Conteúdo de História Moderna


25 – Idade Moderna: Introdução à Idade Moderna

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Revelar a articulação entre as transformações econômicas ligadas ao renascimento comercial e o processo de centralização política que resultou na formação do Estado Moderno.
  • A unidade está centrada nas transformações econômicas, sociais e políticas ocorridas na passagem do feudalismo para o capitalismo. Deve-se mostrar para o aluno que o desenvolvimento do comércio é resultado e, ao mesmo tempo, fator de rompimento das estruturas de produção feudais,
  • O nascimento do Estado Moderno é outro aspecto a ser ressaltado. Um fenômeno político, mas que só pode ser explicado na sua articulação com as mudanças econômicas e sociais.
  • Não podemos, todavia, esquecer que se trata de alunos de sexta série e, por isso, deve se evitar a excessiva abstração. Informações mais concretas, como as que o texto apresenta, são fundamentais para ancorar o pensamento do aluno na sua caminhada em direção aos conceitos mais abstratos.

Problematização:
  • Existia Estado no mundo feudal? Observe-se que é possível levantar argumentos contra e a favor. Mostrar que as relações pessoais entre servos e senhores foram gradativamente substituídas pelas relações impessoais entre cidadãos e Estado. Discutir a diferença entre a autoridade da lei e o poder pessoal.

Conceitos chaves:
  • A unidade permite assentar as bases para o desenvolvimento, do conceito de capitalismo, particularmente de capitalismo comercial.


Esquema de aulas expositivas:
1 - Idade Moderna: período de transição do século XV ao XVII
2 - A Baixa Idade Média: o desenvolvimento comercial (burguesia, monarquias nacionais, urbanização) desembocando na Expansão Marítima
3 - Idade Moderna:o desenvolvimento capitalista sobrepondo-se ao feudalismo
• A evolução capitalista e suas etapas
- O pré-capitalismo e suas etapas
- O capitalismo comercial: do século XV ao XVIII
- O capitalismo industrial: do século XVIII ao XX
- O capitalismo financeiro: atual

Sugestões de atividades e avaliações:

  • Observando no mural, o esquema o início da Idade Moderna, produzir um diálogo, onde 2 pessoas discutam e cada um defenda as características das idades Média e Moderna. Mínimo de 30 linhas. Dê um título criativo.

  • Produção de um jornal com o tema: As grandes transformações da Idade Moderna

Atividade: Produção de um jornal com 5 cadernos: Política (O Absolutismo – capítulo 3), Economia (O Mercantilismo - capítulo 4), Mundo (A Expansão Marítima – capítulo 5), Cultura (O Renascimento – capítulo 6), Religião (A Reforma Protestante – capítulo 10) e folhas principais.
 _ Caderno Política:
1.      Definições (2):  Absolutismo (Conclusão e Editorial) e Estado Nacional (item 2),
2.      Reportagens (7): O surgimento do Estado Nacional (itens 3, 4 e 5), a formação da Espanha, Portugal, França, Inglaterra e Rússia (item 11) e Os povos que não se unificaram (item 12)
3.      Textos opinativos (3): Opinião dos nobres (item 6 e 7), dos servos (item 6), e da burguesia (item 9),
4.      Entrevistas (2): Jean Bodin (item 10), Jacques Bossuet (item 10),
5.      Perfil (l): Maquiavel (item 13)
OBS: Os textos deverão ser produzidos de acordo com o Manual de Redação.

Material de apoio:
  • Textos:
    1. O que já estudamos? Resumo sobre os capítulos do livro Nova História Crítica Mário Schmidt  5ª série – Para utilizar no início do ano da 6ª série – 18 cópias – arquivo caixa 003

26 – A Idade Moderna: A expansão marítima européia

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Assinalar a importância e as características das grandes navegações européias dos séculos XV e XVI.
  • A unidade procura mostrar ao aluno, por meio de uma comparação com as viagens espaciais da atualidade, o que significou a empresa marítima européia do inicio da Idade Moderna. O professor pode lembrar os conhecimentos envolvidos no projeto espacial e nos empreendimentos marítimos do início da Idade Moderna. Ambos representam o que se tinha de mais avançado em cada época. Detectar com a classe as diferenças e as semelhanças de objetivos entre os dois.
  • Destacar os fatores explicativos do pioneirismo português na expansão marítima européia.
  • Portugal e Espanha foram nações proeminentes na Europa do início da Idade Moderna. Qual é a importância destes países na Europa atua!? Secundária. Que lição histórica podemos tirar deste fato?
  • Fenômeno semelhante ocorreu posteriormente com a Inglaterra e, nos dias atuais, assistimos a derrocada do Império Soviético. Estes exemplos ajudam o aluno a analisar os fatores múltiplos que levam à ascensão ou à decadência de um país.
  • É importante o professor ressaltar o alto significado do Tratado de Tordesilhas, pois ele expressa um fenômeno que se tornou comum nos séculos seguintes: o conflito pela posse das terras de além-mar entre as nações européias.

Temas centrais:
·         A expansão marítima européia dos séculos XV e XVI foi a solução para a necessidade de novos mercados fornecedores. Para impulsionar sua realização, vários fatores foram importantes: o progresso tecnológico, o fascínio despertado pelas Índias, o interesse em quebrar o monopólio exercido pelas cidades italianas e a criação dos Estados nacionais.
·         A nação pioneira nesse processo foi Portugal, que tinha uma posição geográfica favorável, uma burguesia empreendedora, paz interna, desenvolvimento da técnica náutica e, principalmente, condições político-institucionais, criadas por uma precoce centralização do poder.
·         O processo de expansão interessava à nobreza, à burguesia e ao poder real, O início dessa expansão ocorreu com a conquista de Ceuta, em 1415.
·         A ocupação das terras conquistadas iniciava-se com a criação de feitorias, que serviam de centros para exploração das riquezas locais já existentes.
·         Após a descoberta da América, dois tratados foram estabelecidos para divisão das terras: bula Intercoetera (1442) e tratado de Tordesilhas (1494).
·         Entre 1497 e 1498 Vasco da Gama completou a volta ao continente africano — o chamado périplo africano —, chegando às Índias. Em 1500, uma enorme esquadra, liderada por Pedro Álvares Cabral, partia de Portugal para consolidar o comércio com o Oriente, Desviando-se do caminho, concretizou a posse das terras brasileiras para Portugal.
·         O Brasil foi descoberto em conseqüência da expansão da burguesia européia para fora da Europa. Apoiada na monarquia, a burguesia procurava novos mercados fornecedores, lançando-se por isso à expansão ultramarina. A chegada às terras brasileiras foi uma etapa do desenvolvimento comercial europeu.
·         Nosso continente, segundo as teorias mais prováveis, foi povoado por meio de imigrações de povos asiáticos, iniciadas há mais ou menos 20 mil anos.
·         Os índios da época da descoberta formavam uma população de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas. Hoje essa população está reduzida a pouco mais de 300 mil indivíduos.
Problematização:
  • Os interesses econômicos e políticos, tão evidentes nos empreendimentos marítimos, estão ausentes do empreendimento espacial?
  • É possível fazer comparações interessantes com os alunos: por exemplo, a facilidade do contato entre países ou continentes, na atualidade, com as dificuldades destes contatos na época estudada. Recebemos notícias instantâneas do outro lado do mundo. Podemos marcar um encontro para amanhã à noite em Paris... O que representava uma viagem Europa — Extremo Oriente na época? Uma dica: os alunos costumam se interessar muito pela história de Marco Pólo.
  • Antes da assinatura do Tratado de Tordesilhas, o papa tentou mediar um acordo entre Portugal e Espanha para a partilha das terras descobertas. Se o conflito fosse hoje, quem seria o provável mediador?
  • Para discutir essa questão, o professor deve lembrar a existência da ONU e a tentativa de se estabelecer um direito internacional, funciona! e efetivo, para se evitar o conflito entre as nações.

Conceitos chaves:
  • É possível trabalhar nesta unidade o conceito de conquista cultural. Dominar os oceanos e descobrir o formato da Terra e suas reais dimensões foi uma conquista cultural importante?
  • É possível trabalhar o conceito de direito, principalmente no que se refere ao direito dos povos. Os povos que habitavam as terras que foram divididas pelo Tratado de Tordesilhas não tinham direitos? Por que não foram levados em conta? Hoje isto seria possível?

Esquema de aulas expositivas:
1. A busca de uma nova rota
• A rota anterior (medieval) de comércio com o Oriente

2. A formação de Portugal na Reconquista
• A dinastia de Borgonha
• A dinastia de Avis

3. A expansão lusa
• A Escola de Sagres
• A conquista de Ceuta (1415)
• O périplo africano
• Vasco da Gama e as Índias
• Cabral e o Brasil

4. A expansão espanhola
• A unificação espanhola
• viagem de Colombo e as conquistas seguintes

5. A partilha do mundo entre Portugal e Espanha
• A Bula Papal Intercoetera
• O Tratado de Tordesilhas

6. A expansão de outros paises europeus
• A expansão inglesa
• A expansão holandesa
• A expansão francesa

7. As conseqüências da expansão ultramarina

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Elaborar cartazes com as especiarias buscadas pelos europeus.
  • Dividir a classe em dois grupos: um deles para elaborar cartazes sobre a expansão marítima portuguesa e outro sobre a expansão marítima espanhola.
  • Estimular pesquisa sobre as atividades náuticas relacionadas com a expansão marítima.
  • Num trabalho interdisciplinar é possível integração, por exemplo com literatura, enfocando Camões, Fernando Pessoa (expansionismo luso) ou com José de Alencar (Iracema - relações indígenas); com a matemática e a física seria a questão técnica e científica da expansão, aperfeiçoamento de instrumentos de navegação, a questão da contagem do tempo, da determinação da longitude, etc.
  • Os alunos poderão pesquisar em enciclopédias ou livros de história geral a vida do homem europeu durante o feudalismo (séculos V ao XI).
  • Pesquisar no Atlas histórico os mapas da Europa nos séculos XIV e XV. Após a pesquisa, responder às seguintes questões:
            a) Por que o mar Mediterrâneo era o centro do comércio internacional no século                               
            XIV?
            b) Em que medida a localização geográfica das cidades de Veneza, Gênova e
            Florença contribuiu para seu apogeu nesse período?                                    
            c) De que maneira a localização geográfica de Portugal e Espanha contribuiu para
            tornar essas nações as primeiras potências mundiais nos séculos XV e XVI?
  • Os livros de história costumam destacar o modo de vida dos europeus na época dos grandes descobrimentos marítimos mas negligenciam os povos por eles descobertos e dominados, Incentive os alunos a formarem grupos e a organizarem um seminário sobre uma dessas civilizações: as tribos negras da África central e meridional, a índia, a China ou o Japão. O trabalho deve mostrar como esses povos se organizavam antes do contato com os europeus e como passaram a se organizar depois desse contato.
  • Utilizando o texto do Telecurso: Os descobrimentos geográficos, produzir numa folha de sulfite:
a)      No verso, 14 grafites, um para cada item do texto. O grafite deverá conter a idéia principal do item, sem copiar do texto.
b)      Nos espaços em branco que sobrarem, produzir desenhos, também grafitados.
c)      Abaixo, explique sua atividade, passo-a-passo, numerando os grafites e os desenhos, explicando-os.

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Expansão Marítima Européia - 1492 - A Conquista do Paraíso - O filme de Ridley Scott que tem Gerard Depardieu no papel principal, focaliza o principal momento da expansão marítima espanhola, quando em 1492 Cristóvão Colombo tentou atingir o Oriente navegando para o Ocidente.
    2. Expansão Marítima Européia - Uma expedição de conquistadores espanhóis na selva amazônica em busca do Eldorado - Aguirre, a cólera dos Deuses - No século XVI, uma expedição de conquistadores espanhóis, enfrentando a febre, os índios e as feras, entra na selva amazônica em busca do Eldorado, o fabuloso reino de ouro.
  • Vídeos:
1.      Geral – Idade Moderna - As grandes navegações - 12’14” – vídeo 07
2.      Geral – Idade Moderna – As grandes navegações - As viagens portuguesas dos descobrimentos c/ coment.- 24’21” – vídeo 10

27 – A Idade Moderna: O Renascimento

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar como a cultura renascentista surge em oposição à cultura medieval e apresentar as principais características dessa nova cultura.
  • Não é difícil para os alunos entenderem o humanismo renascentista, pois se trata das origens dos nossos próprios valores. Somos herdeiros do Renascimento. As idéias que começam a tomar corpo na passagem da Idade Média pan a Moderna desembocaram no Iluminismo e moldaram a mentalidade contemporânea.
  • Tentar simplificar as idéias dos pensadores ligados ao Renascimento para torná-las acessíveis ao entendimento dos alunos. É um primeiro passo para futuras leituras de Maquiavel, Erasmo, Cervantes...
  • Mostrar como a valorização do racionalismo e o surgimento da ciência moderna trouxeram alterações no modo de viver e pensar do homem urbano europeu no século XVI.
  • O clássico de Huizinga foi traduzido para o português com o título de O Declínio da Idade Média. A tradução literal seria O Outono da Idade Média, O outono é uma estação tão longa como as outras, mas não deixa de ser uma estação de transição do verão para o inverno. As características do verão ainda são percebidas bem depois da estação terminada. Nada melhor para simbolizar a passagem da mentalidade medieval para a moderna.
  • O critério de verdade baseado na tradição, nos textos antigos e na autoridade da Igreja foi suplantado pelo critério científico de verdade. Mas esta passagem foi um verdadeiro outono histórico. Ainda hoje, a explicação dos fenômenos por critérios não científicos é mais comum do que pode parecer à primeira vista. As bases da ciência moderna, como diz o início do capítulo, foram estabelecidas nos séculos XV, XVI e XVII, mas é fácil verificar que a mentalidade religiosa não desapareceu. Milhões de pessoas ainda explicam o mundo e orientam suas vidas por critérios religiosos.
  • Isto não impede reconhecer a presença marcante da ciência no mundo contemporâneo: eletricidade, rádio, televisão, telefone etc. Toda esta tecnologia tem atrás de si princípios científicos e se tornou possível a partir deles.
  • Assim, mesmo as pessoas mais religiosas reconhecem que a ciência é uma base válida de verdade. Isto é resultado de unia verdadeira revolução intelectual ocorrida a partir do humanismo renascentista.
  • Quando Galileu teve que comparecer perante o Tribunal do Santo Ofício, defrontaram-se duas formas de apresentar a verdade: os inquisidores queriam que Galileu fundamentasse suas afirmações com base nos textos tradicionais, reconhecidos como verdadeiros pela Igreja, e Galileu insistia em apelar para a observação, a lógica, as relações de causa e efeito.

Problematização:
  • Mencionar a imprensa como um poderoso fator de transformação cultural na época renascentista. Estabelecer uma comparação com a difusão do uso dos computadores na atualidade.
  • Um comprimido é capaz de aliviar uma dor de cabeça. Como isto acontece? Como o comprimido age? Esta questão deve mostrar ao aluno que a maioria das pessoas não domina os conhecimentos necessários à produção das coisas que utilizamos. A ciência é um conhecimento especializado, diferente do saber comum.

Conceitos chaves:
  • É possível trabalhar aqui o conceito de arte. O que faz de um objeto uma obra de arte? Uma imagem de santo feita na Idade Média para ser objeto de veneração é uma obra de arte? Ser ou não uma obra de arte depende da vontade de quem fez o objeto?
  • Os conceitos apropriados para serem trabalhados são os de conhecimento científico e senso comum.

Esquema de aulas expositivas:
1. O significado do Renascimento
• A negação da cultura medieval

2. As razões do Renascimento
• As mudanças sociais e econômicas
• Os mecenas

3. As características renascentistas
• O humanismo
• O individualismo
• O racionalismo
• O centralismo politico
• O otimismo

4. O Renascimento italiano
• Os principais artistas e suas obras

5. A Europa renascentista
• Os destaques da França, Inglaterra, Espanha, Holanda e Portugal

6. O Renascimento nas ciências
• Os principais destaques

Sugestões de atividades e avaliações:
  • A cultura grega é um assunto que vale a pena ser revisto, pois a arte e a filosofia gregas exerceram forte influência na cultura renascentista. Os alunos devem reler o capítulo e comparar as ilustrações da arte grega e da arte do Renascimento, encontradas em livros de história da arte. Sugira também que eles localizem as semelhanças e as diferenças entre essas duas manifestações artísticas.
  • Produzir releituras obras renascentistas coloridas, atualizadas e explicadas. A atualização  deve ser a incorporação à idéia original de temas atuais, como: corrupção, violência, drogas, meio ambiente, consumo, etc. Indique o nome da obra, autor e página do livro onde se encontra a obra utilizada.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Geral - Idade Moderna - A Renascença e a era das descobertas - 26'50" - vídeo 01
  • Textos:
1.      Renascimento – textos – 18 cópias – arquivo caixa 004

28 – Idade Moderna: A Reforma Religiosa

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Relacionar os ataques à hegemonia da Igreja Católica com as transformações
socioeconômicas da sociedade européia.
  • Tentar simplificar para o aluno um dos problemas mais intrincados das ciências humanas; a relação entre idéias e estruturas socioeconômicas.
  • Podemos dizer que as idéias medievais estavam marcadas pela religiosidade, mas isso é uma extrema generalização. Na sociedade medieval, assim como na moderna ou na contemporânea, existem classes sociais diferenciadas quanto a comportamento, valores, interesses, visão de mundo. Dessa forma não podemos dizer simplesmente que, com a emergência do comércio e da burguesia, um conjunto de idéias foi substituído por outro. O que se vê é um constante confronto entre idéias diferentes e até opostas.
  • Como podemos relacionar as diferenças ideológicas com os conflitos econômicos, sociais e políticos? Esta é uma questão com a qual o historiador tem que lidar constantemente.
  • Diferentemente do conceito de ideologia, o conceito de mentalidade aponta para um nível de generalização que engloba todas as classes e grupos de uma determinada época ou de uma dada sociedade. Apesar das diferenças de valores, comportamentos etc, entre si, nobreza, clero, camponeses, artesãos e comerciantes da Europa do início da Idade Moderna estavam dentro de um mesmo universo mental, compartilhavam de uma mentalidade que os opunha, por exemplo, aos incas, indianos, chineses.,.
  • Em outras palavras, diferenças de mentalidade se colocam em um nível mais profundo do que diferenças ideológicas. Fidel Castro e Ronald Reagan se movem no mesmo universo mental.
  • De que forma as mentalidades ou, mais simplesmente, as ideologias se manifestam na arte?
  • Logicamente, as coisas colocadas dessa forma escapam à compreensão de alunos de sexta série, mas o professor pode ir preparando o caminho para essa difícil aprendizagem.
  • O texto se esforça simplesmente em mostrar ao aluno que obras de arte expressam idéias e que estas são fermentadas pelas experiências humanas. Uma nova economia, novas classes, novas experiências, novas idéias implicam em uma nova arte.
  • Explicar a ruptura da unidade do mundo católico europeu, caracterizando seu sentido, suas tendências e a reação católica a essa ruptura.
  • A primeira parte da unidade deverá estar centrada no conceito de instituição. Ele descreve o processo de formação de uma das mais duradouras instituições da sociedade ocidental. Primeiro surgiram as crenças, figuras carismáticas etc., e depois, com base neste “capital carismático”, se implantou a instituição com suas normas, hierarquia, patrimônio, doutrina, administração...
  • A segunda parte analisa os fatores que levaram à crise dessa portentosa instituição e o conseqüente surgimento das igrejas cristãs concorrentes na Europa.
  • É importante o aluno perceber que essa crise tem dimensões políticas (choque com as monarquias nacionais em formação), sociais (ascensão da burguesia), ideológicas (humanismo renascentista) e econômicas (a expansão do comércio). Tudo isso criou um mundo no qual a Igreja teve dificuldades em se adaptar.

Problematização:
  • Qual é a diferença entre um católico e um cristão? Todo católico é um cristão, mas nem todo cristão é um católico. Atualmente existe um movimento denominado ecumenismo. O que é isso?

Conceitos chaves:
  • O conceito que perpassa o texto é o de mentalidade. Difícil de ser definido, mas possível de ser trabalhado concretamente. E a partir do exemplo da Igreja Católica é possível trabalhar o conceito de instituição.

Esquema de aulas expositivas:
1. A Reforma religiosa: conceito

2. As origens do protestantismo
• O desenvolvimento capitalista
• A crise moral da Igreja
• A dualidade teológica
• Os precursores da Reforma

3. O reformismo de Lutero
• O apoio da nobreza e a oposição do imperador
• Os anabatistas
• A Paz de Augsburgo
• A doutrina agostiniana de Lutero

4. O calvinismo
• O apoio da burguesia e o sucesso em Genebra
• A expansão calvinista: presbiterianos, huguenotes e puritanos

5. Henrique VIII e o anglicanismo
• O Ato de Supremacia

6. A Contra-reforma e a Reforma católica
• A Companhia de Jesus
• O Concilio de Trento
• A Inquisição
• O Índex

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Produzir uma revista de história em quadrinhos com:
    1. capa com desenho colorido, título da história, autores e série;
    2. contra-capa com o seguinte cabeçalho:
                    Escola Municipal ______________________
                    A revolução religiosa: A Reforma
                    Atividade nº ____ do ____ bimestre
                    Série:_____________ Data    ____/____/____
                    Alunos:________________________Nº:____
    1. introdução: texto, com um mínimo de 10 linhas, explicando e comentando sobre o seu trabalho e as técnicas de redação utilizadas.
    2. Apresentação dos personagens e seus desenhos: Lutero, papa Leão X, imperador Carlos V do Sacro Império, Calvino, rei Henrique VIII da Inglaterra, rei Eduardo VI da Inglaterra, rainha Isabel I da Inglaterra, papas Paulo III, Paulo IV e Pio IV, Inácio de Loiola e o rei Francisco I da França.
    3. Personagens indefinidos: narrador, povo, nobres, soldados, jesuítas.
    4. Enredo
Parte              Tipos de texto                                Personagens           Nº de                                                                                                                              
                                                                                                       Quadrinhos

4 primeiras    Textos narrativos, desenhos colo-    Narrador e       3 por parte
                       ridos com personagens indefinidos    outros

5 partes se-     Textos narrativos, desenhos colo-   Lutero, papa    3 por parte
guintes            ridos com diálogos com balões.      Leão X, Car-
                                                                                los V, povo e
                                                                                nobres.

França             Texto narrativo e desenhos colo-    Calvino                    3
                        ridos

Inglaterra         Texto narrativo e desenhos colo-    Henrique VIII,        3
                         ridos                                               papa Leão X,
                                                                                  Eduardo VI e
                                                                                  Isabel I

Consequên-      Texto narrativo e desenhos colo-     Personagens           3
cias:  a Eu-        ridos                                                 indefinidos
ropa refor-
mada

A Reforma        Texto narrativo, explicando sobre    Papas Paulo III,      3
Católica             a Reforma Católica, o Concílio de    Paulo IV e Pio
                          Trento e a Inquisição, e monólogos   IV
                           dos personagens

A reconquista     Texto narrativo, desenhos colo-     Personagens            3
Católica               ridos.                                              Indefinidos

Os jesuítas           Textos narrativos, desenhos co-     Inácio de Loiola,     3
                             loridos, diálogos com balões en-    Carlos V, Francis-
                             tre os personagens.                          co I e os jesuítas
                   
    1. Conclusão
-Texto informativo contendo a definição, onde, quando, por que, como e conseqüências da Reforma.
- Idem para a Reforma Católica.

    1. Material
- 3 folhas de sulfite

    1. Consulta nos textos do Telecurso

    1. A avaliação poder ser feita pelos pais conforme o modelo de Avaliação                            
Externa.

Material de apoio:
  • Filmes:
1.      Reforma - Lutero - Doutorado em teologia, Lutero não conseguia compreender alguns dogmas da Igreja Católica para com seus súditos. Como por exemplo, a "oferta" de indulgências aos fiéis, em troca da salvação de suas almas do purgatório.
2.      Reforma e Contra-Reforma (França em 1572, massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu") - A Rainha Margot - O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu".

29 – A Idade Moderna: A Formação do Estado Nacional

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • conhecer os principais teóricos absolutistas, compreendendo a intima sintonia entre mudanças sociais, econômicas, culturais e religiosas com as políticas da Idade Moderna;
  • compreender as distinções absolutistas dos principais países;
  • ver o absolutismo como expressão política da transição moderna.

Temas centrais:
a) O Estado Moderno Português
·         A Idade Média na Europa foi marcada por um sistema econômico, político e social denominado feudalismo. Suas características principais eram: economia de subsistência, política descentralizada, senhores feudais (nobreza e clero) e servos, como classes principais, e cultura teocêntrica propagada pela Igreja.
·         A explosão demográfica do século XI colocou em perigo a estrutura do sistema feudal. A saída para a nobreza e clero, classes privilegiadas peio sistema, foi desviar essa população para fora da Europa. Surgiram assim as Cruzadas, cujas conseqüências foram a reabertura do mar Mediterrâneo ao comércio, o renascimento comercial, a formação de burgos (cidades) ligados ao comércio e o aparecimento de uma nova classe social, a burguesia (comerciantes). As lutas dos servos pelo fim da servidão se intensificaram. O feudalismo entrava em crise e os elementos que gerariam o capitalismo começavam a despontar.
·         A monarquia portuguesa formou-se em meio às lutas de expulsão dos árabes. Seu primeiro rei foi Afonso Henriques, que iniciou a dinastia de Borgonha em 1139.
·         O feudalismo em Portugal começou tardiamente, quando na Europa em geral já estava se enfraquecendo. Foi, portanto, um feudalismo diluído que não chegou a se completar. A monarquia portuguesa desenvolveu rapidamente as condições que criariam o capitalismo comercial.
·         A primeira dinastia portuguesa foi a de Borgonha. Seus principais representantes foram: Afonso 1, Afonso II, Afonso III, Dinis e o último monarca de Borgonha, Fernando, o Formoso. A monarquia portuguesa conheceu um rápido processo de centralização do poder e o nacionalismo desenvolveu-se rapidamente.
·         Portugal dos séculos XII ao XI era predominantemente agrário. No entanto, a partir do início do século XIV, a economia comercial e marítima das cidades litorâneas começou a tornar-se mais importante do que a economia do setor rural. Ao mesmo tempo, a burguesia comercial fortalecia-se.
·         No século XIV, a Europa foi assolada por uma crise que minou mais ainda a estrutura feudal devido à fome, às pestes e às guerras que se espalharam pelo continente. Portugal também foi atingido na sua lavoura já anteriormente carente de braços. Explodiram revoltas, tanto no campo como na cidade. A burguesia comercial crescia e preparava-se para liderar as transformações econômicas e sociais que se faziam necessárias.
·         Em 1383, com a morte de D. Fernando, abriu-se uma crise sucessória. De um lado alinharam-se a burguesia comercial, a nobreza militar e as camadas populares exigindo o trono para D. João, Mestre de Avis; de outro, a nobreza feudal tradicional e as tropas de Castela, exigindo o trono para Dona Beatriz, casada com o rei de Castela. Estava em jogo a criação de um Estado centralizado e mercantil ou o retrocesso às estruturas feudais mais tradicionais. A vitória coube aos adeptos de D. João, Mestre de Avis. Essa transformação denominou-se revolução de Avis.
·         A revolução de Avis criou as condições necessárias para a expansão do comércio, abrindo o caminho para as grandes navegações.
Aula Expositiva:
1. Identificar as características gerais das monarquias nacionais: as alianças que se formaram para centralizar o poder, os interesses de cada setor, a monarquia nacional como forma de estruturação do Estado na Baixa Idade Média e Idade Moderna.
2. Analisar a formação da monarquia nacional portuguesa: origens, a Dinastia de Borgonha, o fortalecimento da burguesia, a transferência do eixo comercial do Mediterrâneo para o Atlântico.
3. Analisar a formação da monarquia nacional francesa: origem, a evolução da centralização (Filipe Augusto e Filipe, o Belo).
4. Analisar a formação da monarquia nacional inglesa: origens, a Dinastia Plantageneta, a Magna Carta, o Parlamento.

Esquema de aulas expositivas:

Opção 1

1. Os pensadores absolutistas
• Maquiavel
• Hobbes
• Bossuet

2. O Absolutismo na França
• As dinastias precursoras: capetíngios e Valois
• A dinastia dos Bourbons
- Henrique IV e o Edito de Nantes
- Luís XIII e o cardeal Richelieu
- Luís XIV - O Rei Sol: o apogeu e a revogação de Nantes
- A decadência absolutista com Luis XV e Luis XVI

3. O absolutismo inglês
• Da Magna Carta à Guerra das Duas Rosas: da descentralização à centralização dos Tudors
• Henrique VIII e o Ato de Supremacia
• Elizabeth e a consolidação anglicana
• Os Stuarts
- A Revolução Puritana de Cromwell
- A Restauração
• A Revolução Gloriosa de 1688

4. O absolutismo na Europa

Opção 2

1. Introdução
a) Interesses do rei.
b) Interesses da burguesia.
c) Aliança rei e burguesia.
d) Definição.

2. Monarquia portuguesa
a) Guerra de Reconquista.
b) Dinastia de Borgonha.
c) Fortalecimento da burguesia.

3. Monarquia francesa
a) Dinastia Capetingia.
b) Filipe Augusto.
c) Filipe, o Belo.

4. Monarquia inglesa
a) Guilherme, o Conquistador.
b) Dinastia Plantageneta.
e) A Magna Carta.
d) O Parlamento.

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Há muitas versões da história de Robin Hood, o lendário bandoleiro que roubava dos ricos para dar aos pobres. Ambientada na Inglaterra, durante o reinado de Ricardo, Coração de Leão (1189- 1199), essa história nos revela muitos aspectos da sociedade da época, inclusive a respeito das lutas políticas entre o rei e os nobres ingleses.
  • Peça que os alunos leiam uma dessas versões e façam uma redação mostrando alguns fatos históricos de interesse, revelados pela lenda de Robin Hood.
  • Portugal, seguido pela Espanha, foi o primeiro Estado nacional da Europa. No século XV, Estados aventuraram-se pelos oceanos, até desconhecidos, em busca de novas terras.
  • Os alunos poderão pesquisar outras informações sobre a origem de Portugal e Espanha, como monarquias nacionais. Após a pesquisa, deverão redigir um texto, mostrando como o nascimento dessas nações e sua evolução política possibilita ram seu pioneirismo nas grandes aventuras ultramarinas da Idade Moderna.

Material de apoio:
  • Filmes: - ELISABETH - O filme analisa a Inglaterra absolutista de Elizabeth I (Isabel, a Rainha Virgem), que subiu ao trono em 1558 para tornar-se a mulher mais poderosa do mundo.

30 – A Idade Moderna: A América Pré-Colombiana

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar que também na América floresceram sociedades civilizadas com alto grau de complexidade.
  • Alguns critérios permitem classificar um povo como civilizado: Estado, cidades, divisão da sociedade em classes; divisão social do trabalho com profissões variadas e uma hierarquia social relacionada à riqueza, função, status, poder; produção e acumulação de excedentes. Havia civilizações na América pré-colombiana. O capítulo procurou caracterizar as civilizações inca, asteca e maia.
  • Abordamos em comentários anteriores a questão das diferenças culturais, particularmente o espinhoso problema da “superioridade” e da “inferioridade” de uma cultura em relação a outra. É importante, portanto, que o aluno saiba distinguir um povo civilizado de uma comunidade primitiva através de critérios objetivos e sem conotações valorativas, como “melhor”, “mais evoluído” etc,

Problematização:
  • Os europeus teriam alguma coisa a aprender com os astecas ou os incas? E estes, o que teriam a aprender com os europeus?

Conceitos chaves:
  • O capítulo convida a retrabalhar os conceitos de civilização e de cultura. O que permite, apesar das profundas diferenças entre eles, classificar os astecas e os espanhóis como povos civilizados?

Esquema de aulas expositivas:
1. Os primeiros homens americanos
• A hipótese de Bering
• Outras rotas
• Os sítios arqueológicos brasileiros

2. A evolução da Pré-história americana
• A fase paleolítica
• A fase neolítica

3. As principais civilizações pré-colombianas

4. A região da Meso-América:
• A civilização olmeca
• A cidade de Teotihuacán
• A civilização maia
• A civilização asteca
• A capital asteca e a conquista espanhola

5. A região Andina Central:
• O Império Tiahuanaco
• O reino Chimu
• O Império Inca
• A conquista espanhola

Material de apoio:
  • Vídeo:
    1. Geral – Idade Moderna – Povos Pré-Colombianos - Terras Místicas - Os Maias - 26'00 “– vídeo 06”.
Roteiro:
                  _ O Dia dos Mortos:
                  _ Localização do Império Maia:
                  _ Características do Império Maia:
                  _ História da criação dos Maias:
                  _ Obras dos maias:
                  _ Universo dos maias:
                  _ Os sacrifícios humanos:
                  _ Os sacrifícios hoje:
                  _ A cidade de Palenki e suas características:
                  _ O rei Pakau:
                  _ A cidade de Titinitza:
                  _ O calendário maia:
                  _ O jogo da vida e da morte:
                  _ O fim da civilização maia:
                  _ O templo das caveiras:
                  _ O Dia dos Mortos:

    1. Geral – Idade Moderna – Povos Pré-Colombianos - Terras Místicas - Peru: o reino nas nuvens - 25'20 “– vídeo 06”.
Roteiro:
                  _ O culto dos incas ao deus da chuva:
                  _ Localização da civilização inca (mapa):
                  _ Principais cidades incas:
                  _ História da criação do mundo:
                  _ Início do império inca:
                  _ A cidade de Cuzco:
                  _ A cidade de Machu-Picchu:
                      . localização:
                      . importância:
                      . as construções:
                      . as sacerdotisas:
                  _ Os descendentes dos incas:
                  _ A Festa do Sol:
                  _ A Astronomia:
                  _ O observatório de Ollantaytambo:
                  _ A pirâmide de Ollantaytambo:
                  _ A mumificação e a importância das múmias:
                  _ O ataque espanhol e o fim da civilização inca:

    1. Geral – Idade Moderna – Povos Pré-Colombianos - Yanomami - 10'33 “– vídeo 06”.
Roteiro:
                  _ Localização:
                  _ A língua yanomami:
                  _ O contato com os brancos:
                  _  A convivência entre as aldeias:
                  _ As aldeias yanomamis e suas malocas:
                  _ Atividades econômicas:
                  _ Aspectos físicos:
                  _ As descobertas de ouro e suas conseqüências:
                  _ A ocossercose:
                  _ A criação da reserva:
                  _ As ameaças à reserva:
                  _ O patrimônio yanomami:

Sugestão de atividades: Você é um viajante e está conhecendo o sul do México, a Guatemala, o Peru e a Amazônia. No final da viagem, escreva uma carta ou um diário detalhados sobre os lugares que viu, os povos que conheceu, sua história, seus costumes e tradições. Acrescente ____ “fotos coloridas” e comentadas ao seu trabalho. Mínimo de ____ linhas.

31 – A Idade Moderna: A Conquista da América

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar a submissão e a destruição das culturas asteca e inca, relacionando-as com a expansão do capitalismo comercial espanhol.
  • O contato entre povos diferentes pode trazer um enriquecimento cultural para ambos. Inúmeros exemplos históricos podem ser citados. O contato entre árabes e europeus, apesar das guerras constantes entre eles, trouxeram um grande enriquecimento para a cultura européia: algarismos arábicos, conhecimentos de química, papel etc. A cultura árabe, por sua vez, se enriqueceu no contato com os povos do Extremo Oriente. Todavia, isto não é uma regra. Muitas vezes o contato significa o aniquilamento completo de um povo pelo outro.
  • Certamente, astecas e incas deixaram legados culturais, mas foram aniquilados enquanto civilizações. Em outras palavras, foram conquistados e destruídos. É importante salientar que a violência não se limitou à fase de conquista, mas se perpetuou ao longo do período colonial. A economia da colônia se mantinha pela violência.
  • Não se pode dissociar a colonização européia na América da idéia de genocídio. Esta é a questão central da unidade.

Problematização:
  • Quais são os países do mundo que falam espanhol? Existem ainda línguas pré-colombianas faladas na América? É possível ver a marca indígena nos povos americanos de hoje?

Conceitos chaves:
  • O conceito mais pertinente para ser trabalhado é o de sistema colonial.

Esquema de aulas expositivas:
1. O mercantilismo
• Controle estatal
• Protecionismo
• Metalismo
- A Espanha e o bulionismo
- A França e o colbertismo
• Colonialismo
• Monopólios
• Balança comercial favorável

2. A colonização da América
• A América Pré-colombiana
• Os maias
- Os incas
- Os astecas
• Os conquistadores
• A colonização espanhola
- A exploração do ouro e da praia
- Os chapetones
- Os criollos
- Os nativos, a encomíenda e a mita
• A colonização portuguesa
- Martim Afonso de Sousa
- As capitanias hereditárias
- Os governos gerais
• A colonização inglesa
- As companhias de comércio
- Povoamento x exploração
- A plantation
• A colonização francesa e holandesa
- As companhias de comércio
- A pirataria e as invasões

Sugestões de atividades e avaliações:
1 – Comparar os sistema de colonização de povoamento e de exploração através de descrição de processos (receita). Descrever 2 processos, na forma de uma receita, de como construir um país desenvolvido (EUA) e um país subdesenvolvido (Brasil). Relacionar primeiro os ingredientes e depois o modo de preparo detalhadamente (mínimo de ___ linhas). Produzir depois uma conclusão pessoal sobre os dois processos.

32 – A Idade Moderna: O Brasil Pré-Colombiano

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar as principais características das comunidades indígenas do Brasil para que o aluno tenha noção de como se constituíam as sociedades encontradas pelos portugueses.
  • As informações do texto são importantes para o aluno entender, na unidade seguinte, o que significou o choque cultural entre indígenas e europeus: um contato entre sociedades com valores e objetivos muito diferentes. Trata-se da dificuldade de entendermos um comportamento que não se encaixa nos nossos esquemas mentais.
  • O estudo das sociedades indígenas proporciona ao aluno um novo olhar sobre a sua própria sociedade. É o diferente que nos dá o contraponto para entender o conhecido. A sociedade na qual vivemos passa a ser uma sociedade e não mais a sociedade.
  • Provavelmente, uma das mais importantes lições da história é a desnaturalização da realidade vivida no presente. A luz do passado e de outras sociedades, os nossos valores se tornam relativos, a nossa sociedade contingente, temporária, numa palavra: histórica. O futuro deixa de ser visto como uma simples continuidade do presente e se abre a novas possibilidades.

Problematização:
  • O texto enfatiza o que as sociedades indígenas tinham (têm) de diferente. No entanto, existem semelhanças essenciais entre essas sociedades e a nossa. Quais seriam elas?

Conceitos chaves:
  • É pertinente retrabalhar aqui o conceito de cultura. O ponto de partida pode ser a possibilidade ou não de se falar em superioridade ou inferioridade cultural na comparação entre sociedades diferentes no tempo e no espaço. Ligado a essa questão se pode discutir a idéia de progresso. Lembrar a questão da conquista cultural.

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Elaboração de um cartaz com expressões e/ou figuras sobre os indígenas, como costumes, religião, etc.
  • Convidar alguém relacionado aos indígenas (um profissional ou um indígena mesmo) para falar sobre o modo de vida desses povos na atualidade.
  • Representação teatral de como teria sido o contato inicial dos índios com os brancos europeus no início da colonização.
  • Visita a um museu e/ou sítio arqueológico. Dos diversos sítios arqueológicos em estudo no Brasil, com vestígios bastante antigos e que podem trazer informações valiosas sobre a nossa pré-história, é possível que um deles esteja bem perto de você. Veja a lista abaixo de alguns dos sítios arqueológicos brasileiros em estudo:
                                 MG- Unaí, Januária e Lagoa Santa
                                 SP- Rio Claro, Serra Azul, Piraju, Guareí e Iguape.
                                 PR- José Vieira e Vinitu
                                 SC- Itapiranga, Laguna e Joinville
                                 RS- Daqui, Rio Pardinho e Umbu
                                 PA- Monte Alegre, Pedra Pintada
                                 PI- São Raimundo Nonato
                                 CE- Mina
                                 MT- Lapa do Sol MS- Paraíso
                                 RN- Angico
                                 PE- Bom Jardim e Casa do Caboclo
                                 BA- Central
                                 GO- Serranópolis e Caiapônia

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Pré-História - Brasil 500 séculos – Origens da Terra e da vida – 43’53” – vídeo 17
    2. Brasil – Pré-História - Brasil 500 séculos – Os primeiros brasileiros – 46’31” – vídeo 17
    3. Brasil – Pré-História – Civilizações amazônicas – As civilizações extintas – 45’24” – vídeo 16

33 – A Idade Moderna: O encontro entre índios e portugueses

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar o contato entre a cultura européia e as culturas indígenas. Destacar os resultados econômicos da ação militar de Portugal no Oriente.
  • É praticamente impossível recuperar t que os tupiniquins teriam pensado dos europeus naquele primeiro encontro nas praias brasileiras. Sabemos, sim, como os europeus viam os índios: bárbaros. pagãos, inferiores. Aqui temos os elementos concretos do choque cultural.
  • Uma sociedade sem o objetivo de produzir excedentes; gente ávida por mercadorias para comerciar e riquezas para acumular. Uma contradição terrível que se prolonga até a atualidade (lembrar a "questão indígena"). É importante ressaltar para os alunos que os primeiros contatos foram amistosos. As diferenças culturais, por si, não foram motivos de conflito. Ele surgiu quando um povo quis tornar o outro instrumento dos seus objetivos.

Problematização:
  • Sugerir leitura ou relembrar obras como O guarani e Iracema, nas quais os nativos
            indígenas eram vistos e representados de maneira idealizada, incorporando valores
            da cultura européia.                                                                                                                             
  • Perguntar aos alunos qual é a principal atividade econômica da região onde vivem. Essa atividade influencia o cotidiano da população? De que modo?
  • Ver ou relembrar filmes de faroeste em que o homem branco aparece sempre como o herói e o índio, como bandido, ignorante, estranho, diferente, que precisa ser civilizado.
  • Levantar as questões: a colonização do Brasil pelos portugueses representou um avanço? A eliminação de centenas de povos indígenas não empobreceu o patrimônio cultural da humanidade?

Conceitos chaves:
  • O conceito de história pode ser retrabalhado a partir da questão problematizadora: História como mudança e como evolução, progresso. E possível afirmar que a Humanidade, apesar de tudo, caminha em direção a uma melhora em relação ao passado? Existem "avanços” e "recuos”?

Sugestões de atividades e avaliações:
·       Julgamento dos europeus: Vamos promover o julgamento dos europeus (portugueses e espanhóis) da acusação de genocídio dos povos americanos. Cada grupo atuará ao mesmo tempo como advogados de defesa e atuação, enumerando 8 fatos que contribuam para a condenação e 8 fatos que contribuam para a absolvição. Se for necessário podem ser chamadas testemunhas. Conclusão: sar o veredicto (condenando ou absolvido) e uma pena no caso de condenação.
  • No século XVI, os índios brasileiros não dominavam a escrita, por isso não deixaram nenhum registro de suas impressões a respeito dos primeiros portugueses que chegaram ao Brasil. Proponha a um aluno que se imagine um índio vivendo naquela época e descreva o que sentiu durante o primeiro encontro com os europeus.
  • Sugira aos seus alunos a leitura de um dos livros da coleção de histórias em quadrinhos de Asterix, o Gaulês, o volume Obelix e Cia. O livro mostra como o Império Romano explorou econômica mente a aldeia gaulesa, impedindo o crescimento de sua economia interna. Apesar das inúmeras diferenças, os alunos poderão fazer um paralelo dessa situação com o sistema colonial aplicado pela Coroa portuguesa no Brasil, a partir de 1530.
  • Utilizando o texto do Telecurso: O nascimento do Brasil, produza;
a)      Um título para cada uma das 10 partes do texto e explique-o com um mínimo de     
de 5 linhas, seguindo o exemplo: Parte 1 – Título_________________________
                                                                     Explicação_____________________
                                                                     ______________________________
b)      Produza um novo título para o texto e explique-o com um mínimo de 10 linhas.
c)      Produza, utilizando os itens 1, 2 e 3, em uma folha inteira, uma propaganda dos portugueses, tentando convencer os índios que será boa à convivência entre eles. Sua propaganda deve ter um desenho colorido, um slogan e um texto publicitário.
d)     Produza, utilizando os itens 4, 5, 6 e 7, um cartaz de propaganda dos índios tentando convencer os portugueses de que seu estilo de vida é o melhor. Este cartaz também deverá conter um desenho colorido, um slogan e um texto publicitário.
e)      Produza um out-door sobre os itens 8 e 9.
f)       Produza um desenho colorido sobre um engenho com todos os detalhes existentes no item 10. Numere-os e explique-os.

Material de apoio:
  • Vídeo:
    1. Brasil – Colônia – Descobrimento - As viagens portuguesas dos descobrimentos c/ coment.- 24’21” – vídeo 10
  • Textos:
1.      Descobrimento do Brasil – Veja – A aventura do Descobrimento

34 – A Idade Moderna: O Brasil Pré-Colonial

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Relacionar as medidas tomadas pela Coroa portuguesa para o Brasil com a
primeira forma de exploração econômica da colônia.
  • O objetivo da colonização portuguesa no Brasil era mercantil: obter produtos para o mercado europeu.
  • A historiografia criou a distinção entre “colônias de exploração” e “colônias de povoamento”. As colônias inglesas da América do Norte seriam exemplos das segundas; as espanholas e as portuguesas exemplos das primeiras.
  • Na verdade, existe uma imprecisão nessas denominações, pois ambas são de exploração e de povoamento, ao mesmo tempo: coloniza-se para explorar e se explora para colonizar. A diferença está na motivação. Os colonos ingleses vieram fundar uma nova pátria, um novo país. Queriam reproduzir aqui, em condições melhores, a sociedade européia. Os colonos portugueses não. Vieram para obter riquezas e, se possível, gozá-las na Europa. Observe que, no início, não vinham famílias, mas apenas os homens. A pátria, o lar continuava sendo Portugal. Na América Inglesa se fundou uma nova nação; aqui a nação foi um resultado tardio da colonização.
  • Esta noção é importante, pois trata-se do cerne do sistema colonial. É a partir dela que se entende as relações entre metrópole e colônia.

Problematização:
  • Um anúncio de empreendimento imobiliário (hoje isto é bastante comum) que apela para o “verde”, a “natureza intocada”, pode ser um bom ponto de partida. Hoje isto é um valor comercial. Na época da “descoberta” o relativo desinteresse pela terra era exatamente por ela estar em um estado muito natural.



Conceitos chaves:
  • Um conceito adequado para ser trabalhado na unidade é o de valor. Embora seja de difícil entendimento, os alunos já têm condições de se aproximar desse conceito. Por que algumas coisas que antes tinham muito valor hoje valem tão pouco (veja o exemplo do açúcar) ínversamente, por que coisas que não tinham valor hoje são valorizadas (a natureza)? Valor é sinônimo de preço? Por que dizemos, então, ao verificar o preço de uma mercadoria: “Não vale!”?

Esquema de aulas expositivas:
1. O Brasil Pré-Colonial
• As expedições exploradoras
• As expedições guarda-costas

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Procure descobrir se em sua cidade existem acidentes geográficos cujos nomes ou a forma estejam relacionados a santos. Verifique também se sua região fez parte do início da ocupação portuguesa e quais os nomes dados por eles naquela época.
2. Fazer uma adaptação teatral de alguma passagem de um filme sobre os primeiros contatos entre europeus e nativos.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Colônia – Período Pré-Colonial - 500 anos de história na TV - A história do pau-brasil - 32’00 “– vídeo 10”.

35 – A Idade Moderna: Brasil, o início do povoamento

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Relacionar o início da colonização do Brasil com a conjuntura econômica e a estrutura de poder existente em Portugal.
  • Mostrar as principais características da colonização na sua primeira fase. Quais foram os objetivos da colonização? Como ela se tomou viável? O que produzir, com que recursos, que mão-de-obra utilizar, como administrar? As respostas que Portugal deu a estas questões constituem o núcleo do capítulo.
  • O aluno deve perceber que a ação humana, inclusive a dos governantes, é limitada por uma série de fatores. As opções são sempre limitadas. Entender história é, de certa forma, estabelecer uma relação entre fatos e possibilidades. Entre o que ocorreu e o que poderia ter ocorrido.
  • As explicações muito amarradas, onde os fatos estão rigorosamente dentro de uma lógica determinada, passam a impressão — ao nosso ver errônea — de que as coisas só poderiam ter ocorrido como ocorreram. Os fatores conjunturais e estruturais podem ser apresentados de uma forma que não deixa espaço para a intervenção dos seres humanos, de carne e osso, no rumo dos acontecimentos. A liberdade humana é eliminada da história. Os homens são transformados em simples joguetes das estruturas.
  • Na nossa experiência em sala de aula, podemos perceber como esta visão da história está mais arraigada em nós do que suspeitamos. Observações do aluno como: Mas por que eles não fizeram assim e assado geralmente são respondidas de forma a explicar ao aluno que a possibilidade aventada por ele não era possível. Não era mesmo?

Temas centrais:
  • Os primeiros 30 anos após a descoberta foram marcados pelo desinteresse português. A Coroa dedicava-se quase inteiramente ao comércio com as Índias. Além disso, havia escassez demográfica em Portugal, o que inviabilizava o processo colonizador em massa.
  • De 1500 a 1530, a economia brasileira girou em torno da exploração do pau-brasil. O primeiro arrendatário do negócio foi Fernão (ou Fernando) de Noronha. A forma de extração era predatória, por meio do escambo.
  • Após 1530, com o declínio do comércio com as Índias e a ameaça de estrangeiros no litoral, o monarca português — D. João I — decidiu-se pela colonização.
  • A primeira expedição colonizadora foi comandada por Martim Afonso de Sousa, que fundou a vila de São Vicente e o engenho de São Jorge dos Erasmos. Também explorou o litoral até o estuário do Prata.
  • Entretanto, a Coroa, em crise financeira, não teve condições de levar adiante o processo coloniza dor por si só, apelando para a iniciativa particular.
  • A organização econômica, política e social do Brasil foi realizada em função dos interesses, necessidades e decisões de Portugal. Os países colonizados em geral tiveram o mesmo destino.
  • A administração colonial organizou-se inicialmente por meio das capitanias hereditárias. Só duas tiveram êxito: São Vicente e Pernambuco.
  • O fracasso das capitanias ocorreu, entre outros fatores, devido à falta de recursos e ao desinteresse dos donatários. Tentando solucionar o problema, a Coroa portuguesa instituiu os governos-gerais. As capitanias continuavam existindo, mas centralizadas pelo governo-geral.
  • As câmaras municipais eram os núcleos onde se exercia verdadeiramente o poder no Brasil Colônia, até 1642. Posteriormente, Portugal criou o Conselho Ultramarino, centralizando rigidamente o poder. O direito de votar e ser votado cabia aos homens bons, grandes proprietários rurais.
  • A colonização ocorreu no período inicial do capitalismo, denominado capitalismo comercial. O colonialismo serviu para acelerar o processo de acumulação de capital.
  • A política econômica que orientou os principais países da época foi o mercantilismo. Uma das características do mercantilismo é a procura de uma balança comercial favorável.
  • As colônias ficavam obrigadas a comerciar apenas com as metrópoles. A essa exclusividade de comércio da colônia com a sua metrópole se deu o nome de pacto colonial.
Problematização:
  • Que função ou cargo atual se assemelha ao de capitão-donatário? Às vezes somos tentados a forçar algumas correspondências para facilitar o entendimento do aluno. Estas identificações são didáticas, mas podem provocar distorções, pois se perde a singularidade dos fenômenos históricos

Conceitos chaves:
  • O conceito que perpassa o capítulo é o de administração. Ele deve ser desenvolvido na sua relação com o conceito de poder. As capitanias hereditárias e o Governo Geral foram formas de organização administrativa e de distribuição do poder.
  • Comparações com as formas de poder e de administração atuais ajudarão o aluno a entender as do passado.

Esquema de aulas expositivas:
1. A expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza
• O Engenho do Governador
• A vila de São Vicente

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Sugira aos alunos que inventem uma história em quadrinhos retratando as dificuldades encontradas pelos donatários da maior parte das capitanias hereditárias, no início da colonização brasileira.
  • Proponha aos alunos que se dividam em dois grupos e redijam dois decretos de lei fictícios, com base nos que foram redigidos pelo rei dom João III, o primeiro decreto criou as capitanias hereditárias no Brasil; o segundo, emitido pouco tempo depois, substituiu este sistema pelo governo-geral. Justificar, em cada caso, os motivos das medidas adotadas.
  • Utilizando o texto do Telecurso: Política e Ocupação do território no Brasil Colonial, produzir uma mala-direta, conforme o modelo indicado. Depois, com cada uma das 11 partes do texto, produzir pequenos resumos e frases publicitários de uma suposta agência de viagens, vendendo pacotes de férias para o Brasil Colonial, utilizando a mala-direta. No centro da correspondência, produza um desenho colorido e comentado sobre o assunto. No verso indique o destinatário (os componentes do grupo), o remetente (o nome da agência), o local do selo, e no centro o cabeçalho. Material: 2 folhas de sulfite de 18x27, cortadas e coladas conforme desenho abaixo:             


Material de apoio:
·         Vídeos:
1.      Brasil – Colônia – Sociedade do Açúcar - 500 anos de história na TV - Gente Colonial - 15’32” – vídeo 10
                              Roteiro: _ O povoamento da terra:
                                                . a miscigenação:
                                                . a contribuição das mulheres índias:
                                            _ A atitude da Igreja:
                                            _ A vinda das portuguesas:
                                            _ A vida das mulheres nas famílias ricas:
                                            _ A educação das meninas:
                                            _ O casamento:
                                            _ O dia-a-dia:
                                            _ A família patriarcal:
                                            _ O relacionamento entre o fazendeiro e as escravas:
                                            _ A vida dos homens:
                                            _ O vestuário:
                                            _ A vida das mulheres pobres:

36 – A Idade Moderna: Brasil, a economia açucareira

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Indicar o papel de construtor da submissão indígena desempenhado pela Igreja católica.
  • Dar as principais características da ocupação econômica do espaço brasileiro durante o século XVI.
  • A compreensão deste assunto exige que o professor retome, em linhas gerais, a exigência e as dificuldades de Portugal colonizar o Brasil no século XVI. Centrando-se na análise das medidas administrativas da Coroa portuguesa na colonização do Brasil; Capitanias Hereditárias, Governo Geral, Neste, analisam-se as condições de implantação da economia açucareira.
  • O aluno deve perceber que o açúcar moldou a sociedade nordestina e a economia colonial. latifúndio, escravidão, monocultura exportadora formavam o tripé dessa economia. A agricultura voltada para o consumo interno e a pecuária eram atividades subsidiárias ao engenho.

Temas centrais:
  • A colonização inicial do Brasil foi realizada em torno do cultivo de cana-de-açúcar. Vários fatores contribuíram para a escolha desse produto: a experiência anterior nas ilhas do Atlântico, as condições geográficas favoráveis (clima quente e úmido e solo de massapé) e a grande procura do produto no mercado europeu.
  • Os problemas que dificultavam a introdução da cana no Brasil foram resolvidos pelos holandeses. Investimento, transporte, refinação e distribuição ficaram por conta dos comerciantes flamengos (holandeses).
  • Nessa transação, Portugal ganhava, além dos impostos resultantes do pacto colonial, a garantia pela posse das terras.
  • A montagem da produção açucareira ocorreu nos moldes do sistema de plantation: monocultura, latifúndio, mão-de-obra escrava, com o objetivo único de exportar.
  • A unidade de produção era o engenho, que, em termos gerais, compunha-se de casa-grande, senzala, capela e moenda.
  • As principais atividades complementares eram a mandioca (para subsistência), a pecuária (para subsistência, tração e transporte), o tabaco (para exportação) e o algodão (inicialmente para as necessidades internas e, a partir do século XVIII, para exportação).
  • Formaram-se no Brasil duas classes antagônicas: o negro escravo e o senhor do engenho. Essa contradição não era acidental: obedecia ao espírito do capitalismo comercial, isto é, obter o máximo de lucro como mínimo de gastos.
  • A sociedade colonial no Brasil pode ser definida como patriarcal, escravista e aristocrática.

Problematização:
  • Como se produz açúcar atualmente? Que tipo de mão-de-obra se utiliza?
  • Observar que se usa o trabalho do bóia-fria. As condições de vida desses trabalhadores mostra que a modernização da economia açucareira não chegou às relações de trabalho.

Conceitos chaves:
  • O conceito que articula a unidade é o de produção colonial. Ele pode ter um sentido restrito, referindo-se apenas à economia, ou abrangente, englobando todos os níveis da realidade colonial. No último sentido ele equivaleria ao conceito de modo de produção. Haveria um modo de produção especificamente colonial?

Esquema de aulas expositivas:
1. O ciclo econômico
• Conceito
• O pau-brasil
• A escolha do açúcar

2. A estrutura de produção açucareira
• O latifúndio
• A monocultura
• A escravidão
• A casa-grande - senzala - capela
• O engenho

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Construir uma maquete representando um engenho colonial.
2. Descobrir quais tipos de atividades extrativas são desenvolvidas na sua cidade ou no seu estado. Aqui é possível realizar uma atividade interdisciplinar com a Geografia, contando com a ajuda do professor desta área.
3. Construir cartazes demonstrando os produtos que eram cultivados junto com a cana-de-açúcar na época colonial.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Colônia – Sociedade do Açúcar - 500 anos de história na TV - Cana de mel, preço de fel - 13’04” – vídeo 10
                        Roteiro: _ Distribuição das terras:
                        _ Principal produto e mão de obra:
                        _ Localização:
                        _ Utilização dos animais:
                        _ Problemas do preço dos produtos e sua solução:
                        _ A compra dos escravos:
                        _ O comércio de escravos entre a África e o Brasil:
                        _ O valor do açúcar:
                        _ Locais de onde vinham os escravos:
                        _ A fabricação do açúcar:
                        _ O trabalho dos escravos e os castigos:

  • Textos:
    1. Sociedade do açúcar – Charges do livro História do Brasil para Principiantes – 17 cópias – arquivo caixa 004

37 – A Idade Moderna: Brasil, a mão-de-obra açucareira – a escravidão

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Relacionar a expansão comercial portuguesa com a implantação da escravidão negra no Brasil e com a destruição de inúmeras sociedades no continente africano.
  • A importância de se entender o nosso passado escravista tem uma dimensão maior do que um simples conhecimento histórico. Se reveste de um profundo sentido para a formação ética do educando. Uma sociedade escravista nega todos os valores da sociedade contemporânea: igualdade, liberdade, dignidade do trabalho, direitos humanos, repúdio à tortura ou a qualquer outro tipo de violência contra as pessoas.
  • O professor pode retomar aqui o que já foi visto: a superioridade e a inferioridade cultural. Os europeus se consideravam superiores aos povos da América e da África e isto servia de justificativa para a escravidão. Pretensa superioridade cultural e racial, mais ambição por riquezas, resultaram na escravidão.

Problematização:
  • Perguntar aos alunos o que eles entendem por escravo. O que caracteriza essa categoria? Sempre foi assim?
  • Qual a relação entre escravidão e direitos humanos?
  • Analisar letras de música que abordem questão étnica (exemplos: rap; “A mão da limpeza’ de Gilberto Gil, disco Raça humana, WEA, 1984, etc.)”.
  • Importante discutir noções de cidadania e ética.
  • Levar alguém da comunidade para dar depoimento sobre preconceito/tradições negras africanas.
  • Recuperar hábitos alimentares, ritmos musicais, etc., divulgados por meio de publicações, publicidade, rádio ou tevê, ligados à herança dos negros escravizados.
  • Fazer o contraponto com os negros americanos. Se julgar interessante, o professor pode pro por uma exposição em sala de aula com a memória das famílias de descendentes de negros.
  • Excelente oportunidade para discutir pluralidade cultural do Brasil, especialmente, e no mundo.
  • Sugerir aos alunos que tragam CDs e letras de músicas de grupos de rap, que falem dos problemas da periferia das grandes cidades. É possível fazer ligação com os rappers norte-americanos e levantar que lá também houve escravidão negra. Sugerir aos alunos que pesquisem publicações e reportagens sobre negros (revista Raça por exemplo). Bom momento para discutir o tema transversal de trabalho e consumidor.
  • Muitos afirmam que o racismo é fruto da escravidão. Então, como explicar a sua persistência após mais de um século da abolição? Quais são os fatores que continuam a realimentá-lo?
  • Nós somos livres? O que significa ser livre? Nós fazemos só o que queremos? Não obedecemos ordens, cumprimos horários e nos submetemos a regras? Liberdade não é fazer o que quiser e sim ter capacidade de optar, de traçar os rumos da nossa vida. Ter vontade própria. Para entender a escravidão temos que entender a liberdade.

Conceitos chaves:
  • O conceito de escravidão é o mais apropriado para ser desenvolvido nesta unidade. Ele é mais complicado de definir do que pode parecer à primeira vista. A noção que o aluno precisa absorver para se aproximar do conceito de escravidão é o de coisa.  Na escravidão, tenta-se transformar o individuo em objeto, ou seja, a ele é negado o direito de escolha, o papel de sujeito. Retira-se dele a humanidade.

Esquema de aulas expositivas:
A formação Étnica do Brasil
1. A composição e miscigenação
• Os mulatos
• O caboclo ou mameluco
• O cafuzo

2. O índio submetido
• A organização indígena na época colonial
• Estrutura social e cultural indígena
• As contribuições indígenas

3. Os jesuítas e as missões
• O papel dos jesuítas

4. O branco colonizador
• O papel do português
• As origens dos colonizadores

5. O negro escravizado
• De onde vinham
• Como vinham
• Como viviam

6. O Quilombo de Palmares
• A revolta negra
• As lutas e a destruição de Palmares

7. Contribuições africanas

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Trabalho em grupo: Os alunos são divididos em três grupos, o indígena, o africano e o português. Cada grupo deverá trazer para a semana seguinte pratos da culinária típica do seu grupo, o qual será servido aos demais grupos, devidamente vestidos com a indumentária do respectivo grupo.
  • Convidar alguém da comunidade negra para falar sobre a condição de vida dos negros no Brasil, ontem e hoje. Tema principal: a discriminação.
  • Fazer uso de filmes e peças teatrais para discutir a temática racista no Brasil.
  • Utilizando o texto do Telecurso: A luta dos escravos, produzir uma revista de jogos com 5 tipos diferentes, um para cada item.
- 1º item: Introdução – Jogo: Cruzadinha, com a palavra Escravidão na vertical e 10 perguntas na horizontal.
- 2º item: As fugas dos escravos – Jogo: Labirinto com uma trilha para levar um escravo fugitivo para o quilombo. No caminho, indique 3 pontos que facilitem (sonho de liberdade, manter a cultura, e união entre eles) e 4 pontos que dificultem a sua fuga (imprensa, recompensas, desconhecimento da terra, e os capitães-do-mato).
- 3º item: Comunidade escrava e alforrias – Jogo: Caça-palavras com 10 perguntas, onde as respostas sejam palavras escondidas.
- 4º item: Os quilombos e as cidades – Jogo dos Sete Erros com um desenho e sete detalhes fora do contexto, mas não absurdos.
- 5º item: As revoltas dos escravos – Loteria Histórica com 8 perguntas e 3 alternativas. Sendo que algumas perguntas deverão ter uma única resposta correta (colunas A ou B) e outras admitir as 2 respostas (coluna do meio).
OBS: a revista deverá ter uma capa com título e desenho, contra-capa com cabeçalho, introdução apresentando o trabalho, jogos, folha de respostas com estas de cabeça para baixo, e conclusão explicando o que entendeu do assunto.
  • Monografia – O cotidiano da Escravidão no Brasil
     O tema poderá ser aprofundado com esta atividade desenvolvida em equipes e considerando as seguintes sugestões.
1. Definir os aspectos que deverão ser privilegiados na pesquisa;
2. Selecionar fontes bibliográficas disponíveis, que poderão ser consultadas
pelos alunos para pesquisar textos e imagens
3. Selecionar se houver possibilidade, documentos em jornais antigos, em bibliotecas ou casas da memória, fatos,  anúncios, notícias, todos são fontes importantes para analisar o tema;
4. incluir pesquisa na localidade para levantar informações sobre a existência de locais de práticas de escravidão.

Material de Apoio:
  • Filmes:
    1. Escravidão - Quilombo - Em meados do século XVII, escravos fugidos das plantações canavieiras do Nordeste, organizam uma república livre, o Quilombo dos Palmares. O quilombo sobreviveu por mais de 70 anos, até a destruição final.
    2. Escravidão nos EUA - Amistad - O filme de Spielberg retrata o julgamento de 53 negros nos Estados Unidos, que na tentativa de fugir para África, matam a maior parte da tripulação do navio negreiro La Amistad em 1839.
  • Vídeos:
    1. Brasil – Colônia - Formação do Povo Brasileiro - 500 anos de história na TV - Dos grilhões ao quilombo - 14’50 “– vídeo 10”.
    2. Brasil – Colônia – Formação do Povo Brasileiro - 500 anos de história na TV - Gente Colonial - 15’32 “– vídeo 10”.
    3. Brasil – Colônia – Formação do Povo Brasileiro - Atlântico Negro – Na rota dos orixás – 53’59 “– vídeo 17”.
    4. Brasil – Colônia – Formação do Povo Brasileiro – Civilizações amazônicas – As civilizações extintas – 45’24 “– vídeo 16”.
    5. Brasil – Colônia - Formação do Povo Brasileiro - Mestiçar - 52'00 “- vídeo 04”.
    6. Brasil – Colônia – Formação do Povo Brasileiro – O negro - 25'13 “– vídeo 05”.
    7. Brasil – Colônia – Formação do Povo Brasileiro - Povo Guarani - A paisagem e o sagrado – 26’02 “– vídeo 17”.
    8. Brasil – Colônia - Sociedade do Açúcar - 500 anos de história na TV - Dos grilhões ao quilombo - 14’50 “– vídeo 10”.
Roteiro:
                        _ A saudade da África:
                        _ A culinária africana:
                        _ A proibição da cultura africana:
                        _ A religião africana:
                        _ A discriminação contra a língua africana:
                        _ Os castigos:
                        _ As revoltas dos escravos:
                        _ O quilombo de Palmares:
                            . localização:
                            . costumes:
                            . organização política:
                            . economia:
                            . as expedições contra Palmares:
                            . Zumbi:
                            . Domingos Jorge Velho:

38 – Idade Moderna: Brasil, a sociedade açucareira

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar a estrutura política do Brasil colônia enfatizando o poder local do senhor de engenho.
  • Mostrar o mecanismo de dominação e transferência de riquezas utilizado pelo Estado português no Brasil.
  • A unidade procura mostrar que a sociedade escravista colonial não era composta apenas de senhores e escravos. Encontramos nela uma variedade de “homens livres” dependentes, uns mais e outros menos, dos grandes senhores de terras e escravos.
  • O aluno poderá observar que estes “homens livres” tinham funções importantes na ordem escravista: fornecedores de produtos, técnicos na produção do açúcar, vigilância e repressão...
  • A unidade caracteriza ainda a sociedade patriarcal nordestina moldada no mundo do engenho.
  • Embora seja uma difícil tarefa didática, buscou-se relacionar essa sociedade com o aparato político-administrativo português na colônia. O que se pretendeu foi mostrar ao aluno uma hierarquia de poder nascida na própria estrutura de produção (que tinha no ápice da pirâmide os senhores de engenho) e outra hierarquia decorrente da situação de colônia (que tinha no ápice os altos funcionários da Coroa).
  • Exatamente por serem de natureza diferentes, estes dois poderes nem sempre se harmonizavam (questão da escravização indígena, impostos, imposições comerciais...).
  • Temos, então, dois níveis de contradição: o interno, determinado pelas relações sociais; e o externo, determinado pela dominação colonial portuguesa.

Problematização:
  • Os senhores de engenho constituíam a elite da sociedade colonial. Na sociedade brasileira atual, quem seria a elite?
  • O aluno terá dificuldade de responder e isto possibilitará ao professor mostrar que a nossa sociedade é muito mais complexa do que a sociedade colonial. Existe maior diversidade de posições, papéis e funções. As fontes de prestígio e poder são muito mais variadas (ver, por exemplo, um astro da música popular, do cinema ou do esporte). É possível estabelecer diferentes tipos de hierarquia; podem estar ligados ao dinheiro, ao poder político, às funções, ao saber..,

Conceitos chaves:
  • É possível trabalhar com proveito o conceito de elite. Uma relação interessante, se os alunos mostrarem condições de assimilar, é a entre elite e classe. A elite sempre pertence à classe dominante?

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Representação de papéis: Dividir a sala em grupos, cada grupo representará um papel da Sociedade do Açúcar (retirar os personagens dos filmes da série Brasil Colônia na TV: Gente Colonial, Cana de Mel e Preço de Fel).

39 – A Idade Moderna: Brasil, as invasões estrangeiras

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar as características básicas da política econômica das potências européias da Idade Moderna (mercantilismo). Exemplificar a rivalidade política e econômica dos Estados europeus, através da invasão holandesa no Brasil
  • O mercantilismo dos Estados europeus se desdobrava no choque político entre eles. A guerra era o desfecho da disputa por mercados, colônias, rotas de comércio. É interessante observar como a acumulação vai se tornando, na Idade Moderna, uma razão de Estado. A Holanda é um caso típico dessa relação: as Companhias de Comércio se confundem com o próprio Estado holandês.
  • As “invasões estrangeiras” no Brasil são episódios da disputa entre as potências européias no quadro da economia mercantilista.
  • Saques, pirataria, tráfico de escravos são “formas primitivas de acumulação de capital”. Em Marx, o termo primitivo tem o sentido de primeiro, mas também de bruto, selvagem, cru. “Se o dinheiro já vem ao mundo com uma das faces manchadas de sangue, o dinheiro acumulado na fase mercantilista jorra sangue por todos os poros.”
  • É importante mostrar a mudança de comportamento dos fazendeiros em relação aos invasores. Sucederam-se a resistência, a cordialidade e finalmente a hostilidade, Calabar, traidor ou não, já se tornou uma discussão por demais trivial. Mas existe uma obra muito interessante (Rubro Veio - Memória da Insurreição Pernambucana, de Mello Franco, Editora Paz e Terra) que analisa as mudanças ocorridas na memória nacional em relação ao movimento de expulsão dos holandeses. Primeiro ela ficou registrada como uma prova de fidelidade ao rei de Portugal e, por extensão, à fé católica. Isto logicamente podia render favores da Coroa portuguesa aos possíveis protagonistas de tão brilhante feito. Mais tarde, nos tempos já de luta pela independência ou posterior a ela, a Insurreição Pernambucana foi apresentada como uma prova de amor à terra, um precoce sentimento patriótico.
  • Embora os alunos ainda não estejam maduros para este tipo de análise, é interessante, no nível mais factual, trabalhar com estas aparentes contradições no comportamento dos atores históricos. A forma de registrar os acontecimentos do passado revela interesses do presente.

Temas centrais:
  • As invasões estrangeiras no Brasil devem ser vistas como fruto das disputas travadas entre as grandes potências européias.
  • Os franceses invadiram primeiramente o Rio de Janeiro, onde em 1555 pretenderam fundar a França Antártica; depois espalharam-se pelo litoral nordestino, chegando ao Maranhão, onde ten taram fundar a França Equinocial. Em 1615 foram definitivamente expulsos.
  • Em 1580, a Espanha incorporava Portugal, criando a união das Coroas ibéricas. A Holanda, que lutava por sua independência contra a Espanha, viu-se privada do comércio do açúcar com o Brasil. Para recuperá-lo, resolveu instalar-se aqui. A primeira tentativa, fracassada, foi em Salvador (1624-5). Em 1630, os holandeses atacaram Pernambuco, onde permaneceram por mais de 20 anos, Os pernambucanos centralizaram a resistência no arraial do Bom Jesus, rendendo-se cinco anos depois.
  • O governo de Maurício de Nassau deu bons resultados para Pernambuco. No entanto, com a restauração do trono português, a Companhia das Índias Ocidentais aumentou a exploração, provocando a Insurreição Pernambucana (1645-54).
  • Expulsos do Nordeste, os holandeses transferiram a produção e o comércio açucareiro para as Antilhas. Não agüentando a concorrência, os engenhos brasileiros entraram em decadência.

Problematização:
  • Por que os países guerreiam entre si. As guerras têm sempre motivos parecidos? Hoje seria possível ocorrer uma cujo motivo principal fosse o açúcar? E o petróleo?

Conceitos chaves:
  • A unidade permite desenvolver um conceito essencial na compreensão do sistema colonial e da política européia da Idade Moderna: o de mercantilismo.

Esquema de aulas expositivas:
1. As razões das invasões

2. As invasões francesas
• A França Antártica - Rio de Janeiro
• Franceses no Nordeste
• A França Equinocial - Maranhão
• A invasão do Rio de Janeiro -1710-1711

3. As invasões holandesas
• Situação da Holanda e ligações em Portugal e Brasil
• O domínio espanhol
• O ataque à Bahia
• A invasão de Pernambuco a resistência local
- ocaso Calabar
- o governo de Nassau

4. A Insurreição Pernambucana
• As razões
• A guerra e a derrota holandesa

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Proposta de pesquisa: Ainda existe pirataria hoje?
2. Fazer um mural que indique os produtos alvos da pirataria antiga e da atualidade.
3. Se você estiver numa das regiões dos ataques franceses e holandeses, proponha um levantamento de suas realizações e dos confrontos.

Material de apoio:
  • Vídeos:
    1. Brasil – Colônia - Sociedade do Açúcar - 500 anos de história na TV - Na companhia dos holandeses - 14’44” – vídeo 10
Roteiro:
                        _ Papel dos holandeses ou flamengos no comércio do açúcar:
                        _ Causa da invasão dos holandeses no Brasil:
                        _ A fundação da Cia das Índias Ocidentais:
                        _ A invasão da Bahia:
                        _ A invasão de Pernambuco:
                        _ As lutas entre portugueses e holandeses e a ação de Calabar:
                        _ Conquistas holandesas:
                        _ O governo de Maurício de Nassau:
                           . na religião:
                           . na economia:
                           . em Recife:
                           . nas ciências e nas artes:
                           . conquistas de Nassau:
                        _ O fim do governo de Nassau:
                        _ A reação dos brasileiros:
                        _ A Batalha dos Guararapes:
                        _ O acordo entre Portugal e a Espanha:

40 – A Idade Moderna: Brasil, a formação do território

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar a importância da descoberta do ouro para a economia portuguesa no século XVIII.
  • A unidade relaciona a descoberta do ouro com a crise das finanças portuguesas e a decadência da economia nordestina, Se, obviamente, o desejo português por riquezas minerais vem desde Cabral, as condições para a sua descoberta e exploração só se efetivaram na segunda metade do século XVII. Quais foram os fatores históricos que determinaram a implantação da economia mineradora na passagem do século XVII para o XVIII no Brasil? Esta é a questão central da unidade. Entre esses fatores, além dos citados acima, podem ser apontados desde a existência de figuras tão impressionantes como as dos bandeirantes, como os rebanhos bovinos na campanha gaúcha.

Temas centrais:
  • Até o final do século XVI, apenas as áreas litorâneas estavam povoadas. A cana-de-açúcar foi a responsável pelo povoamento inicial.
  • O sertão nordestino foi ocupado em função da expansão da pecuária. O gado foi a única atividade desse período voltada para o mercado interno.
  • O litoral norte foi conquistado e ocupado por expedições que pretendiam expulsar estrangeiros, principalmente franceses. As fortificações fundadas nessa época originaram as principais cidades do litoral setentrional.
  • O Pará e o vale do Amazonas foram desbravados e ocupados durante a luta contra contrabandistas estrangeiros e a extração das drogas do sertão.
  • A divisa formalizada pelo tratado de Tordesilhas foi ultrapassada e os territórios, povoados pelas entradas e bandeiras. Ambas foram expedições que percorreram o interior à procura de riquezas minerais e índios para escravizar.
  • A expansão bandeirante caracterizou-se por ciclos (períodos), em função da atividade ou produto que a motivou em determinados momentos. Foram quatro os principais ciclos: ciclo do ouro de lavagem — que pouco se afastou do litoral —, ciclo da caça ao índio — o que mais expandiu as fronteiras—, ciclo do sertanismo de contrato e ciclo do ouro e diamante.
  • A fundação da Colônia de Sacramento em 1630 respondia aos interesses de Portugal e Inglaterra. Portugal pretendia garantir o comércio de couro e sebo, além da conquista de um ponto estratégico na foz do Prata. A Inglaterra, por sua vez, ganhava um posto avançado para contrabandear o ouro espanhol vindo de Potosí.
  • Vários tratados foram celebrados para resolver os conflitos luso-espanhóis na região.
  • O tratado mais importante foi o de Madri (1750), por meio do qual Portugal ficava com os Sete Povos das Missões e a Espanha, com a Colônia do Sacramento, O contorno atual de nossas fronteiras sofreu poucas alterações em relação às definidas por esse tratado.
  • A principal conseqüência da fundação da Colônia do Sacramento foi a ocupação e o povoamento da região Sul do Brasil.
  • O Brasil continuava, de modo geral, produzindo no sistema de plantation, baseado no trabalho escravo.

Problematização:
  • O ouro que se explora hoje na região amazônica já se encontrava lá na época colonial. Por que não foi encontrado e explorado?

Conceitos chaves:
  • A unidade deverá apresentar a figura do bandeirante da maneira mais objetiva possível. E  fugir de discussões tipo ‘herói ou bandido “. A discussão da figura do bandeirante é pertinente quando colocada nos seus devidos termos. Do contrário ela pode dar visões muito distorcidas. Pode acabar na procura dos mocinhos e dos bandidos da história. Como a figura do bandeirante foi idealizada? Qual o papel ideológico dessa idealização? Que tipo de visão histórica está por trás dessa transformação dos bandeirantes em heróis? São questões que convidam à objetividade. Se os bandeirantes não foram heróis, e isto depende muito do que isto significa, muito provavelmente não foram também bandidos no sentido que hoje se dá ao termo”.
  • Dessa forma, com os devidos cuidados, o conceito de herói pode ser trabalhado a partir do exemplo dos bandeirantes.

Esquema de aulas expositivas:

A Expansão Territorial Brasileira

1. A conquista do Nordeste e do Amazonas
• A criação de gado
• As expedições militares
• As “drogas do sertão”

2. A interiorização bandeirante
• Bandeiras e entradas
• Bandeiras de caça ao índio
• Bandeiras de contrato
• Bandeiras de busca ao ouro e diamantes

3. A conquista do Sul
• A colônia de Sacramento
• As estâncias

4. Os tratados de limites
• O Tratado de Madri (uti possidetis)
• A Guerra Guaranítica
• O Tratado de Santo Ildefonso
• O Tratado de Badajós

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Montar com os alunos uma encenação representando uma bandeira de contrato ou de apresamento indígena. Fornecer as diretrizes (quantos membros, forma de organização, interesses de ambos os lados, etc.) e estimular a iniciativa e imaginação dos alunos.
2. Dividir a sala em grupos e propor o seguinte trabalho: história em quadrinhos sobre uma expedição bandeirante.
3. Levantar o povoamento inicial da cidade, buscando as motivações econômicas, sociais, políticas e os custos psicológicos e humanos do empreendimento. Propor aos alunos que façam entrevistas com seus familiares mais velhos sobre seus ancestrais que vieram para a cidade. O procedimento poderá contar com fitas cassetes, blocos de notas, a partir de um questionário previamente elaborado em sala, destacando as perguntas mais importantes a serem feitas.
4. Os bandeirantes paulistas mataram e escraviza ram milhares de índios, além dos negros refugia dos no quilombo dos Palmares. No entanto, mui tos livros de história do Brasil tratam esses paulistas como heróis nacionais.
Reunidos em grupos, os alunos podem pesquisar o assunto em dois ou mais livros de história do Brasil, Sugira que leiam os capítulos referentes aos bandeirantes e analisem a abordagem de cada livro sobre estes personagens.
5. Utilizando o texto do Telecurso, Cultura no Brasil Colonial, produza:
  • para cada um dos 26 parágrafos produza um desenho colorido e explicado,
  • para cada item, uma atividade de sua livre escolha, exceto desenhos,
  • uma capa com desenho e título originais, cabeçalho na contra-capa, introdução apresentando o trabalho e uma conclusão sobre o que entendeu sobre o assunto.
  • OBS:  Será avaliada a criatividade na escolha das atividades da parte 2.

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Expansão Territorial Brasileira - Brava Gente Brasileira - A ficção passa-se no atual Mato Grosso do Sul, quando no final do século XVIII, um grupo de portugueses designados para fazer um levantamento topográfico na região do Pantanal se envolve com estupro de índias.
    2. Expansão Territorial Brasileira ("Guerra Guaranítica" na região de Sete Povos das Missões) - A MISSÃO - O filme retrata a "Guerra Guaranítica" na região de Sete Povos das Missões, no final do século XVIII, época dos tratados de fronteiras assinados entre Portugal e Espanha.
  • Vídeos:
    1. Brasil – Colônia – Expansão Territorial - 500 anos de história na TV - A conquista da terra e da gente - 14’50 “– vídeo 10”.
Roteiro:
                  _ Habitantes do Brasil antes da chegada dos portugueses:
                  _ A Reforma Protestante e a Contra-Reforma:
                  _ A Companhia de Jesus:
                  _ A ação dos jesuítas no Brasil:
                  _ Objetivo dos jesuítas em relação aos índios:
                  _ Objetivo dos colonos em relação aos índios:
                  _ As guerras contra os índios:
                  _ As aldeias jesuítas:
                  _ O preconceito dos portugueses em relação aos índios:
                  _ A Confederação dos Tamoios:
                  _ As missões:
                  _ Os bandeirantes:
                  _ Os ataques às missões:
                  _ O sucesso das missões:
                  _ O Tratado de Madri:
                  _ Sepé-Tiarajú:
                  _ O fim das missões:

    1. Brasil – Colônia – Expansão Territorial - 500 anos de história na TV - Entre a fé e a espada - 14’56 “– vídeo 10”.
Roteiro:
                  _ Diferenças entre a Amazônia e o resto do Brasil:
                  _ O jeito de viver das populações amazônicas:
                  _ As lendas da Amazônia e suas previsões:
                  _ O primeiro encontro entre os índios e os portugueses:
                  _ As missões amazônicas:
                  _ Principais produtos extraídos da floresta:
                  _ O comércio entre os nativos e os portugueses:
                  _ As doenças:
                  _ A escravização:
                  _ A ação do padre Antônio Vieira:
                  _ As guerras “justas”:
                  _ O descimento:
                  _ Ajuricaba e os manaus:
                  _ Os muras:

    1. Brasil – Colônia – Expansão Territorial – Povo Guarani - A paisagem e o sagrado – 26’02 “– vídeo 17”.

    1. Brasil – Colônia - História do Brasil por Boris Fausto – Colônia – 28’00” – vídeo 18

41 – A Idade Moderna – Brasil: O ciclo do ouro

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar as transformações sociais, econômicas, políticas e culturais advindas do desenvolvimento da economia mineradora.
  • O que a mineração representou em termos de mudanças econômicas, sociais, políticas, demográficas e culturais para o Brasil? Esta é a questão central da unidade. A sociedade brasileira ficou mais complexa, ganhou mais identidade. As economias regionais se articularam através da dinamização do comércio interno. Surgiram manifestações artísticas com cores locais. Ao lado do ruralismo tradicional, brotaram núcleos urbanos: centros de efervescência política e cultural,
  • Se por um lado a dominação portuguesa tomou-se mais opressora, a capacidade de reação dos brasileiros a ela tornou-se mais efetiva.
  • Do início do século XVI ao início do século XIX, há uma continuidade do sistema colonial. Todavia, quantas mudanças ocorreram na sociedade brasileira neste período. Temos algo de fundamental que permanece ao longo destes séculos (o que justifica a periodização clássica: Colônia, Império e República), mas ao mesmo tempo se transforma. Muito do estudo da história consiste na análise das permanências e das mudanças. Ou, para usar outra terminologia, continuidade e rupturas

Temas centrais:
  • Com o colapso da lavoura canavieira, Portugal voltou a se empenhar em descobrir ouro no Brasil. Na última década do século XVIII, Rodrigues Arzão encontrou ouro em Minas Gerais. No início do século XVIII, o precioso metal era encontrado em Goiás e Mato Grosso.
  • O ouro brasileiro melhorou a situação da metrópole, mas não solucionou seus problemas financeiros. O tratado de Methuen (1703) tornou a economia lusitana completamente dependente da Inglaterra.
  • O controle da mineração era rigidamente mantido pela metrópole. O principal imposto cobrado era o quinto; posteriormente, a Coroa criou a capitação. Para evitar o contrabando, foram instituídas as casas de fundição. E, finalmente, utilizou-se a derrama.
  • Na primeira década do século XVIII foram descobertos diamantes no vale do Jequitinhonha. O marquês de Pombal decretou o monopólio régio sobre a exploração diamantífera.
  • Áreas coloniais habitadas perderam população com a migração para as zonas auríferas. Portugal também sofreu do mesmo problema, especialmente o Sul do país.
  • Novos grupos sociais surgiram, forjando uma flexibilidade social maior, O escravo negro, no entanto, enfrentava piores condições de trabalho nas minas, se comparadas às das áreas açucareiras. Entretanto, em algumas ocasiões conseguia comprar sua liberdade — a alforria.
  • A área mineradora gerou um mercado interno que passou a ser abastecido por lavouras em seu redor (Baixada Fluminense, vale do Paraíba, São Paulo e Sul de Minas).
  • A escravidão foi combatida por várias modalidades de resistência e, entre elas, a principal foi a formação de quilombos. O maior e mais importante quilombo foi o de Palmares, chegando a agregar cerca de 20 mil negros. Manteve-se por quase um século.
  • A decadência da mineração foi seguida por um renascimento agrícola, no qual os principais pro dutos foram o algodão, o tabaco e a cana-de-açúcar.

Problematização:
  • Observe-se um mapa de distribuição da população pelo território brasileiro. Por que ela é tão desigual? Quais as regiões que estão perdendo população? Quais estão ganhando? Por que as pessoas se deslocam de um lugar para outro?
  • Perguntar aos alunos se conhecem alguma “simpatia’ Tentar, junto com eles, recuperar as origens delas”.
  • Perguntar aos alunos quais os doces de que mais gostam. Solicitar que tragam receitas de família. Procurar descobrir qual a origem delas.
  • Perguntar aos alunos: Que impressões têm da própria cidade? Como a cidade interfere na vida deles? Gostariam de viver em outra cidade?
  • Levar o CD Os saltimbancos e ouvir “Cidade ideal”. Ouvir também outra música relativa à cidade em que estão ou alguma que seja significativa para o local. Exemplos: “Sampa’ para São Paulo;” Cidade maravilhosa’; para o Rio de Janeiro, etc.
  • Pode-se ouvir, também, a canção “Sinal fechado’; de Paulinho da Viola, para discutir o ritmo de vida das cidades”.
  • Discutir a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico das cidades.
  • Explorar o que é o estilo barroco: quais suas características (na Europa e no Brasil), suas origens, suas maiores expressões na arquitetura, na escultura, na pintura. (Seria conveniente que o professor levasse imagens, vídeos, cromos, etc, para a sala.)
  • Ler trechos de Marília de Dirceu, de Tomás António Gonzaga, ou outras obras dos poetas árcades, fazendo associação com a Inconfidência Mineira.

Conceitos chaves:
·       A mineração provocou uma modernização da sociedade brasileira. Concretamente, o que significou isto?

Esquema de aulas expositivas:

O Ciclo da Mineração

1. As transformações econômicas
• O novo eixo econômico e a transferência da capital

2. As transformações socioculturais
• A nova estrutura social
• Os destaques intelectuais e artísticos

3. Exploração e administração mineradora
• O quinto
• As Casas de Fundição
• A derrama
• O Arraial do Tijuco
4. A decadência da mineração
• O esgotamento das jazidas
• A situação de Portugal e a dependência para com a Inglaterra
  - O Tratado de Methuen
• A exploração lusa e os choques com os colonos

Sugestões de atividades e avaliações:
1. Motivar os alunos a fazer uma pesquisa sobre as condições de trabalho em seu bairro (ou dentro da escola, dos quarteirões vizinhos), cidade ou região. Levantar quais os trabalhos, as condições no trabalho, as horas trabalhadas, a alimentação, habitação e ganhos. Ao final da pesquisa, relacionar com a época da mineração.
2. Havendo condições, trazer líderes sindicais para falar sobre as suas atividades e as condições de trabalho na região.
3. Apresentar a música e poema de Chico Buarque de Holanda “Construção” para discutir a questão dos trabalhadores em sua cidade ou região.
4. Fazer trabalho com cartazes sobre as condições de alimentação dos trabalhadores na cidade (ou região), depois de uma pesquisa sobre o assunto.

Material de apoio:
  • Filmes:
    1. Sociedade do Ouro - Xica da Silva - Na segunda metade do século XVIII, uma escrava negra se torna o centro das atenções no distrito diamantino, onde estão as minas mais ricas do país.
  • Vídeos:
    1. Brasil – Colônia – Sociedade do Ouro - 500 anos de história na TV - Fausto e a pobreza das minas - 13’20” – vídeo 10
    2. Brasil – Colônia – Sociedade do Ouro - Século 18: a colônia dourada - 19’34” – vídeo 14

42 – A Idade Moderna – O Iluminismo

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar o Iluminismo como um conjunto de idéias que combatia o absolutismo, a Igreja e a tradição e apontava caminhos para a construção de uma nova ordem.
  • O aluno teve oportunidade de ver que o surgimento do mundo do comércio e da burguesia vieram acompanhados de novas idéias, uma nova arte, novas concepções sobre o homem e o mundo. Observamos que as mudanças de mentalidade são lentas, seculares... Os princípios sobre os quais se assentavam o Antigo Regime ainda eram de inspiração medieval: sacralidade do poder, privilégios de nascimento, imbricação entre o Estado e a Igreja (tanto a Católica como as reformadas). O Iluminismo representou uma ruptura intelectual com tudo isso.           
  • As raízes mais remotas do Iluminismo como já observamos, estão no humanismo renascentista. Só que nesta época a burguesia ainda era pouco numerosa. Não tinha
            um projeto claro e viável de sociedade. O Renascimento foi um fenômeno que
            atingiu um número relativamente pequeno de pessoas.                                                                              
  • O Iluminismo é um fenômeno do século XVIII. A burguesia já é uma classe numerosa. A economia está nas suas mãos. O Estado monárquico absoluto, que inicialmente foi um fator fundamental da acumulação capitalista, tornou-se um entrave para ela.
  • A burguesia ambicionava o poder político e os pensadores iluministas forneceram o projeto de sociedade, historicamente viável naquele momento, adequado às pretensões burguesas.
  • O projeto iluminista foi vitorioso. A sociedade atual é, na sua essência, resultado dessa vitória. Mais do que derrubar reis, as idéias iluministas ajudaram a fundar uma nova sociedade.
  • Todavia, as coisas são sempre mais complicadas do que parecem. Rigorosamente, as idéias não provocaram as mudanças, se assim entendemos unia relação de causa e efeito numa sucessão temporal. Seria o mesmo que perguntar o que veio antes, a burguesia ou as suas idéias? Diríamos que ambas se constituíram simultaneamente.
  • O importante é o aluno não ver a História como uma sucessão linear de acontecimentos que se encadeiam em elos de causalidade simples e direta, mas como um processo. Fácil de dizer e difícil de entender,

Problematização:
  • Ainda existem reis? Eles são poderosos? Mandam nos seus países? Quais são as diferenças entre um rei e um presidente da República? Quais argumentos podem ser usados em favor da monarquia? E em favor da república?

Conceitos chaves:
  • O conceito que pode ser desenvolvido a partir da problematização é o de legitimidade. O que torna um poder legítimo? Lembrar que todo poder se mantém a através da combinação complexa de coerção e consenso. Obedecemos ao Estado em função do seu poder repressivo ou da razoabilidade de suas leis?

Esquema de aulas expositivas:
1. Conceito: idéias que combatiam o Antigo Regime
• Os fundadores: Descartes e Newton
• Os filósofos iluministas
- Locke
- Voltaire
- Montesquieu
- Rousseau

2. O fisiocratismo e o liberalismo econômico
• O combate ao mercantilismo
• Fisiocracia: ‘laissez faire’
• O liberalismo de Adam Smith

3. A Enciclopédia: o resumo panfletário
• Os organizadores

4. O despotismo esclarecido

43 – A Idade Moderna: A independência dos Estados Unidos

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Mostrar a crise do antigo sistema colonial enfocando a independência das
            Treze Colônias inglesas
  • Por que as Treze Colônias inglesas da América do Norte foram precursoras da independência dos países america nos em relação à dominação européia? A singularidade da colonização européia na região das Treze Colônias é o ponto de partida para a resposta. Ela se colocaria, se assim podemos dizer, no nível estrutural. A Guerra dos Sete Anos e medidas inglesas de caráter mercantilista contra os colonos seriam fatores conjunturais.

Problematização:
  • O Brasil foi uma colônia de exploração e os Estados Unidos de povoamento. Isto tem a ver com o relativo atraso do Brasil em relação ao desenvolvimento norte-americano?
  • É claro que não existe urna resposta taxativa para a questão. As diferenças entre os dois países, ou dois processos de desenvolvimento, não se explicam apenas pelas origens e pelo passado remoto. O Brasil é um país politicamente soberano há quase duzentos anos, O que aconteceu, ou deixou de acontecer (vale dizer, o que os brasileiros fizeram ou deixaram de fazer) durante todo este tempo, seguramente, é mais responsável pela situação atual do que o remoto passado colonial.

Conceitos chaves:
  • Em 1787 após a independência, as ex-colônias inglesas da América do Norte elaboraram uma Constituição. O conceito de Constituição pode ser trabalhado na sua relação com o de soberania, O que significa um país ser independente?


Esquema de aulas expositivas:
1. A dominação inglesa sobre as 13 colônias

2. A questão dos impostos
• A Lei do Açúcar
• A Lei do Selo
• A Lei do Chá

3. O incidente do porto de Boston e as Leis Intoleráveis

4. O Segundo Congresso de Filadélfia e a independência
• A Guerra de Independência e o Tratado de Versalhes

5. A Constituição de 1787: republicanos + federalistas
• Os três poderes

44 – A Idade Moderna: Brasil, as revoltas pela independência

Objetivos específicos:
- conceituais:
  • Apresentar o quadro político-econômico no qual se deram as revoltas contra o jugo metropolitano sobre a colônia brasileira, na segunda metade do século XVII.
  • A idéia central da unidade é a de crise do sistema colonial. Esta crise, que acabou levando à independência, se deu por uma combinação de fatores externos e internos. A pane inicial  procurou simplificar para o aluno os fatores que levaram à decadência de Portugal e à sua crescente dependência em relação à Inglaterra.
  • Portugal via na exploração mais sistemática da sua colônia americana a saída pan a crise econômico-financeira que atravessava. Desta forma, os laços coloniais começavam a se romper exatamente quando se tomavam mais apertados.
  • As diversas revoltas que ocorreram no período foram reações a imposições da Coroa. A maioria delas foram, ao nosso ver impropriamente, denominadas de nativistas. Elas significariam, a julgar pelo termo, as primeiras manifestações de nacionalidade. Percepção da crença entre ser brasileiro e ser português. A documentação não autoriza essa interpretação. Foram revoltas de motivos específicos, regionais, vazias de projetos políticos consistentes. Crise econômica aliada ao aperto da exploração colonial explicam as revoltas, mas elas não tiveram cunho emancipatório. A liderada pelos irmãos Beckman no Maranhão é bastante significativa: um dos líderes, Tomás Beckman, foi a Portugal explicar ao rei os motivos da revolta. Mais uma reivindicação do que consciência das contradições que separavam os interesses da metrópole dos da colônia.
  • É importante lembrar os dois níveis de contradição que se manifestavam na colônia: os decorrentes da estrutura social e os oriundos da relação de dominação de Portugal sobre o Brasil. Mais na frente o aluno vai perceber que a segunda se resolveu pela separação do Brasil de Portugal, e que a primeira continuou a marcar a história brasileira após a independência.
  • Esta unidade dá ao professor a oportunidade de ir mostrando ao aluno que as transformações históricas, embora tenham momentos de ruptura, ocorrem através de um processo longo. Apesar das contradições do sistema colonial se manifestarem já na segunda metade do século XVII, a ruptura definitiva só se dará no início do século XIX. O ouro desafogou as finanças portuguesas, mas, dialeticamente (com a licença de usar um conceito em desuso), contribuiu para acirrar as contradições que levaram à ruptura do sistema colonial.

Temas centrais:
  • A partir da segunda metade do século XVIII, a colonização entrou em decadência. A crise do capitalismo comercial e as contradições do interior das colônias são as razões desse esgotamento— do sistema colonial.
  • A política econômica mercantilista tornou-se superada diante da Revolução Industrial. A Inglaterra passou a agregar o liberalismo econômico.
  • Portugal, não se industrializando, entrou em crise. Apertou as malhas do pacto colonial sobre o Brasil Colônia para tentar resolver seus problemas econômicos. A aguda exploração resultou em rebeliões que pouco a pouco foram exigindo a autonomia em relação à metrópole.
  • As primeiras rebeliões ocorreram antes dessa crise. Foram chamadas rebeliões nativistas. Contestavam aspectos específicos do pacto colonial, mas não a dominação como um todo. Além disso, foram sempre locais, nunca adquiriram um caráter nacional.
  • A partir da segunda metade do século XVIII, as contradições entre colônia e metrópole tornaram-se um irredutível antagonismo. Surgiram então as rebeliões de independência política. As principais foram: a aclamação de Amador Bueno (1641), a revolta de Beckman (1 684), a guerra dos Emboabas (1707-9), a guerra dos Mascates (1710) e a revolta de Vila Rica ou de Filipe dos Santos (1720).
  • Afora a região das Minas Gerais e setores estreitamente ligados à exploração de ouro e diamantes, a crise do sistema colonial no Brasil não foi reflexo de uma crise de produção.
  • O primeiro movimento a manifestar claramente a intenção de romper com Portugal foi a Inconfidência Mineira.
  • No final do século XVIII, as restrições econômicas de Portugal ao Brasil chegaram ao ponto máximo.
  • Paralelamente, as idéias liberais eram introduzidas no Brasil, acompanhadas do vitorioso exemplo da independência norte-americana.
  • Em Minas Gerais, o descontentamento tornou-se muito grande com a notícia da derrama. Planejou-se então um levante que cortaria os laços com Portugal. Seu principal incentivador era Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes.
  • O movimento fracassou, sendo denunciado por Joaquim Silvério dos Reis. De todos os inconfidentes, apenas Tiradentes foi condenado à morte.
  • No Rio de janeiro, em 1794, intelectuais reunidos na Sociedade Literária foram acusados de simpatia por regimes republicanos. Passaram dois anos presos, sendo depois considerados inocentes. A esse episódio se denominou Conjura do Rio de Janeiro.
  • A Conjuração Baiana (1798) foi uma revolta de caráter popular. Seus objetivos eram muito mais amplos que os da Inconfidência Mineira.
  • A Insurreição Pernambucana de 1817 é considerada a maior rebelião colonial brasileira. Ocorreu na região em que as contradições colônia/metrópole eram mais agudas. Chegou a proclamar uma república e instalar um governo provisório revolucionário mas fracassou na tentativa de expandir- se pelo resto do país. Suas causas permaneceram, vindo a eclodir em 1824 numa revolução que pode ser considerada um desdobramento da insurreição de 1817.

Problematização:
  • A Suécia é um dos paises mais desenvolvidos do mundo, tanto em termos sociais como econômicos, O mesmo não se pode dizer de Portugal. A Suécia não teve colônias na América, não canalizou, como Portugal, toneladas de riqueza para o seu território. Será que o fato de possuir colônias acabou mais por prejudicar do que ajudar o desenvolvimento de Portugal?
  • Os alunos logicamente não terão respostas muito consistentes para esta questão, mesmo porque ela é bastante espinhosa. Servirá para provocar indagações importantes sobre a relação passado e presente. Dar ao aluno a idéia importante de que a História trata de coisas que têm tudo a ver com o mundo no qual ele vive.

Conceitos chaves:
  • O conceito que aflora é o de crise. Mais especificamente, o de crise do sistema colonial. Trata-se de ir capacitando o aluno a ver os fenômenos conjunturais como manifestações da estrutura. Na verdade, o que se apresenta à observação são os elementos da conjuntura, o que comumente chamamos de fatos, dados eventos, testemunhos. A estrutura não é algo dado, mas uma construção teórica que busca a inteligibilidade dos elementos da conjuntura.

Esquema de aulas expositivas:

Rebeliões contra Portugal

1. As rebeliões nativistas (razões e efeitos)
• A Revolta de Beckman
• A Guerra dos Emboabas
• A Guerra dos Mascates
• Revolta de Filipe dos Santos

2. As rebeliões separatistas
• O quadro internacional e os novos ideais
• A Conjuração Mineira
- a situação de Minas Gerais
- os líderes e os ideais do movimento
- a traição do movimento
- o fim do movimento
• A Conjuração Baiana ou dos Alfaiates
- a situação da Bahia
- os líderes e os ideais do movimento
- a derrota do movimento

Sugestões de atividades e avaliações:
  • Trabalho em grupo ou individual: fazer cartazes demonstrando as últimas evidências de violência na sua cidade (região ou Brasil).
  • Caso seja possível, trazer pessoas da Pastoral ou da Comissão de Direitos Humanos para falar contra a violência no Brasil atual.
  • Montar a encenação de algum conflito polêmico recente. Fazer um levantamento em jornais e revistas e depois montar a dramatização.
  • Utilização de filmes, vídeos, entrevistas, para a discussão da opressão, violência, revoltas.
  • Julgamento de personagens das revoltas nativistas: Analisar as 7 revoltas do Período Colonial e: - identificar o(s) réu(s) e os crimes, - identificar fatos que os condenem, - identificar fatos que os absolvam, - apresentar o veredicto (condenação ou absolvição) e no caso de condenação a pena imputada, - sua opinião e justificativa.
  • Traçar um perfil físico e psicológico de Tiradentes e de sua atuação.

Material de apoio:
  • Vídeos:
1.      Brasil – Colônia – Movimentos de Emancipação - 500 anos de história na TV - Segredos da Inconfidência - 14’45” – vídeo 10
2.      Brasil – Colônia – Movimentos de Emancipação - Museu da Inconfidência - 27’00” – vídeo 10
3.      Brasil – Colônia – Movimentos de Emancipação - Os inconfidentes - 96’00” – vídeo 11

·         Textos:
  1. Tiradentes – paradidáticos – 10 cópias – arquivo caixa 004