O importante a destacar no capítulo é que as duas guerras marcaram um deslocamento do eixo da política mundial. As tradicionais potências da Europa Ocidental passaram para o segundo plano. Neste sentido, os Estados Unidos foram altamente beneficiados pelas duas guerras. Suas perdas foram pequenas e as vantagens enormes. Enquanto a Europa se reerguia economicamente, os Estados Unidos estendiam as suas áreas de influência, A explosão das bombas atômicas comia o Japão colocavam a nação americana na liderança mundial no plano militar.
  • A União Soviética, embora extremamente castigada pela guerra, emergiu dela como a única potência que podia fazer sombra ao poderio americano. A política mundial passou a ter um componente novo, pois as duas grandes potências representavam modelos de organização econômica, política e social opostas e excludentes. Com isso, as questões políticas locais assumiam significado internacional, e as nações do mundo se viam quase obrigadas a se alinhar de um ou outro lado no confronto político e ideológico entre União Soviética e Estados Unidos. O professor deve enfatizar que esse é o sentido da Guerra Fria — o mundo passou a viver na dependência dos lances políticos dessas duas potências. A possibilidade de um confronto nuclear entre elas era uma ameaça que pairava sobre o mundo.
  • A Revolução Chinesa de 1949 acirrou mais ainda a Guerra Fria, pois o sistema comunista mostrava um potencial expansionista muito grande. O processo de descolonização e de desmontagem dos impérios coloniais europeus ameaçava tornar-se o gérmen do nascimento de nações alinhadas à União Soviética.

Problematização:
  • É impossível discutir este assunto atualmente sem relacioná-lo com o recente fim da Guerra Fria. A maneira como isto ocorreu (o sistema implodiu, isto é, foi destruído a partir da ação política interna) per discutir a relação entre política interna e externa. O conflito entre nações é a parte mais visível da política internacional, mas ela se desdobra na política interna de cada país. No caso específico, a União Soviética perdeu a guerra ideológica em casa. Será que a força política externa dos Estados Unidos não se deve, em grande parte, ao fato do sistema não ter inimigos significativos no plano interno?

Conceitos chaves:
  • Um conceito importante para ser trabalhado no capitulo é o de Estado-Nação. É possível definir objetivamente no que consistem os interesses nacionais? Quais eram os interesses nacionais na Rússia de ontem? E na de hoje? Eles são conjunturais? Não existem interesses nacionais permanentes? Durante a ditadura os interesses nacionais eram uns e hoje são outros? Quem os define?

Esquema de aulas expositivas:
1. A bipolarização socialismo x capitalismo
• A Guerra Fria e a Doutrina Truman
• O Plano Marshall
• A OTAN e o Pacto de Varsóvia

2. A Guerra da Coréia
• O Norte com apoio da China e da União Soviética invade o Sul que era apoiado pelos Estados Unidos
• O fim da guerra e a manutenção da divisão da Coréia

3. Tensão e distensão nas relações leste-oeste
• A Coexistência Pacífica
• O Muro de Berlim e a crise dos mísseis
• A Détente
• O armamentismo da era Reagan: a Guerra nas Estrelas

76 – A Idade Contemporânea: Brasil, o Populismo

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Caracterizar o quadro político brasileiro após o fim da Segunda Guerra. Destacar o populismo como a prática política que predominou no período.
  • Já apontamos o problema da falta de legitimidade do poder político oligárquico decorrente da modernização e urbanização. O Estado e as instituições não possuíam mecanismos para lidar com os novos grupos sociais e dar respostas às suas reivindicações e anseios de representação política. A solução dessa crise se deu através do populismo. Líderes carismáticos que se dirigiam diretamente às massas, procura de uma conciliação entre as classes em nome do nacionalismo e do desenvolvimentismo econômico, organização e cooptação do movimento operário de cima para baixo... são algumas características do populismo que devem ser ressaltadas pelo professor.
  • Sintomaticamente, assim como a modernização terceiromundista foi comum a vários países latino-americanos,o mesmo se deu com o populismo.

Temas centrais:
  • A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial aguçou a luta oposicionista no país. A conjuntura econômica já não permitia que se conciliassem os interesses dos vários setores da classe dominante. As Forças Armadas apresentavam dissidências. Os intelectuais lançavam manifestos pelo retorno à democracia.
  • Com o avanço da pressão oposicionista, Getúlio, buscando manter-se no poder, utilizando-se de várias manobras políticas. Mesmo assim foi obrigado a renunciar em outubro de 1945.
  • Elegeu-se o general Eurico Gaspar Dutra (1946-Si), apoiado peio PTB e pelo PSD. Em seu governo foi promulgada uma nova Constituição brasileira.
  • Também procurou-se pôr em prática o Plano Salte (saúde, alimentação, transporte e energia), primeira tentativa de planejamento global da economia brasileira.
  • A liberação das importações consumiu rapidamente os recursos acumulados durante a Segunda Guerra. Em 1948, Dutra restringiu as importações.
  • A política externa foi alinhada aos EUA, rompendo-se, já cru 1946, as relações com a União Soviética.
  • A segunda presidência Vargas teve cunho marcantemente nacionalista. No final de seu governo era impossível conciliar os interesses dos diversos setores sociais. As contradições agravaram-se, a oposição tornou-se mais sistemática e Vargas acabou por suicidar-se.
  • A presidência de Juscelino Kubitschek de Oliveira (1956-61) foi um período decrescimento econômico, aumento da dependência com relação particularmente aos Estados Unidos e razoável estabilidade política. Sua política econômica estava estabelecida no Plano de Metas.
  • A presidência de Jânio Quadros (1961) caracterizou-se pela tentativa de estabelecer uma política econômica austera para vencer a inflação. No plano das relações exteriores, a política adotada foi a de não-alinhamento automático às grandes potências, especialmente os Estados Unidos.

Problematização:
  • O populismo é um sintoma de atraso político? Revela a pouca consistência ideológica dos partidos e a pouca consciência política dos setores sociais populares? Ou foi uma forma de inserção desses setores populares na cena política e apontava para patamares mais altos de participação com o de correr do tempo?


Conceitos chaves:
  • O capítulo permite trabalhar o conceito de populismo na sua relação com o conceito de representatividade política. Os setores populares estavam representados ou eram simples mente manipulados? No que consiste a manipulação? É possível que as pessoas se deixem enganar sistematicamente? Como explicar a empatia líder-massa? O que significa concretamente estar representado? Um partido com ideologia e programa político definido e coerente no poder não seria pouco flexível para governar? Não criaria oposições sistemáticas das classes que ele, deliberada e programaticamente, dissesse não representar? Neste sentido, o populismo não seria uma forma eficiente de fazer política?


Esquema de aulas expositivas:

A República Democrática

1. O governo Dutra
• A Constituição de 1946
• O Plano Salte

2. A volta de Vargas (1951-1954) Nacionalismo, intervencionismo e paternalismo
- BNDE
- Petrobrás
• A oposição e o atentado da Rua Toneleros
• o suicídio de Vargas
3. A presidência desenvolvimentista de JK
• O Plano de Metas
• A construção de Brasília
• A abertura da economia e seus efeitos

4. O fim da República democrática
• O governo de Jânio Quadros
- A política externa independente
- A oposição e a renúncia
• O governo de João Goulart
- O Ato Adicional e o parlamentarismo
- O Plano Trienal e as reformas de base
- A reforma agrária e a Sunab
• O golpe militar de 1964

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Fazer uma pesquisa sobre a cidade de Brasília, verificando suas características principais, organização, traçado das ruas, arquitetura e funcionalidade. Debater em classe os pontos positivos e negativos de Brasília como cidade e como capital. Estimular os alunos a trazer fotos para a classe, planta ou maquete da cidade.
2. Analisar a letra da música Presidente bossa-nova, de Juca Chaves (ver letra em Documentos de história do Brasil — De Cabral aos anos 90, de Mary DeI Priore, Maria de Fátima das Neves e Francisco Alambert. São Paulo, Scipione, 1997, p. 99.), identificando os fatos apontados e criticados do período JK. Debater o governo JK, avaliando os seus vários aspectos, seu caráter populista e sua importância para o Brasil. Motivar um grupo
de alunos a cantar a música ou trazer uma gravação do próprio Juca Chaves.
3. Pesquisar em livros e em arquivos de jornal como repercutiu a notícia do suicídio de Getúlio Vargas. A partir do material levantado, pedir aos alunos para encenarem um programa jornalístico, de rádio ou televisão, em que são apresentadas as notícias, os comentários sobre o fato, as entrevistas com populares e políticos da época.
4. Pesquisar a seqüência de fatos que caracterizaram o golpe de 31 de março de 1964. Discutir o assunto em classe, avaliando em que consiste um golpe de estado, que diferentes formas pode tomar (com ou sem luta armada), etc.

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Populismo, Argentina - Evita - O filme retrata a vida de Evita Perón, artista casada com o presidente da Argentina e que tornou-se a "Mãe dos Descamisados" no contexto do populismo.
  • Vídeos:
    1. Brasil – República – República Nova – A História por Boris Fausto - Brasil democrático – 28’00” – vídeo 18
    2. Brasil – República – República Nova – Populismo  – 500 anos do Brasil-República na TV – Brasília, Uma.. – 15’21” – vídeo 20
    3. Brasil – República – República Nova – Populismo - A era JK - 17’10” – vídeo 10
    4. Brasil – República – República Nova – Populismo - Novos rumos no pós-guerra - 19’18” – vídeo 10

77 – A Idade Contemporânea: Brasil, a industrialização no período populista (República Nova)

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar as grandes transformações ocorridas na sociedade brasileira com o surto industrial do período JK. Ressaltar a efervescência política e cultural do país naquele momento.
  • Desenvolvimento a qualquer custo. O professor deve ter como objetivo mostrar ao aluno que o desenvolvimento tem um custo, pois gera desequilíbrios. Endividamento externo, inflação, rápidas transferências de renda entre setores, classes e regiões são algumas conseqüências de um desenvolvimento acelerado e todas estiveram presentes no período JK.
  • Outra questão importante que se deve apontar ao aluno é que as conseqüências de uma política econômica vão muito além do período de governo no qual foi adotada. O endividamento externo pode ser uma bomba de efeito retardado, possibilita um crescimento no presente, mas compromete a poupança nacional e a capacidade de investir no futuro. Investimentos de longa maturação só vão mostrar resultados no futuro — construção de hidrelétricas, investimento em pesquisa científica, no ensino, na prospecção de petróleo, são alguns exemplos. No fundo, trata-se de capacitar o aluno, e isso é um processo de aprendizagem lento, a observar os fatos com mais profundidade, na sua duração mais longa. Uma crise econômica que se manifesta em um governo pode não ter nada a ver com ele. O período JK se presta como poucos a este tipo de análise.

Problematização:
  • A economia exige planejamento a longo prazo e os investimentos fundamentais para o desenvolvimento são de longa maturação, mas a necessidade de votos, ou seja, de apoio popular, não conduz a política econômica para o curto prazo? Democracia, eleições periódicas, alternância no poder não entrara dessa forma em contradição com a eficiência do planejamento econômico? Ou na verdade este raciocínio supõe a incapacidade de discernimento dos cidadãos, fato a ser comprovado?

Conceitos chaves:
·       O capítulo permite reforçar a compreensão do conceito de desenvolvimento. Todos ganham com o desenvolvimento? No que consiste o desenvolvimento? Crescimento do PIB? Da renda por capita? Quais são os fatores que determinam o desenvolvimento?

78 – A Idade Contemporânea: A Revolução Cubana

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Relacionar a eclosão da Revolução Cubana com o estado de subdesenvolvimento dominante na América Latina. Destacar a influência da Revolução Cubana sobre os movimentos revolucionários que sacudiram a América Latina na década de 1960.
  • A ampla repercussão da Revolução Cubana só pode ser entendida se relacionada com a Guerra Fria e a bipolarização que caracterizou a política internacional após a Segunda Guerra Mundial. O pequeno país do Caribe não teria, por si, nenhum peso na política nem na economia internacional. Mas o evento revolucionário cubano mexeu no delicado tabuleiro onde se desenrolava o perigoso jogo do poder entre as potências. A denominada “ameaça comunista” estava presente no “quintal” dos Estados Unidos e representava uma cabeça-de-ponte da União Soviética na área de influência do adversário. Cuba era um simples peão no jogo de xadrez do poder entre as duas potências, mas ocupava uma posição chave no tabuleiro.
  • Os Estados Unidos reorientaram a sua política na América Latina em função da Revolução Cubana; a União Soviética, por sua vez, despejou milhões de dólares e milhares de técnicos russos na ilha para viabilizar o regime cubano. As semelhanças históricas, econômicas, culturais e sociais entre Cuba e os demais países latino-americanos faziam prever um quadro (de sonho ou pesadelo, conforme o ponto de vista) onde os Andes se transformariam em uma imensa Sierra Maestra.

Problematização:
  • A Aliança para o Progresso representou uma política de combate ao comunismo que reconhece na miséria a causadora dos movimentos revolucionários. Os regimes militares, instalados posteriormente na maioria dos países latino-americanos, deram especial atenção ao combate às idéias subversivas, censurando a imprensa. perseguindo intelectuais, intervindo na educação. Nível ideológico, fatores socioeconômicos, o que seria determinante? A combinação desses fatores? Como se da esta relação? “Quando a revolução ganha as ruas é por que já ganhou os espíritos,” É possível concordar com isto?

Conceitos chaves:
  • Os conceitos que podem ser desenvolvidos são os de estrutura e conjuntura. O conteúdo do capítulo permite relacionar as condições estruturais da sociedade cubana com a revolução, mas a conjuntura internacional teve, como vimos, um papel preponderante (ver como hoje, decorridas apenas algumas décadas, a conjuntura é completamente diferente).

Esquema de aulas expositivas:
1. A Revolução Cubana
• Fidel e Che derrubam Fulgêncio Batista
- O novo governo e as crises comas Estados Unidos
- A invasão da Baía dos Porcos e a crise dos mísseis
-As conquistas sociais cubanas até o final dos anos 80


79 – A Idade Contemporânea: Brasil, a crise do populismo e o golpe de Estado de 1964

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Dar as principais características da crise política desencadeada no Brasil a partir da renúncia de Jânio Quadros e explicar sua relação com o golpe militar que destituiu João Goulart em 1964.
  • Para situar a crise e a derrocada do populismo descrita neste capítulo é importante retomar 2 questões: o populismo como uma saída política para a crise da república oligárquica, com a conseqüente incorporação dos setores populares no jogo político, e os custos do desenvolvimento, assim como as conseqüências a longo prazo de uma política econômica.
  • É preciso frisar o que representou a mobilização populista das ‘massas em termos de instabilidade política. Ela gerou demandas sociais que acirraram o conflito distributivo. Não podemos esquecer que o rápido crescimento econômico, principalmente no período JK, contribuiu para acirrar este conflito.
  • É importante também lembrar que a Revolução Cubana e o acirramento da Guerra Fria assustou as elites; elas viam na intensa mobilização popular do período o fantasma revolucionário.

Temas centrais:
  • A presidência de João Goulart (1961-4) pode ser considerada de características reformistas e nacionalistas. A política econômica estava estabelecida no Plano Trienal e, após o plebiscito de 1963,
  • João Goulart começou a preparar as reformas de base. Suas medidas despertaram oposição de setores conservadores da sociedade brasileira.
  • A crise do nacionalismo reformista de João Goulart decorreu de vários fatores, como por exemplo a contradição entre a organização e mobilização popular para apoiar as reformas de base e a política econômica estabilizadora de salários para controlar a inflação.
  • A 31 de março de 1964 deflagrou-se um movimento político-militar derrubando o presidente e iniciando um período em que os militares controlariam o poder.

Problematização:
  • A democracia é instável na América Latina. Os períodos de “normalidade democrática” são, na verdade, a exceção e não a regra (recordar com os alunos os poucos presidentes que conseguiram terminar o mandato e transferir normal mente o poder para o sucessor), Como explicar o fenômeno? A democracia não entraria em contradição com as desigualdades sociais profundas, próprias do subdesenvolvimento? As liberdades democráticas não trazem para a política institucional conflitos impossíveis de serem conciliados? As carências generalizadas da população e a necessidade dos governantes terem apoio popular não geram demandas impossíveis de serem atendidas, resultando em instabilidade política constante e descrédito dos governantes?
  • “João Goulart tinha muitos defeitos, mas ele foi derrubado devido às suas qualidades.”
  • “O povo foi proibido de votar, não porque não sabe votar, mas porque começou a votar mais de acordo com os seus interesses.”
  • Estimule os alunos a encaminharem argumentos contra e a favor dessas avaliações, feitas, obviamente, por um partidário de Goulart.

Conceitos chaves:
  • Reforça-se a compreensão do conceito de populismo, analisando os fatores que levaram à sua derrocada é possível retomar a avaliação feita anteriormente: é um sintoma de atraso político e de inconsistência ideológica e programática dos partidos? É um reflexo do nosso subdesenvolvimento?

80 – A Idade Contemporânea: Brasil, a Ditadura Militar

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar a essência autoritária do regime militar implantado no Brasil em março de 1964, e de que modo ele se relacionava com os interesses dos industriais, fazendeiros, banqueiros e empresas multinacionais.
  • É importante frisar para o aluno as características de um regime ditatorial; limitação dos direitos individuais, repressão sistemática aos discordantes, manipulação da informação e censura aos meios de comunicação, limitação à participação e à representatividade política. Elas podem ser extraídas do texto do capitulo para adquirirem mais concretude.
  • Uma lição a ser tirada do capítulo é a de que os governos ditatoriais precisam de apoio para se manter. É, portanto, falsa a imagem de um governo impondo a sua vontade “ao povo’. Ele impõe a sua vontade a uma parte da sociedade e tem apoio de outra parte. No caso dos governos militares é possível mostrar que eles tiveram um apoio significativo, inclusive de amplos setores populares. O que caracteriza a ditadura é a neutralização, pela força e pela repressão, dos adversários, mesmo que eles sejam minoritários. Por esta razão como já tivemos a oportunidade de lembrar, o apoio da maioria, por si só, não caracteriza um regime democrático, mesmo que os governantes tenham ascendido ao poder pela via eleitoral.

Temas centrais:
  • No início dos anos 60, a organização dos trabalhadores operários e dos camponeses havia se consolidado, O CGT (Comando Geral dos Trabalhadores) e as Ligas Camponesas exigiam a aprovação das chamadas reformas de base. Ao mesmo tempo, esgotava-se o processo de industrialização por meio da substituição de importações e os investimentos retraíam-se em face das reivindicações populares.
  • O nacionalismo reformista debatia-se em sua principal contradição: as exigências dos trabalhadores e a intenção dos empresários de convencer o governo a controlar a inflação através da contenção salarial.
  • O modelo econômico imposto pelo regime militar baseou-se na concentração de renda, expansão do crédito para as camadas médias e abertura da economia ao capital internacional. No plano político a “estabilidade” era imposta pela concentração dos mecanismos de poder, pelo controle dos partidos políticos e dos sindicatos e pela censura aos meios de comunicação.
  • Tanto o modelo econômico como o político sofreram oposição legal e clandestina durante seus 21 anos de vigência.
  • Diferentemente de outras ditaduras latino-americanas, a dos militares no Brasil procurava legitimar seus atos através do poder Legislativo. O Congresso Nacional, já controlado pelo regime, aprovou o nome do marechal Castelo Branco para a Presidência da República (1964 a 1967).
  • Ampliou-se o controle sobre o Legislativo, alterou-se o funcionamento do Judiciário, extinguiram se os partidos políticos, criando-se o bipartidarismo (Arena e MDB). Determinaram-se eleições indiretas para presidente e governador e criou-se a Lei de Segurança Nacional.
  • A inflação foi reduzida, mas às custas de recessão e desemprego. A política externa seguiu as diretrizes norte-americanas.
  • O marechal Costa e Silva tornou-se o novo presidente (1 967-9), contra a vontade de Castelo Branco. Setores civis que apoiaram ou participaram diretamente do golpe de 1964 começaram a engrossar a oposição. Formou-se a Frente Ampla, oposição moderada, e constituíram-se grupos clandestinos que pretendiam o fim do regime por meio da luta armada.
  • O movimento oposicionista revigorou-se gerando greves operárias, atos estudantis e passeatas. Em dezembro de 1968, no entanto, o governo fechou o Congresso e editou o ato institucional n 5. Seguiram-se prisões, torturas, censura e assassinato de oposicionistas. Por outro lado, a oposição armada (guerrilha urbana e rural) ampliou suas ações violentas, recebendo adesão entre parcelas da juventude e da intelectualidade.
  • Com Costa e Silva doente, substituiu-o na presidência o general Emílio Garrastazu Médici (1969- 74). A ditadura impôs-se de maneira plena, extinguindo os movimentos clandestinos que pregavam a luta armada, Reprimiu, também com violência, os setores mais moderados da oposição.
  • Paralelamente, o modelo econômico adotado gerou crescimento a altas taxas (7% a 1 3% ao ano), sendo chamado pelos meios de comunicação de “o milagre brasileiro”, O crescimento foi desigual, alijando de seus benefícios parcelas significativas da população.
  • Para a sucessão de Médici, os militares chamados de “castelistas” conseguiriam impor o nome do general Ernesto Geisel (1974-9). Este prometeu o retorno à democracia através de uma “abertura lenta, gradual e segura”.
  • O modelo econômico começou a apresentar sinais de crise, o partido legal de oposição, MDB, saiu-se vitorioso nas eleições de 1974 e os setores mais repressores do regime começaram a ser contidos pelo próprio governo. A oposição ficou sob a repressão controlada de Geisel, assim como os atos terroristas da extrema direita contrária a’ “abertura gradual”.
  • Em 1977 foi imposto o pacote de abril, mostrando que, apesar de menos ditatorial, a ala do presidente Geisel não estava disposta a permitir a volta da democracia ampla.
  • Em 1978, sob a liderança de Luís Inácio da Silva, o Lula, desencadeou-se a primeira grande greve operária pós-1 968. No final de seu governo, Geisel revogou o Al-5, mas incorporou alguns mecanismos autoritários à Constituição.
  • O sucessor de Geisel foi o general João Baptista Figueiredo (1979-85). A crise econômica se agravava e as forças oposicionistas mostravam-se mais organizadas e exigentes. Os setores mais radicais do regime militar, contrários à abertura política, organizavam atentados terroristas buscando desestabilizar o próprio governo.
  • Em março de 1979, ocorreu nova greve de metalúrgicos no ABC, região da Grande São Paulo; a União Nacional dos Estudantes (UNE) foi reorganizada; e a Lei de Anistia, proposta pelo próprio Figueiredo, foi aprovada. Também foi forçada uma reforma partidária, surgindo novos partidos.
  • Greves, passeatas, manifestos de intelectuais, denúncias na imprensa, já livre de censura, criação da CUT e Conclat, luta pela autonomia municipal e a campanha das Diretas-já foram ações que culminaram, entre avanços e recuos, no fim da ditadura militar, elegendo-se Tancredo Neves, por via indireta, para a Presidência da República.

Problematização:
  • Democracia atrapalha o desenvolvimento? Greves idem? É isto que explica o sucesso da ditadura em deter a inflação e retomar o crescimento econômico?
  • Perguntar aos alunos:
      — O que os mais velhos contam sobre o período da ditadura militar?
            — Houve ganhos? E perdas?
      — Quanto à cidadania, o que se conquistou e o que se perdeu nas últimas décadas
       no Brasil?                

Conceitos chaves:
  • O capítulo permite trabalhar os conceitos de ditadura e democracia tendo como exemplo os governos militares pós-64. Destacar a importância de um poder legislativo independente para caracterizar um governo democrático. Comentar, no caso brasileiro, o fato do legislativo ter permanecido funcionando, mas controlado pelo executivo durante a ditadura. Constituição e AI-5: mostrar as contradições.


Esquema de aulas expositivas:

A Ditadura Militar e a Reabertura Política

1. Características gerais dos “anos de chumbo”

2. O governo Castello Branco
• O Al-1, AI-2 e Al-3

3. O governo Costa e Silva
• A Frente Ampla
• O Al-5
• A sucessão presidencial

4. Os governos Médici, Geisel e Figueiredo
• Médici e Delfim - o “milagre econômico”
• Geisel e a abertura política gradual
• Os casos Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho
• Figueiredo e a Lei de Anistia
• O avanço da abertura
• A sucessão de Figueiredo


Sugestões de atividades e avaliações:
1. Entrevistar políticos de sua cidade sobre o período militar, levantando suas impressões, sua atuação na época e sua visão dos fatos hoje.
2. Elaborar cartazes destacando as perseguições, a repressão, a tortura e morte no período militar.
3. Fazer uma pesquisa sobre as vítimas da ditadura (presos, torturados, mortos) e trazer as informações para apresentação e discussão em classe. Para a pesquisa, os grupos poderão recorrer a livros (por exemplo, 1968, o ano que não terminou, entre outros), arquivos de jornais, entrevistas.
4. Pesquisar como alguns compositores da época, como Caetano Veloso, Geraldo Vandré e Chico Buarque, se expressaram sobre as condições de vida durante o regime militar, em músicas tais como Tropicália, Para não dizer que não falei das flores e Apesar de você (estas são apenas sugestões, o professor ou os alunos poderão escolher outras). Motivar os alunos a ouvir, analisar e discutir as músicas, relacionando-as com os fatos do período.

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Ditadura Militar - Cabra Marcado para Morrer - O filme 'Cabra Marcado Para Morrer' é um documento singular, um filme dentro do filme, em que personagens, equipe técnica e elenco se integram retratando a realidade da ditadura militar no Brasil nos anos 60 e 70.
    2. Ditadura Militar na América Latina - MISSING - DESAPARECIDO - O Chile pós-golpe de Estado, os primeiros dias da repressão e todo horror da ditadura chilena, considerada uma das mais violentas da América Latina, são fielmente retratados pelo filme.
  • Vídeos:
    1. Brasil – República – Ditadura Militar – 500 anos do Brasil-República na TV – No regime dos militares – 20’03” – vídeo 20
    2. Brasil – República – Ditadura Militar - A História por Boris Fausto - Regime militar – 28’00” – vídeo 18
    3. Brasil – República – Ditadura Militar - Lamarca ( o filme ) 130’00” –
      vídeo 15
    1. Brasil – República – Ditadura Militar - Pra Frente Brasil - 130’00” – vídeo 07

81 – A Idade Contemporânea: Brasil, o “Milagre Brasileiro”

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Dar as principais características do «milagre brasileiro” baseado em empréstimos de bancos estrangeiros e voltado para a produção de bens de consumo duráveis e para a construção de obras públicas: estradas, pontes, e hidrelétricas.
  • Relacionar a política econômica dos governos militares com a supressão das liberdades públicas e a repressão policial às organizações de esquerda
  • O capítulo relaciona o denominado “milagre econômico” com a ditadura. É possível mostrar aos alunos, com exemplos do texto, que nenhuma política econômica é neutra. Sempre irá beneficiar alguns setores da sociedade em detrimento de outros. As opções de investimento do setor público podem privilegiar a agricultura de exportação ou a voltada para o consumo interno; os setores industriais de base ou os de bens de consumo etc. Como já apontamos em comentários anteriores, existem investimentos de longa maturação que consomem a poupança nacional e não trazem resultados imediatos no que se refere à oferta de bens de consumo e de uso pela população. Os governos podem privilegiar o longo ou o curto prazo. Ora, os setores sociais com maior influência política têm maior capacidade de influir nos rumos dos investimentos públicos, na taxa de câmbio etc.
  • Um regime ditatorial neutraliza os opositores e eventuais prejudicados por uma determinada política econômica. Em um regime democrático é mais difícil, pois os interesses divergentes e até opostos criam diversos tipos de pressão política. É preciso o apoio do Congresso, se manter dentro da Constituição, enfrentar greves, criticas da imprensa...
  • Observar aos alunos que todo governante tenta apresentar a sua política econômica como neutra, acima dos interesses particulares. Suas medidas são sempre para o “bem do país”. Ocorre que o “bem do país” é passível de muitas interpretações. Durante muito tempo o “bem do país” foi identifica do com a agricultura, particularmente com a economia cafeeira. Indústria não fazia parte da nossa vocação nacional. Era nosso destino ser um país agrícola. O aluno deve se lembrar que eram os cafeicultores que estavam no poder.
  • É claro que isto não anula o fato de que o crescimento econômico é preferível à recessão, a estabilidade melhor que a inflação. Todos concordam que a renda brasileira é muito concentrada e precisa ser melhor distribuída, mas a renda a ser distribuída é sempre a dos outros, nunca a nossa.

Problematização:
  • A ditadura no Brasil é um fato do passado ou as condições da sua implantação podem se repetir? A democracia é um valor disseminado na sociedade? Com base nas informações do texto, quais seriam as condições que levaram os militares ao poder que poderiam se repetir hoje?

Conceitos chaves:
  • O capítulo permite desenvolver os conceitos de História Nacional e de História Mundial, Aproveitar o final do capítulo para mostrar que as ditaduras militares foram comuns a vários países latino-americanos na mesma época. As redemocratizações desses países também ocorreram quase que simultaneamente. Qual o sentido dessa “coincidência?

82 – A Idade Contemporânea: A descolonização da África e da Ásia

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Destacar os fatores que determinaram o processo de desagregação do colonialismo europeu na Ásia e na África exemplificado na luta pela independência da Índia e da Argélia
  • Este capítulo permite mostrar ao aluno que a descolonização da Ásia e da África está ligada à própria decadência dos países europeus enquanto potências. Observe-se o fenômeno cujo início remonta à época das Grandes Navegações, de europeização do mundo, ocorrido ao longo das Idades Moderna e Contemporânea. Foi com base nos próprios valores europeus que africanos e asiáticos se rebelaram contra a dominação imperialista. República, democracia, autodeterminação, princípios de igualdade entre os seres humanos (a superação do etnocentrismo) tudo isso é europeu. As próprias armas que permitiram finalmente, aos povos colonizados enfrentarem as forças colonizadoras são européias. Os europeus construíram um mundo à sua imagem e semelhança e este mundo deixou de comportar a dominação colonial. Lembrar um fenômeno significativo; a maioria dos lideres de movimentos anticoloniais estudaram na Europa. O marxismo, presente na Revolução Chinesa e em muitos outros movimentos anticolonialistas asiáticos e africanos, é, como sabemos, de berço europeu.
  • Outro aspecto importante do capítulo é a situação socioeconômica dos países que conseguiram a independência. O atraso destes países em relação aos centros hegemônicos do capitalismo mundial só tem se acentuado. A dominação colonial desestruturou as antigas formas de organização social. Não é mais possível voltar à situação anterior à colonização. O colonialismo europeu mudou o destino desses povos. Os colonialistas viam na sua ação um fator de progresso. Marx, o critico mais contundente do capitalismo, concordava com o caráter progressista do colonialismo. Hoje já não temos tanta certeza.

Problematização:
  • Atualmente, na França, na Inglaterra, na Alemanha e em vários países, as pessoas provenientes das ex-colônias européias são discriminadas. Há várias propostas de limitação da entrada e permanência de imigrantes nesses países. Isto mostra uma contradição entre os valores da cultura européia e a sua realidade social?

Conceitos chaves:
  • O conceito de etnocentrismo permeia o capítulo. É um conceito intimamente ligado à questão da objetividade científica, É possível uma cultura conhecer objetivamente outra? O reconhecimento de que não existe superioridade cultural não é feito do ponto de vista de uma cultura?

Esquema de aulas expositivas:
1. A Revolução Socialista na China (1949)
• O domínio internacional e as elites nacionais
• Kuomintang x Partido Comunista Chinês de Mao Tsé-tung
• A vitória de Mao e a criação da República Popular da China

2. A descolonização da África e da Ásia
• A Conferência de Bandung
• A independência da Índia
- Gandhi
• A Indochina e a Guerra do Vietnã
- A saída dos franceses e a entrada dos Estados Unidos
- A Conferência de Genebra
- A divisão em Norte e Sul
• Os conflitos do Oriente Médio
- O conflito árabe-israelense
- O nascimento de Israel e as várias guerras
- Os conflitos no Líbano
- A Guerra Irã x Iraque
- A Guerra do Golfo
• A descolonização africana
- A Argélia
- O Congo
- A Africa Portuguesa
- A Africa do Sul: o apartheid

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Independência da Índia - Gandhi - Clássico do cinema épico, o filme é uma pequena biografia de Mahatma Gandhi, considerado o principal líder no processo de independência da Índia, com seu ideal de "resistência pacífica".
    2. Revolução Chinesa - O Último Imperador - O filme faz uma retrospectiva da trágica saga de Pu Yi, herdeiro do trono chinês, que foi criado em meio à realeza, mas com a tomada do poder pelos comunistas, é deposto, ainda adolescente, e tem que se adaptar à vida no comunismo.
  • Vídeos:
    1. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra - A independência da Índia – vídeo 12

83 – A Idade Contemporânea: A Revolução Cultural dos anos 60

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Revelar a essência libertária da Revolução Cultural que eclodiu na década de 1960, e as características que esse movimento assumiu em cada país.
  • Este capítulo oferece uma excelente oportunidade para se fazer uma relação entre mudanças econômicas e sociais, de um lado, e culturais de outro. Visto mais de longe, os explosivos movimentos da década de 60 parecem revelar uma súbita consciência de que a realidade não cabia mais dentro do universo cultural anterior. Para expressar essa realidade era preciso uma nova música, uma nova moda, um novo comportamento. Parece que, de repente, a juventude percebeu-se muito diferente da geração anterior. Os seus anseios não encontravam mais respostas nos valores ensinados pelos mais velhos; família, escola, professores, religião.
  • O professor pode garimpar no texto os valores que orientaram esses movimentos e confrontá-los com o comportamento do jovem de hoje. Estudos e pesquisas têm mostrado que os jovens deram uma guinada conservadora e estão revalorizando o que era execrado na década de 60. A droga, antes um símbolo de rebeldia, se tornou um problema de saúde pública, de combate ao crime organizado. As músicas de protesto e as roupas que identificavam a nova maneira de viver e olhar o mundo se transformaram em sucessos de mercado e em moda. O feminismo passou a ser mais um programa de promoção da mulher no mundo do trabalho e da política e menos uma negação das instituições do casamento, da família etc.

Problematização:
  • Existem hoje movimentos significativos que contestam a ordem social e econômica? O que significa este refluxo contestatório?

Conceitos chaves:
  • Embora o conceito de jovem não seja propriamente científico, não é banal aproveitar o capítulo para trabalhar os seus múltiplos significados. Existe um parâmetro biológico, outro legal e ainda um cultural. Extrair elementos da mídia que mostram a ultraexploração da idéia de jovem. Há um esforço para se ampliar as fronteiras da juventude. Quando a pessoa deixa de ser jovem? Somos convidados a nos mantermos jovens por toda a vida. Isto é uma herança de 60, devidamente apropriada pelo mercado? Jovem não é apenas uma fase da vida, é valor positivo. Ser jovem é bom: roupa jovem, cores jovens, ambiente jovem...

84 – A Idade Contemporânea: Conflitos da 2ª metade do século XX

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Identificar e descrever a evolução dos conflitos regionais mais relevantes na
            segunda metade do século XX.
  • É importante chamar a atenção do aluno para a contradição, proposital, do título, pois se temos guerra não temos paz! Trata-se de dizer que as grandes potências não estão em guerra, mas os conflitos localizados continuaram a existir de pois de terminada a Segunda Guerra Mundial.
  • A Guerra Fria e a bipolarização da política mundial, contrapondo dois modelos de organização econômica, social e política, fez com que qualquer conflito regional assumisse importância global, pois podia alterar o equilíbrio entre as duas potências (lembrar os comentários sobre a Revolução Cubana). Assim, essas guerras podem ser analisadas a partir das particularidades de cada uma e do sentido que elas assumem no quadro da Guerra Fria. A Guerra do Vietnã é um exemplo marcante do envolvimento das potências em conflitos localizados.
  • Todavia, o capítulo traz exemplos de uma situação nova: o pós-Guerra Fria. A intervenção das Estados Unidos no Iraque já não obedeceu à lógica da disputa entre Estados Unidos e União Soviética. Esta já havia desmoronado, e a Rússia apoiou a intervenção. O mesmo pode-se dizer do conflito na ex-Iuguslávia. Ele, num certo sentido, é conseqüência do fim da Guerra Fria e não um episódio dessa guerra.
  • A Guerra das Malvinas já não se enquadra em nenhum desses modelos. Foi resultado de uma herança colonial e de uma jogada política infeliz do governo argentino da época.

Problematização:
  • Quais são os princípios que legitimam uma intervenção como a dos Estados Unidos no Iraque? E na Somália? Até onde vai a soberania de um país? A globalização e o aumento da autoridade da ONU (as referidas intervenções tiveram o seu aval) não ameaçam a soberania dos países? É possível criar uma ordem internacional onde o poderio militar não seja, no fim das contas, o fator decisivo?

Conceitos chaves:
  • Cabe aqui reforçar, a partir dos exemplos palestino, israelense e iugoslavo, o entendimento dos conceitos de Estado e Nação. O que determina, afinal de contas, o direito à soberania? A que se deve o recrudescimento do nacionalismo na atualidade?

Material de apoio:
  • Filmes: Guerra do Vietnã - Platoon - O filme do diretor Oliver Stone, que combateu no Vietnã, é uma das primeiras obras críticas do cinema norte-americano sobre o maior fracasso militar da história dos Estados Unidos.

85 – A Idade Contemporânea: Brasil, a Nova República

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Descrever o processo de transição do regime militar para a democracia.
  • Apresentar o quadro político atual destacando a evolução dos setores civis organizados como elementos essenciais na redemocratização do país.
  • O importante a reter neste capitulo são os fatores que levam à derrocada de um regime. Lembrar o que foi dito que mesmo uma ditadura precisa de apoio na sociedade. Quando este apoio mingua o poder fica ameaçado.
  • É possível mostrar ao aluno, com informações do texto, quais as forças políticas que combateram a ditadura desde a sua instalação e quais acabaram aderindo à candidatura Tancredo Neves na reta final. Não existe poder que prescinda do uso da coerção. No limite, a própria lei é uma coerção. Todavia, quando o poder goza de amplo apoio social ele pode limitar a coerção ao mínimo. Mais legitimidade, menos coerção.
  • Lembrar que os próprios governos militares tomaram a iniciativa da abertura quando perceberam minguar o apoio social à ditadura.

Temas centrais:
  • Tancredo Neves faleceu e seu vice, José Sarney (1985-90), assumiu a presidência, iniciando o período conhecido como Nova República.
  • Foi um governo de transição democrática, durante o qual foram legalizados todos os partidos políticos (inclusive comunistas), estabeleceram-se eleições diretas em todos os níveis e convocou- se uma Assembléia Nacional Constituinte que, ao final dos trabalhos, promulgou uma nova Constituição.
  • Vários planos econômicos foram decretados, na tentativa de reordenar a economia, sendo o Plano Cruzado (fevereiro de 1986) o de maior repercussão.
  • As eleições diretas para presidente da República em 1989 empolgaram o país. O segundo turno foi disputado entre Collor e Lula, resultando na vitória do primeiro.
  • Em sua plataforma de governo (1990-2), Collor prometia realizar uma política econômica de caráter neoliberal (privatização de estatais, diminuição da máquina estatal, modernização da indústria, abertura do mercado à competição internacional). Iniciou impondo o denominado Plano de Reconstrução Nacional (conhecido como Plano Collor), que, entre outras medidas, bloqueou por 18 meses os depósitos bancários, congelou preços e salários e extinguiu estatais.
  • As medidas do plano, apesar de drásticas, agravaram a crise social e não solucionaram o problema da inflação. Collor foi acusado de corrupção e maciças campanhas de rua em todo o pais exigiram seu impeachment, que foi decidido pelo Congresso Nacional em 29 de setembro de 1 992.
  • Assumiu o vice-presidente Itamar Franco (1 992-4), em cuja gestão foi realizado o plebiscito que confirmou o regime republicano presidencialista e adotou-se o Plano Real, desta vez sem surpresas, aplicado paulatinamente e assimilado pela população à medida que ia sendo desenvolvido.
  • Itamar encerrou seu governo com alto índice de popularidade e assistiu à vitória eleitoral de seu indicado, o ex-senador e ex-ministro Fernando Henrique Cardoso, eleito no primeiro turno.
  • Entre as mais importantes políticas desse governo encontram-se a reforma da Constituição e a continuidade do Plano Real.
  • No âmbito da reforma constitucional, foram aprovadas as emendas estabelecendo a quebra dos monopólios do petróleo e das comunicações.
  • Medidas de ajuste econômico provocaram recessão, quebras de bancos e de empresas, associadas a demissões e desemprego em todos os setores da economia.
  • Intensificaram-se os movimentos em favor da reforma agrária liderados por trabalhadores sem terra.

Problematização:
  • “Abertura lenta, gradual e segura.” Qual o sentido dessa frase? Quem afinal colocou fim à ditadura? O retorno à democracia não foi planejado pelos próprios militares? Os políticos da ARENA não continuam ocupando posições de comando na política brasileira? Golbery do Couto e Silva teria dito — “Criamos um sistema de poder para durar cem anos.”  Ele estava certo?

Conceitos chaves:
  • O capítulo permite trabalhar o conceito de legitimidade ligado ao de representatividade. Existe representatividade sem eleições? Eleições bastam para garantir a representatividade?

Material de apoio:
·         Filmes:
    1. Problemas sociais brasileiros - Central do Brasil - Através da vida de uma professora, que ganha a vida escrevendo cartas para analfabetos, e de um garoto nordestino, que perde sua mãe em um acidente no Rio de Janeiro, a obra, retrata os problemas sociais que afetam a população
    2. Problemas sociais brasileiros - Cidade de Deus - O filme Cidade de Deus, bem como seu sucesso de bilheteria, constitui um fato político, pois desnuda o Brasil da dívida social e dos excluídos.
·         Vídeos:
1.      Assuntos Gerais – Problemas Brasileiros – Banditismo - Como nascem os anjos - 90’00” – vídeo 08
2.      Assuntos Gerais – Problemas Brasileiros – Banditismo - Filme -  Os matadores - 99’00” – vídeo 08
3.      Assuntos Gerais – Problemas Brasileiros - Pixote, a lei do mais fraco - 130'00" – vídeo 06
4.      Brasil – República – Nova República – 500 anos do Brasil-República na TV – Da Nova República ao Real – 20’39” – vídeo 20
5.      Brasil – República – Nova República – A História por Boris Fausto - Redemocratização – 28’00” – vídeo 18
6.      Brasil – República – Nova República - A vida de Lula – Globo Repórter – 63’00” – vídeo 17
7.      Brasil – República – Nova República – Cultura – Carnaval - Orfeu - 104’00” – vídeo 11
8.      Brasil – República – Nova República – Cultura - Pós-modernidade - 15’46” – vídeo 10

86 – A Idade Contemporânea: Mundo Atual, os dramas do Terceiro Mundo

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Revelar as características e as causas do subdesenvolvimento dos países pobres da Ásia, África e América Latina.
  • Já discutimos o fenômeno da europeização do mundo. Esse processo pode ser definido também como a expansão do modo de produção capitalista. Sem os parâmetros da globalização e da expansão capitalista não é possível entender o subdesenvolvimento. A própria formulação do conceito se torna problemática. A Índia, os povos da África e os indígenas da América não eram desenvolvidos, nem subdesenvolvidos. Eram diferentes. Não há critérios objetivos que permitam a comparação entre eles e os europeus. Estas sociedades tinham objetivos e horizontes estranhos à lógica da acumulação de capital — diga-se de passagem que essa lógica demorou para se impor na própria Europa.
  • No entanto, em relação às sociedades atuais é possível esta comparação. Todos se orientam pelos mesmos horizontes. Mesmo os países que adotaram os modelos de economia planificada tinham os mesmos objetivos — crescimento econômico, industrialização, ciência voltada pan o aumento da produção. Do ponto de vista cultural mais amplo, socialismo e capitalismo são da mesma natureza.
  • Enfim, onde antes havia diferença, hoje há desigualdade.

Problematização:
  • Os dados sobre a economia mundial atestam que o fosso que separa os países desenvolvidos dos subdesenvolvidos tem aumentado, A população dos países subdesenvolvidos é, proporcionalmente, cada vez maior, pois os países desenvolvidos se aproximam do crescimento populacional zero e os subdesenvolvidos continuam a apresentar altas taxas de crescimento demográfico. O que isso pode significar para o futuro do mundo?

Conceitos chaves:
  • Os conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento podem ser retrabalhados a partir das novas informações assimiladas pelos alunos. O texto aponta os fatores internos e externos do subdesenvolvimento. É importante ver como os fatores internos se articulam com os externos.

Esquema de aulas expositivas:
1. América Latina
• Argentina: ditadura e populismo
- O governo Perón e as ditaduras militares
- A abertura argentina e a crise socioeconômica
• Chile: O governo de Al e o golpe de Pinochet
• América Central
- Nicarágua e os sandinistas
- Panamá e Noriega
- El Salvador e a Frente Farabundo Marti de Libertação
- O narcotráfico e a Colômbia
- O Peru e o Sendero Luminoso
- O Paraguai e Stroessner
- O México e o PRI

87 – A Idade Contemporânea: Mundo Atual, o declínio do Comunismo

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Destacar o processo de expansão do comunismo após a Segunda Guerra Mundial.
  • Caracterizar os fatores que levaram à crise do comunismo no mundo contemporâneo.
  • O importante a destacar neste capítulo é que o desmoronamento do socialismo na União Soviética e na Europa Oriental não foi resultado apenas de um confronto internacional entre países capitalistas e socialistas. Já comentamos no capítulo sobre a Segunda Guerra Mundial que muitas vezes o confronto externo obscurece a luta interna. Como pode ser elucidado pelas informações do texto, foi uma parte da população russa que derrubou o governo comunista. O mesmo ocorreu em vários outros países da Europa Oriental. Em outras palavras, a queda dos regimes comunistas foi, em grande parte, resultado de lutas políticas internas.
  • É importante destacar o efeito que a derrocada do socialismo teve na política externa mundial e na política interna de cada país. A simplicidade anterior foi substituída por um quadro complexo de interesses múltiplos — nacionalismo, guerra comercial, protecionismo, formação de blocos econômicos regionais... Tudo isso já existia, mas ficava obscurecido pela bipolarização da política mundial.

Problematização:
  • Um estudioso americano (de ascendência japonesa) afirmou recentemente que a derrocada dos regimes socialistas representou “o fim da história”. O que, exatamente, significa isso? É possível concordar com essa idéia?

Conceitos chaves:
  • É pertinente retrabalhar neste capítulo os conceitos de política nacional e política internacional. Os episódios ligados ao desmembramento da União Soviética oferecem o material factual para se trabalhar esses conceitos. Quais os fatores externos dessa derrocada? Qual o papel da corrida armamentista na crise da economia soviética? Quais são os laços que unem a política nacional à internacional?

Esquema de aulas expositivas:
1. Os governos soviéticos pós-Stálin
• Nikita Kruschev e a desestalinização
• O centralismo do governo Brejnev
• As razões da crise soviética
- Razões internas
- Razões externas

2. O governo Gorbatchev
• A Perestroika e a Glasnost
• O golpe frustrado dos conservadores
• O golpe de Yeltsin e o fim da União Soviética

3. A CEI: características e dificuldades

4. As mudanças no leste europeu

88 – A Idade Contemporânea: Mundo Atual, tensões e conflitos (nacionalismo e terrorismo)

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar as manifestações do racismo, do nacionalismo e do terrorismo como fatores de tensão no mundo contemporâneo.
  • O capítulo demonstra como é importante o estudo da História — ela é fundamental na explicação do presente. Os conflitos tratados no texto, vistos apenas na sua configuração atual, nos parecem incompreensíveis. Só a dimensão histórica os torna inteligíveis. O ódio que nos parece completamente irracional, ganha racionalidade quando visto em uma perspectiva temporal mais ampla. Embora a violência deva ser por princípio condenada, se estudarmos a dominação inglesa na Irlanda desde as suas origens, o ódio dos militantes do IRA aos ingleses não nos parecerá tão absurdo. Com as devidas ressalvas, podemos lembrar a máxima “Conhecer é perdoar”.
  • O racismo também é um assunto muito polêmico. Embora possamos dizer que ele é um fenômeno universal, são situações especiais que o transformam em conflito. Todos os povos do mundo, do presente e do passado, tendem a valorizar as características da sua etnia e da sua cultura. O nosso racismo em relação aqueles que são diferentes de nós se manifesta nos mínimos detalhes. Mas geralmente há outros componentes quando o etnocentrismo se transforma em conflito racial. O exemplo do atual racismo na Europa é elucidativo. Como aponta o texto, ele começou a se manifestar de maneira violenta quando o desemprego se tornou permanente. Até os postos de trabalho mais humildes passaram a ser disputados pelos nacionais. Quando havia carência de mão-de-obra desqualificada, os imigrantes eram bem-vindos na Alemanha, na França etc. Hoje se quer expulsá-los. A imigração de turcos para a Alemanha, por exemplo, chegou a ser estimulada. E naquela época não se tinha notícias de hostilidades contra eles.
  • A combinação de fatores econômicos e sociais com o racismo, o nacionalismo e até o terrorismo, na maioria dos casos, não é difícil de demonstrar.

Problematização:
  • Existe racismo no Brasil? Contra quem ele se manifesta? (O professor pode lembrar que existe a discriminação também de asiáticos, nordestinos, índios,,.). Por que o racismo no Brasil não se manifesta de maneira tão violenta como nos Estados Unidos?

Conceitos chaves:
  • O texto permite desenvolver três conceitos: racismo, nacionalismo e terrorismo. O professor não pode esquecer que um conceito científico não pode ser impreciso. Uma coisa é o sentido usual da palavra, o outro é o seu uso conceitual. A ciência trabalha com conceitos. Um exemplo: os membros dos movimentos armados que lutaram contra a ditadura brasileira no período pós-64 se autodenominavam guerrilheiros, mas para os governos militares eram terroristas. Ao optar por uma ou outra denominação (ou criar uma terceira) o historiador terá que precisar o seu significado, pois ambas estão carregadas de subjetividade.

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Irlanda - EM NOME DO PAI - Em 1974, um atentado a bomba produzido pelo IRA (Exército Republicano Irlandês) mata cinco pessoas num pub de Guilford, arredores de Londres. O jovem rebelde irlandês Gerry Conlon e três amigos são presos e condenados.
  • Vídeos:
    1. Geral – Idade Contemporânea – Direitos Humanos – Kosovo: Quando eu fecho os olhos – 25’21” – vídeo 19
    2. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra - ETA - A guerrilha basca – vídeo 12
    3. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra – Irlanda – vídeo 12
    4. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra - Oriente Médio - Guerra do Golfo – vídeo 12
    5. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra - Oriente Médio - Acordo de paz no Oriente Médio – vídeo 12
    6. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra - Oriente Médio - Terrorismo nos EUA – vídeo 12
    7. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra – Oriente Médio - Irã – vídeo 12
    8. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra – Oriente Médio – Israel: A Guerra dos Seis Dias – vídeo 12
    9. Geral – Idade Contemporânea – Mundo pós-guerra - Oriente Médio EUA x Líbia – vídeo 12
  • Textos:
    1. Terrorismo – Veja sobre o ataque aos EUA – arquivo revistas

89 – A Idade Contemporânea: Mundo Atual, soluções para os seus problemas

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar algumas iniciativas e possibilidades para a solução dos principais problemas do mundo atual.
  • Aqui não se pode perder a oportunidade de mostrar ao aluno a importância dos estudos humanistas entre eles, obviamente, o de História, Rigorosamente, os grandes problemas da humanidade, e o texto do capítulo demonstra isso, não podem ser resolvidos pela Física, a Biologia, a Matemática, a Química. Logicamente, o estudo dessas ciências continua sendo importante, mas o progresso delas foi tão espetacular que, rigorosamente, naquilo que se refere às suas competências, elas já deram solução para os principais problemas humanos. A maior parte das doenças já podem ser curadas, a capacidade de produzir alimentos, moradias, roupas, utensílios é praticamente ilimitada. Em outras palavras, a fome, a maior parte das doenças e das mortes prematuras causadas por elas, a falta de moradias e de condições mínimas de sobrevivência de grande parte da população mundial, as guerras, a violência e a criminalidade, o consumo de drogas e o terrorismo, entre outros, são problemas cuja solução não depende de novos conhecimentos e descobertas em nenhuma das ciências citadas acima. E se imaginarmos, como mostrou Galbraith no seu conhecido A Era da Incerteza, o que significam os recursos empregados em armas no mundo, não falta tampouco capital e mão-de-obra. E do campo da Política, da Sociologia, da Economia, da Ética, da Filosofia, do Planejamento, da Educação e da formação humanista que podem nascer caminhos para a solução destes problemas.
  • Um fenômeno novo neste campo é apresentado no capítulo — as ONGs. Suas motivações são outras e por isso fogem das explicações tradicionais — interesse econômico, motivação político-partidária. Ao nosso ver, revelam formas novas de ação e participação. Uma concepção bem mais ampla da sociedade e do mundo. Um novo sentido do coletivo, do tempo, da responsabilidade do ser humano. Neste sentido, ele nega a propalada tendência do homem atual para a estreiteza do interesse individual.

Problematização:
  • Qual é a diferença entre uma ONG e um partido político? No que eles são semelhantes? Por não se organizarem para tomar o poder, elas não estão fadadas a terem uma ação limitada e pouco efetiva? Qual é a vantagem de se manter à margem dos governos?

Conceitos chaves:
  • São muitos os conceitos que permeiam o texto do capítulo. Como se trata do final de um curso de História, seria interessante discutir formalmente os conceitos de História enquanto ciência e história como o conjunto dos eventos humanos ao longo do tempo. Em outras palavras, a ciência (muitos questionam esse estatuto para os estudos históricos) e o objeto desta ciência. Esta discussão permitirá ao professor, inclusive, avaliar como os conceitos históricos desenvolvidos durante o ano aparecem nos discursos dos alunos. O nível de adequação no uso de um conceito revela o grau de entendimento do aluno.

Material de apoio:
  • Filmes: Século XX - Nós que aqui estamos por vós esperamos - Um filme que resgata o século XX através de imagens que marcaram as principais transformações ocorridas na história.
  • Textos:
    1. Ponto de Vista – O desenvolvimento está nos detalhes – 13 cópias – arquivo caixa 004
    2. Século XX – Veja – arquivo revistas

90 – A Idade Contemporânea: Mundo Atual, Globalização

Objetivos específicos:
- conceituais:
·       analisar a globalização, a nova ordem internacional, os blocos desenvolvidos e o mundo pobre do sul.

Problematização:
  • Por que há tanto desemprego? Tem aumentado?
  • Além do nosso bairro, cidade, país, onde mais ocorre o desemprego?
  • Há fatores que reduzem o emprego? Quais? Para todos os trabalhadores ou somente para alguns tipos?
  • O que seria necessário para manter o emprego atualmente?
  • O que vocês sabem sobre globalização?
  • Onde ela é visível?
  • Como a globalização afeta nosso cotidiano?
  • Quem se beneficia dela? Todos, igualmente? Por quê?
  • Como a globalização interfere diretamente na sua vida?

Esquema de aulas expositivas:
1. A nova ordem internacional
• Os blocos desenvolvidos: Estados Unidos (NAFTA), Europa e Japão
•O mundo pobre do sul: suas dificuldades
• O agravamento da miséria nos últimos anos
• As perspectivas

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Geral – Idade Contemporânea – Mundo Atual - Regionalização e Globalização - Regiões do Mundo - 30’00 “– vídeo 11”.
  • Textos:
    1. Globalização – artigos da revista Veja e jornais – 9 cópias de cada – arquivo caixa 003